segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Avião elétrico entra em testes

Divulgação                  Modelo tem parceria técnica da WEG e da EDP

Nelson Tucci

A Embraer realizou, na última sexta-feira, o primeiro voo de seu avião elétrico, na cidade paulista de Gavião Peixoto, a 240 km da capital. Na definição da empresa, é mais uma iniciativa rumo ao futuro de zero emissões de carbono. O modelo tem parceria técnica da catarinense da fabricante de motores WEG e da luso-brasileira EDP, desenvolvendo tecnologias que possibilitem a propulsão elétrica em 100%.

Nas primeiras avaliações em voo tripulado foram analisadas características primárias como potência, desempenho, controle, gerenciamento térmico e segurança de operação. O objetivo é demonstrar em condições reais os resultados obtidos em simulação computacional, ensaios em laboratório e integração da tecnologia em solo, que acontecem desde o segundo semestre de 2019 na unidade de Gavião Peixoto.

“O primeiro voo de uma aeronave é sempre um marco importante, e a decolagem do nosso primeiro avião elétrico de zero emissões simboliza também a relevante contribuição das nossas equipes e parceiros para a transição energética do setor”, disse Luis Carlos Affonso, vice-presidente de Engenharia, Desenvolvimento Tecnológico e Estratégia Corporativa da Embraer.


RENOVÁVEL – O projeto, de acentuada cooperação tecnológica, utilizou um sistema motopropulsor elétrico da WEG e um conjunto de baterias – financiadas pela EDP – integradas em um EMB-203 Ipanema, aeronave que faz parte da história da Embraer e se tornou em 2004 o primeiro avião do mundo certificado e produzido em série para voar com um combustível de fonte renovável, o etanol.

Os resultados do Demonstrador Elétrico permitirão que a Embraer utilize o conhecimento adquirido para a aplicação de tecnologias inovadoras de eletrificação no desenvolvimento de novos produtos alinhados com a busca contínua de um futuro sustentável. É o caso da aeronave eVTOL (aeronave elétrica de pouso e decolagem vertical), também conhecido como EVA (Electric Vertical Aircraft ou simplesmente “carro voador”), desenvolvida pela Eve, empresa de Mobilidade Aérea Urbana da Embraer.

O sonho de Ícaro foi atualizado com sucesso!


HIDROGÊNIO – Em busca da tecnologia em favor do carbono zero, a Cummins Inc. iniciou testes com um motor de combustão interna movido a hidrogênio. Esse experimento de prova de conceito baseia-se na liderança em tecnologia existente da Cummins em aplicações de combustível gasoso e na liderança do trem de força para criação de novas soluções de energia que ajudem nas necessidades ambientais e de energia do futuro.

“A Cummins está entusiasmada com o potencial do motor a hidrogênio para reduzir as emissões e fornecer potência e desempenho para os clientes. Estamos utilizando todas as novas plataformas de motores equipadas com as tecnologias mais recentes para melhorar a densidade de potência, reduzir o atrito e melhorar a eficiência térmica, o que nos permite evitar as limitações de desempenho típicas e compromissos de eficiência associados à conversão de motores a diesel ou gás natural em combustível de hidrogênio. Fizemos avanços tecnológicos significativos e continuaremos avançando. Estamos otimistas em trazer esta solução para o mercado”, diz Srikanth Padmanabhan, presidente do segmento de motores da Cummins.

Os motores a hidrogênio podem usar combustível de hidrogênio verde, produzido por eletrolisadores fabricados pela Cummins, “com emissões quase nulas de CO2 pelo escape e níveis quase nulos de NOx”, destaca a empresa, acrescentando que “o investimento projetado na produção de hidrogênio renovável globalmente proporcionará uma oportunidade crescente para a implantação de frotas movidas a hidrogênio utilizando células de combustível Cummins ou motor”.


