Nelson Tucci
O cenário ainda é incerto, em função da pandemia, mas o Sindipeças, que representa a indústria nacional de autopeças, já consegue fazer uma previsão para o ano que vem. De acordo com o seu presidente, Dan Ioschpe, o setor deverá ter crescimento de 21,2% no faturamento, em razão do aumento de 26% nos negócios com as montadoras de veículos no país.
De
acordo com o dirigente do sindicato patronal, as condicionantes macroeconômicas
serão decisivas no desempenho da indústria no ano que vem, mas prevê vendas de
2,4 milhões de veículos, resultando em índice 21,4% acima do previsto para
2020.
E
se estiverem certas tais projeções, a indústria nacional de autopeças deverá
atingir um faturamento de R$ 135 bilhões em 2021. Um crescimento expressivo, em
relação a este 2020, mas ainda longe dos R$ 151 bilhões de 2019.
REVENDA – A GM comemora o resultado da 7ª edição do Selo Maior Valor de Revenda – Autos, promovido pela Autoinforme, em parceria com a Textofinal de Comunicação. É que o modelo Chevrolet Ônix, que vem liderando as vendas no território nacional já faz algum tempo, foi o grande campeão geral da premiação. No total, o Selo destacou 15 categorias.
O
sedã compacto registrou depreciação de apenas 7,6% em um ano de uso, de acordo
com a pesquisa, abrangendo dados de agosto deste ano comparados com os preços
praticados do zero km em agosto de 2019. A pesquisa considerou os 102 modelos
zero km mais vendidos, de 20 marcas. Além das marcas/modelos vencedores desta
edição foram analisados modelos das marcas BMW, Caoa Chery, Citroën, Ford, Kia
Motors, Land Rover, Lexus, Mitsubishi, Nissan, Peugeot e Suzuki.
São
os seguintes os modelos contemplados pelo Selo Maior Valor de Revenda – Autos
2020 em suas categorias: Volkswagen uP! (Entrada – 8,1%), Renault Zoe (Elétrico
– 9,9%), Hyundai HB20 (Hatch Compacto – 9,2%), Volvo XC60 Hybrid (Híbrido –
9,8), Honda Fit (Monovolume/Minivan – 9,4%), Volkswagen Saveiro (Picape Pequena
– 15,1%), Fiat Toro (Picape Compacta – 13,7%), Toyota Hilux (Picape Média –
9,0%), Hyundai HB20s (Sedã Entrada – 12,9%), Chevrolet Onix Plus (Sedã Compacto
– 7,6%), Toyota Corolla (Sedã Médio – 8,9%), Honda HR-V (SUV Entrada – 9,2%),
Jeep Compass (SUV Compacto – 11,7%), Volkswagen Tiguan (SUV Médio – 10,9%) e
Toyota SW4 (SUV Grande – 10,1%).
MOTO – O evento anual Moto Premium Brasil elegeu como vencedora na categoria Esportivas/Carenadas de 501 a 800 cc, com a Grande Medalha de Ouro, a Kawasaki Ninja ZX-6R, que possui atributos inspirados nas competições e proporciona desempenho inigualável nas pistas. Ela foi seguida pela Kawasaki Versys 650 Tourer, que levou a Grande Medalha de Ouro na categoria Crossovers de 601 a 900 cc e recebeu diversos elogios quanto ao design e demais atributos.
O
prêmio reúne consumidores, pilotos convidados e jornalistas especializados para
testes e votação, elegendo as melhores motos do ano em cada categoria. Em 2020,
devido às restrições de aglomeração, os resultados foram divulgados em uma
“live”.
A
Estância Hidromineral de Socorro/SP foi o local escolhido para os testes neste
ano. Entre 18 e 20 de setembro, os jurados aceleraram, tiveram contato e
testaram diversas motos, avaliando sua performance em circuito
pré-estabelecido. Além do desempenho, itens como design e conforto foram
levados em conta, entre outros.
ADEUS – A Ford concluiu a venda da fábrica de São Bernardo do Campo/SP para a Construtora São José, especializada em empreendimentos logísticos, e para a Fram Capital, empresa com experiência em gestão de recursos. A transação é resultado de um processo de seleção que envolveu uma série de potenciais compradores, no qual as duas empresas apresentaram a melhor alternativa para a planta e para a região.
