Dieselgate tem novos capítulos

Divulgação       A queima de combustíveis fósseis é preocupação mundial

Nelson Tucci

Polícia alemã fez buscas em escritórios da Hyundai e da Kia, em várias partes da Alemanha e no vizinho Luxemburgo, dia 28 último. A ação contou com o apoio da Eurojust, a agência da União Europeia para Cooperação e Justiça Criminal. A suspeita, para justificar o ato, é que essas montadoras coreanas fabricaram 210 mil veículos a diesel, com dispositivo não autorizado, a fim de promover uma gigantesca fraude ambiental. Para quem acompanha o lançamento de veículos, ou aposta na evolução da humanidade e seus cuidados com o meio ambiente, parece uma série de terror.

Notícia foi divulgada pela agência Reuters e posteriormente pela AFP. Não demorou e o caso foi apelidado de “novo dieselgate”, remetendo à lembrança do utilitário da Volkswagen, que utilizou software fraudulento no motor EA189, que equipa a conhecida picape Amarok. A descoberta ocorreu em 2015 e, por fim, a montadora alemã admitiu. Por conta disso, cabeças rolaram na VW e foram geradas várias ações para reparo dos consumidores.

Sobre o novo dieselgate, Veículos & Negócios procurou as assessorias da Hyundai e da Kia, no Brasil, e a resposta foi a mesma: “Não vamos comentar o assunto”.

REMEMBER – O escândalo global da fraude chamado originalmente de “dieselgate”, envolvendo a montadora alemã Volkswagen, foi revelado em 2015, com fortíssimas repercussões, especialmente na Europa e nos Estados Unidos. Por conta de uma nova ação cível pública, no Brasil, presume-se que a quantidade de picapes com motor a diesel fraudado, sob o ponto de vista ambiental, emitindo bem mais poluentes que o anunciado, pode ser bem maior que as 17 mil unidades chamadas para recall há cinco anos. Há suspeita que este número suba a 80 mil (modelo Amarok), no país.

DIREITOS – A Regera, plataforma digital independente, especializada na aquisição e gestão de direitos creditórios de baixo valor, informa que já adquiriu o direito de três mil consumidores nos últimos quatro anos.

O processo de compra de direitos creditórios pela Regera é realizado de forma simples, prática e segura, de acordo com a empresa. Funciona assim: o consumidor interessado em vender o seu direito se habilita na plataforma digital www.regera.vc e escolhe receber agora ou no final da ação.

“Muitas vezes o consumidor é surpreendido ao saber que pode vender um crédito que não sabia existir ou sem a previsão de quando ou vai se receber. Oferecemos um modelo tão inovador que muitas vezes o consumidor acha que é um golpe para pegar seus dados ou alguma surpresa no futuro”, afirma Bruno Dollo, executivo da companhia, acrescentando que o consumidor escolhe receber um valor à vista, hoje precificado em R$ 1.540 e pago em até 30 dias, ou 70 % do valor da indenização ao final da ação na justiça, que poderá passar de uma década, em caso de decisão favorável.

PRÊMIO – Parece um paradoxo. E é. A Hyundai do Brasil foi reconhecida durante a 28ª edição do “Prêmio Expressão de Ecologia”, pelo projeto vencedor “Melhorias nos processos produtivos visando à conservação de energia”. O troféu da categoria “Conservação de Energia” foi recebido na fábrica da montadora coreana em Piracicaba/SP, na semana que passou, durante celebração que contou com a presença das equipes responsáveis pelo desenvolvimento da iniciativa.

Com o projeto apresentado, a Hyundai tem como objetivo otimizar a utilização de gás natural e energia elétrica, evitando o desperdício destes insumos, reduzindo custos, bem como aumentando a vida útil de equipamentos – orgulha-se a empresa, que distribuiu nota à imprensa.

Divulgação                  Modelo 2023 do HB20 em vias de lançamento

DESCONVERSA – Enquanto a montadora desconversa sobre a denúncia do dieselgate no velho continente, segue a vida no Brasil. E já dá um spoiler do que seria o seu plano de marketing para o HB20, modelo que mais vende por estas bandas. 

Foram divulgadas três fotos na página do LinkedIn de Ken Ramirez, o presidente e CEO da Hyundai para o Brasil e as Américas Central e do Sul. Ele destaca alguns pontos do modelo 2023 – como o sistema autônomo de frenagem – que em breve será anunciado. 

NO AR – A Latam torna-se a primeira companhia aérea no Brasil a utilizar 100% de energia elétrica em operações de solo. Desde o dia 28 de junho a operação de “Ground Handling” (assistência em terra) de pelo menos 50% dos voos da empresa no aeroporto de Confins/BH.

Antes movimentada por diesel esta iniciativa elétrica deixará de emitir 114 toneladas de CO2 nos próximos 12 meses no aeroporto mineiro. O projeto-piloto recebeu o investimento de mais de R$ 30 milhões e foi desenvolvido em parceria com Real Aviation e BH Airport. A ação faz parte da proposta de Sustentabilidade da Latam, anunciada em 2021. Com foco nas mudanças climáticas, o grupo tem como meta ser uma companhia 100% carbono neutro até 2050.

PRODUÇÃO – A Embraer anunciou a assinatura de um acordo com a Toyota do Brasil para aplicação de fundamentos e conceitos do Sistema Toyota de Produção (TPS, na sigla em inglês) em suas operações industriais. A iniciativa visa eliminação de desperdícios, ganho de eficiência operacional e maior geração de valor aos stakeholders.

Na primeira fase do trabalho conjunto, uma equipe de especialistas do TPS, da Toyota do Brasil, passará a integrar a rotina da Embraer com o objetivo de avaliar e sugerir melhorias para a área de manufatura da principal fábrica da empresa, a Unidade Ozires Silva, localizada em São José dos Campos/SP.

“Trazer a Toyota para a realização desse trabalho reforça o compromisso da Embraer na busca constante pela excelência empresarial e pelo crescimento sustentável”, justificou Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer.

GOL – O modelo Polo Track, ora sendo preparado pela VW, deverá substituir o velho artilheiro da montadora, o Gol, que liderou as vendas da Volkswagen por quase três décadas. Um fenômeno na história dos carros no Brasil.

Ao que tudo indica, o Track será uma espécie de Polo pelado, mais lavado, barateando custos de produção e chegando ao consumidor com motorzinho 1.0 MPI.  Vamos ver.

Divulgação                          Modelo de “entrada” sai a R$ 210 mil

NÁUTICA – Em um Brasil que desconhece a crise, visitantes poderão conhecer de pertinho embarcações que fazem sucesso no país e no rico exterior durante o maior evento náutico do Sul. É o Salão Náutico Marina Itajaí/SC, que ocorrerá entre os dias 7 e 10 próximos. Em estande privilegiado com vista para a baía Afonso Wippel, somente o estaleiro Fibrafort levará seis de seus recentes modelos que combinam esportividade, luxo, tecnologia e conforto.

São lanchas de 20 a 42 pés, que ficaram no topo do ranking de categorias diversas na premiação “Bombarco Baleia de Ouro”, considerada a grande premiação do setor náutico brasileiro.

Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.

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