Nelson Tucci
Se
antes da guerra na Ucrânia a situação já estava difícil, com o aumento dos
juros internos, falta de componentes e, sobretudo, o crescente aumento nos
preços dos modelos, no Brasil ficou ainda mais, digamos, sensível à projeção de
negócios automotivos. A aposta para uma recuperação do setor, agora, está
depositada na redução (de até 25%) do IPI anunciada pelo governo federal.
"Acreditamos
que, com a diminuição do IPI, o mercado de veículos poderá ser favorecido,
principalmente para as marcas cujas montadoras mantiverem os preços
inalterados", declarou José Maurício Andreta Jr., presidente da Fenabrave,
a federação dos distribuidores. A entidade pleiteia redução de IPI (Imposto
sobre Produto Industrializado) inclusive para veículos em estoque. A redução
proposta pelo governo pode atingir vários segmentos da economia e no caso dos
automóveis chegaria próxima dos 20% no preço.
Algo
alvissareiro, se emplacar, já que fevereiro apresentou queda de 13% sobre igual
período do ano passado, com licenciamento de 448 mil unidades. No momento
presente poucos empresários arriscam afirmar algo sobre a guerra e seus efeitos
na economia, mas é possível que devido à piora no abastecimento de componentes
e aumento dos combustíveis (devido à escalada do barril do petróleo, que
ultrapassa a casa dos US$ 100) as vendas poderão recuar (ainda mais). Neste
caso, só a nova alíquota do IPI pode salvar.
IMPORTADOS – A Abeifa (associação dos importadores) realizará entrevista coletiva nesta segunda, 7, para a imprensa especializada, explicando a atuação de suas associadas em termos de negócios realizados.
MULTAS – Recebeu uma
multa do Detran.SP e precisa fazer o pagamento parcelado? A autarquia aponta
como alternativa recorrer a empresas credenciadas que parcelam o pagamento das autuações
e débitos do veículo em até 18 vezes. O proprietário do veículo pode utilizar o
cartão de crédito ou débito.
Atualmente,
12 instituições financeiras já estão credenciadas para realizar o serviço, que
é válido somente para multas aplicadas pelo Detran.SP e outras taxas do
departamento. O parcelamento não contempla débitos relacionados a infrações
aplicadas por outros órgãos de trânsito, como municipais e/ou rodoviários,
inscritos na dívida ativa, parcelamentos inscritos em cobrança administrativa e
de veículos licenciados em outros estados.
Conheça
as taxas e infrações do Detran.SP que podem ser parceladas: IPVA; seguro Dpvat;
licenciamento 2022 (R$ 98,91 para automóveis usados e R$ 131,80 para carros
novos) e infrações leves (R$ 88,38). Dúvidas, consulte o site do Detran em www.detran.sp.gov.br
LÍDER – A Fiat (marca
controlada pela Stellantis) mantém sua boa performance no mercado,
reconquistada durante o ano passado. Em 2022, a marca assinalou seu segundo mês
na ponta do ranking nacional de emplacamentos.
Em
fevereiro, foram emplacadas 26.414 unidades da marca Fiat, configurando 21,9%
de market share. Com isto, já são 14
meses consecutivos na liderança do mercado.
Após
terminar 2021 como modelo mais vendido do Brasil – feito inédito na indústria para
uma picape – a Nova Strada fechou fevereiro em primeiro lugar com 7.314
unidades (6,1% de participação total de mercado e a expressiva marca de 96,7%
em seu segmento, recorde na categoria).
UCRÂNIA – A Stellantis, por meio de sua Fundação, destinou 1 milhão de euros em ajuda humanitária para apoiar os civis e refugiados ucranianos deslocados a países vizinhos, após a invasão e bombardeio russos. A holding (que detém as marcas Fiat e Peugeot, entre outras) contará com uma Ong local para apoiar civis e refugiados daquele país com os recursos deste fundo.
“A
Stellantis condena a violência e a agressão e, neste momento de dor sem
precedentes, coloca a saúde e a segurança de seus funcionários e familiares
ucranianos no centro de suas prioridades”, disse o CEO, Carlos Tavares: “Uma
agressão que abalou a ordem mundial já perturbada pela incerteza. A comunidade
da Stellantis, composta por 170 nacionalidades, acompanha com consternação como
os civis são obrigados a deixar o país. Qualquer que seja a escalada do
conflito, o custo humano será irreparável”.
A
Stellantis tem 71 empregados baseados na Ucrânia e acionou há uma semana
suporte dedicado 24 horas por dia, 7 dias por semana, a cada um deles, com o
objetivo de monitorar ativamente sua saúde e segurança desde o início da crise.
PORTOS – Está marcado para o dia 25 próximo o leilão dos Portos de Vitória e Barra do Riacho, no Espírito Santo. A previsão, segundo o Ministério da Infraestrutura, é de atração de R$ 334,8 milhões em investimentos e de mais de 15 mil empregos gerados, diretos e indiretos, ao longo do contrato de concessão (com vigência de 35 anos, podendo ser prorrogado por mais cinco).
Paralelamente,
outro processo de desestatização que cria altas expectativas é o do Porto de
Santos, o maior complexo portuário da América Latina. Este leilão é previsto
para o fim do ano e a perspectiva é que sejam atraídos investimentos privados
superiores a R$ 18,5 bilhões, além de 60 mil novos empregos gerados ao longo do
prazo de arrendamento (também de 35 anos, sendo prorrogável por mais cinco).
ECONOMIA – Os primeiros
testes com um ônibus 100% elétrico realizados pela Expresso Princesa dos
Campos, empresa paranaense de transportes de passageiros e encomendas,
mostraram uma redução de custos de 54% por viagem. Durante 60 dias, a empresa
realizou 66 viagens em Ponta Grossa e Curitiba, no Paraná.
A
distância é de 120 quilômetros entre as duas cidades e foram percorridos 7.980
quilômetros no total. O ônibus elétrico consumiu 130,02 kWh por viagem, gerando
um consumo médio de 1,088 kWh por quilômetro rodado.
Para recarregar as baterias do ônibus elétrico houve um custo médio de R$ 84,51 (R$ 0,70 por quilômetro) por viagem entre Ponta Grossa e Curitiba. Em comparação, os ônibus convencionais têm um custo médio de abastecimento com diesel de R$ 185,03 por viagem (R$ 1,55 por quilômetro).
Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br
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