“Desde
o início deste processo, demos prioridade para projetos que melhor atendessem
às necessidades da região”, disse Lyle Watters, presidente da Ford América do
Sul e Grupo de Mercados Internacionais: “Estamos muito felizes em concluir essa
transação com a Construtora São José e com a Fram Capital, empresas
conceituadas e com ampla experiência em seus segmentos de atuação, que
contribuirão com a geração de empregos e o desenvolvimento de São Bernardo do
Campo”.
INDIGNAÇÃO – A Toyota, empresa tradicionalmente low profile, deu um sonoro berro contra o que acredita ser privilégio para outrem. Em razão da lei que prorroga até 2025 incentivos fiscais a fabricantes de veículos instalados na região Centro-Oeste do país ter sido sancionada, o seu diretor de Relações Governamentais, Roberto Matarazzo Braun, escreveu e divulgou artigo destacando que a montadora japonesa, por exemplo, opera quatro fábricas, todas no estado de São Paulo, onde não há benefícios tributários.
Ele
diz que esses estímulos (em outros estados) são “desproporcionais,
desnecessários e criam distorções no mercado, provocando desiquilíbrio de
competitividade de preços – já que é possível produzir com custos tributários
muito menores em certas regiões”. E alerta: “Isso torna muito difícil a
aprovação de novos investimentos no país”. O diretor reconhece que a Toyota
sempre adotou “postura mais discreta” sobre temas dessa natureza, mas agora
decidiu se pronunciar porque avalia que a pandemia tornou o cenário mais
difícil para todos e esse tipo de incentivo prejudica as vendas da marca com os
concorrentes que poderão praticar preços mais baixos porque recebem facilidades
e descontos em impostos federais, além de isenções de ICMS nos estados onde
operam.
JAPAS – Levantamento da OLX Brasil, plataforma de compra e venda online de veículos, mostrou que a venda de carros japoneses no Brasil cresceu 46% em agosto, comparado a igual período de 2019. Os dados apontam ainda um aquecimento do setor automotivo, passado o momento mais agudo da crise da Covid-19. As vendas em agosto em comparação à média de janeiro e fevereiro (pré-pandemia) cresceram 45%.
A
OLX considerou as oito marcas mais buscadas e vendidas na plataforma: Honda,
Toyota, Nissan, Mitsubishi, Suzuki, Subaru, Mazda e Lexus – responsáveis por
16% da procura de veículos na plataforma e de 14% do total de vendas em agosto.
RESULTADO – Nos três primeiros trimestres de 2020, a Porsche gerou um retorno operacional de 2 bilhões de euros, apesar da pandemia no mundo. Com um faturamento de 19,4 bilhões de euros, a fabricante de carros esportivos registrou um retorno em vendas de 10,4 % nos últimos nove meses. E apesar de ficar 28 % abaixo do valor do ano passado, Lutz Meschke, vice-presidente e membro do Conselho Executivo responsável por Finanças e Tecnologia da Informação da Porsche AG, se diz satisfeito: "Estamos lucrando agora por que a contínua otimização de nossos processos faz parte de nosso DNA. O consequente aumento na eficiência permitiu à Porsche alcançar um retorno de dois dígitos nas vendas, apesar da situação incerta da indústria automotiva”.
ESPACIAL – A Jaguar Land Rover está fazendo parte de pesquisas e ensaios pioneiros para testar a capacidade de metais e compostos leves avançados, a serem usados nos futuros veículos da marca. Parte de um projeto de dois anos, a marca utilizará tecnologia para mercados globais desenvolvida para a indústria espacial, a fim de entender como materiais respondem a ambientes corrosivos e terrenos rigorosos.
Amostras
de novos materiais e compostos planejadas para uso em futuros veículos Jaguar e
Land Rover serão construídos sobre sensores de nível espacial e colocado em
teste nas regiões mais extremas do mundo, por mais de 400.000 km em toda a
América do Norte. Os sensores vão medir com frequência o desempenho dos materiais
e os dados serão compartilhados com o time de Desenvolvimento de Produto da
Jaguar Land Rover no Reino Unido.
Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br
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