RETORNO – Depois de cinco longos e angustiantes meses de espera, o Chevrolet Onix voltará a ser vendido nas concessionárias em setembro, informou a General Motors na última quinta-feira. Isto porque a montadora retomará a produção do modelo em Gravataí/RS nesta segunda-feira, 16. A paralisação ocorreu em razão da falta de semicondutores, que atinge toda a indústria.

A empresa informou também que a linha 2022 do Onix, lançada em abril, seguirá com as mesmas opções, tanto na versão hatch quanto na sedã: 1.0 manual de seis marchas, 1.0 turbo com câmbio manual de seis marchas e 1.0 turbo com câmbio automático.

Agora a GM terá por objetivo recuperar a participação de mercado de seu modelo mais vendido do portfólio atual. “O Onix é o carro preferido do consumidor brasileiro, e o retorno da produção é importante, pois vamos começar a atender aos milhares de clientes que aguardam pelo produto nas concessionárias Chevrolet pelo país”, enfatizou Carlos Zarlenga, presidente da montadora.


Divulgação                                                 Quadro atualizado em 11/08/21

REPASSES – Durante o primeiro semestre do ano, 26 prefeituras da Região Metropolitana de São Paulo foram beneficiadas com mais de R$ 51,4 milhões em repasses provenientes do Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (Issqn), de acordo com balanço da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Os valores arrecadados incidem sobre as tarifas de pedágio das rodovias estaduais que integram o Programa de Concessões Rodoviárias do Governo do Estado de São Paulo. Desde o ano 2000, quando o ISS foi incorporado, foi repassado um total de R$ 1,2 bilhão às cidades da região.

O cálculo do Issqn é realizado com base na extensão de cada município na rodovia coberta pelo pedágio. A alíquota do imposto é definida por legislações federal e municipal. Desta forma, cada município também é responsável pela regulamentação da alíquota de imposto a ser recebida – que pode variar entre 2% e 5% do montante arrecadado, conforme estipulado na lei federal. A verba pode ser utilizada livremente pelas prefeituras nas áreas de saúde, segurança, educação, transporte, infraestrutura ou na área em que o município considere como prioritária.


PERFIL – Santos vive uma situação com seus motoristas que pode revelar as tendências com parte do futuro da mobilidade no país. Enquanto cai em 14,6% o interesse dos jovens em tirar habitação (CNH), cresce em 31% o número de idosos ao volante.

Especialistas apontam fatores culturais, econômicos e até mesmo de saúde como possíveis explicações para esse interesse dos mais velhos em permanecerem ativos como motoristas. Na opinião do arquiteto e professor de Planejamento Urbano da PUC-Campinas, Thiago Amim, o crescimento no uso de carros nas cidades de grande e médio porte do interior paulista em relação à capital tem relação não apenas com um sistema de transporte público menos qualificado, mas também com a forma como essas cidades se desenvolvem: “Em praticamente todos os casos, as maiores cidades do interior paulista são menos adensadas e mais espalhadas do que São Paulo, o que acaba tendo como consequência uma utilização mais frequente do automóvel nos deslocamentos”.

De acordo com José Montal, diretor da Associação Brasileira de Medicina do Trabalho (Abramet), à medida que Medicina avança na prevenção de doenças há um consequente aumento na expectativa de vida saudável da população, e, como consequência, a participação de condutores idosos no universo da população de motoristas habilitados.


Divulgação                                    Idosos estão muito ativos e independentes

Márcia Menezes, diretora-executiva da Federação Nacional das Cooperativas de Trabalho dos Médicos e Psicólogos Peritos de Trânsito (Fenactran), destaca que os idosos de hoje são de uma geração proativa, e mais independente se compararmos com pessoas da mesma faixa etária no passado. “Essa população cresce em uma velocidade duas vezes maior que a geral. Eles chegam aos 60 anos de forma independente, o que se reflete no trânsito”, destaca.

De acordo com as normas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e válidas em todo o país, não há limite máximo de idade para que uma pessoa dirija. No entanto, a renovação da CNH deve ser feita a cada cinco anos para os motoristas com idade entre 50 e 69 anos e três anos para os motoristas com idade igual ou superior a 70 anos ou em período menor, de acordo com a avaliação médica.


Divulgação                                          Jovens estão desapegando dos carros

SONHO – Vai se esvaindo um antigo sonho dos jovens em tirar sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) tão logo completem 18 anos. De acordo com levantamento feito pelo Detrans.SP, houve uma redução de 40.427 mil pessoas habilitadas nessa faixa etária em junho de 2015 para 34.576 no mesmo período deste ano em Santos, representando queda de 14,6%, maior que a média registrada no estado (de 10,5%).

No estado de São Paulo houve uma queda de 4.872 milhões de pessoas habilitadas nessa faixa etária em 2015 para 4.356 milhões no mesmo período deste ano no estado de São Paulo, uma diminuição de 10,5.

“Fatores culturais e econômicos influenciam o perfil dos motoristas com o passar dos anos. Hoje temos uma geração que se preocupa mais com a questão ambiental e a facilidade oferecida pelos aplicativos de transporte. Os jovens hoje têm outras expectativas. Essa discussão sobre mudanças dos modais é mundial”, ressalta Neto Mascellani, diretor-presidente do Detran paulista.


DUAS RODAS – Em função da crescente demanda no mercado brasileiro, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) revê seus números para cima. A produção de 1.060.000 unidades inicialmente prevista, no início ano, foi alterada para 1.220.000 – representando crescimento de 26% sobre o ano passado. Se confirmados, os números serão ainda melhores que no período pré-pandemia (1.127.000 unidades, em 2019).

Assim como os demais segmentos automotivos, este também enfrenta problemas com falta de peças e insumos, conforme admite o presidente da entidade, Marcos Fermanian. Ele explica, no entanto, que a produção verticalizada das fábricas de Manaus/AM, permite que as empresas “administrem bem a escassez de componentes”, sem enfrentar problemas de paralisações nas linhas como ocorre nas montadoras de automóveis.


Divulgação                                                Tecnologia híbrida entrega 183 cv

LANÇAMENTO – A Honda inicia as vendas do novo Accord Híbrido, o primeiro modelo da marca com a inovadora tecnologia e:HEV híbrida de dois motores elétricos. O sedã de luxo é um dos três carros híbridos que a Honda planeja lançar no Brasil até 2023, dentro do seu plano de eletrificação para o mercado local.

O e:HEV estreia no Brasil no novo Accord Híbrido, o modelo flagship da Honda. Ele usa um sistema com dois motores elétricos de alta eficiência combinados com um motor de ciclo Atkinson de 2,0 l, com aceleração e respostas vivas e um índice de consumo de combustível considerado pela montadora como excepcional.

Há três modos principais de operação, dependendo da situação de condução: EV Drive (100% elétrico), Hybrid Drive e Engine Drive. O sistema alterna automaticamente entre eles de forma suave, buscando a máxima eficiência. Nos modos EV Drive e Hybrid Drive, a tração sempre ocorrerá apenas por meio do motor de tração elétrico de 184 cv e 32,1 kgfm de torque. A única diferença entre eles é se o motor a combustão, de ciclo Atkinson, com 145 cv e 17,8 kgfm de torque, funcionará em conjunto com o motor elétrico gerador, para fornecer energia, ou não. Por se tratar de um motor elétrico de alta potência, a maior parte das condições de rodagem estará coberta nestes dois modos de operação. Preço sugerido: R$ 299.900.


CHINA – Em fevereiro de 2020 a chinesa Great Wall Motors (GWM) anunciou investimentos de R$ 1 bilhão na Índia. Neste ano surgiu a informação que, desse total, R$ 300 milhões seriam realocados para o Brasil e que a antiga fábrica da Mercedes, em Iracemápolis., na região de Limeira, no interior paulista, seria adquirida pela chinesa, para fabricar SUVs e picapes.

Há nova informação de mercado dando conta que o negócio entre a GWM e a alemã Mercedes já estaria fechado e que é questão de tempo o anúncio oficial.


Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.

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