Nelson Tucci
A
Embraer realizou, na última sexta-feira, o primeiro voo de seu avião elétrico,
na cidade paulista de Gavião Peixoto, a 240 km da capital. Na definição da
empresa, é mais uma iniciativa rumo ao futuro de zero emissões de carbono. O
modelo tem parceria técnica da catarinense da fabricante de motores WEG e da
luso-brasileira EDP, desenvolvendo tecnologias que possibilitem a propulsão
elétrica em 100%.
Nas
primeiras avaliações em voo tripulado foram analisadas características
primárias como potência, desempenho, controle, gerenciamento térmico e
segurança de operação. O objetivo é demonstrar em condições reais os resultados
obtidos em simulação computacional, ensaios em laboratório e integração da
tecnologia em solo, que acontecem desde o segundo semestre de 2019 na unidade
de Gavião Peixoto.
“O
primeiro voo de uma aeronave é sempre um marco importante, e a decolagem do
nosso primeiro avião elétrico de zero emissões simboliza também a relevante
contribuição das nossas equipes e parceiros para a transição energética do
setor”, disse Luis Carlos Affonso, vice-presidente de Engenharia,
Desenvolvimento Tecnológico e Estratégia Corporativa da Embraer.
RENOVÁVEL – O projeto, de acentuada cooperação tecnológica, utilizou um sistema motopropulsor elétrico da WEG e um conjunto de baterias – financiadas pela EDP – integradas em um EMB-203 Ipanema, aeronave que faz parte da história da Embraer e se tornou em 2004 o primeiro avião do mundo certificado e produzido em série para voar com um combustível de fonte renovável, o etanol.
Os
resultados do Demonstrador Elétrico permitirão que a Embraer utilize o
conhecimento adquirido para a aplicação de tecnologias inovadoras de eletrificação
no desenvolvimento de novos produtos alinhados com a busca contínua de um
futuro sustentável. É o caso da aeronave eVTOL (aeronave elétrica de pouso e
decolagem vertical), também conhecido como EVA (Electric Vertical Aircraft ou simplesmente “carro voador”),
desenvolvida pela Eve, empresa de Mobilidade Aérea Urbana da Embraer.
O
sonho de Ícaro foi atualizado com sucesso!
HIDROGÊNIO – Em busca da tecnologia em favor do carbono zero, a Cummins Inc. iniciou testes com um motor de combustão interna movido a hidrogênio. Esse experimento de prova de conceito baseia-se na liderança em tecnologia existente da Cummins em aplicações de combustível gasoso e na liderança do trem de força para criação de novas soluções de energia que ajudem nas necessidades ambientais e de energia do futuro.
“A
Cummins está entusiasmada com o potencial do motor a hidrogênio para reduzir as
emissões e fornecer potência e desempenho para os clientes. Estamos utilizando
todas as novas plataformas de motores equipadas com as tecnologias mais
recentes para melhorar a densidade de potência, reduzir o atrito e melhorar a
eficiência térmica, o que nos permite evitar as limitações de desempenho
típicas e compromissos de eficiência associados à conversão de motores a diesel
ou gás natural em combustível de hidrogênio. Fizemos avanços tecnológicos
significativos e continuaremos avançando. Estamos otimistas em trazer esta
solução para o mercado”, diz Srikanth Padmanabhan, presidente do segmento de motores
da Cummins.
Os motores a hidrogênio podem usar combustível de hidrogênio verde, produzido por eletrolisadores fabricados pela Cummins, “com emissões quase nulas de CO2 pelo escape e níveis quase nulos de NOx”, destaca a empresa, acrescentando que “o investimento projetado na produção de hidrogênio renovável globalmente proporcionará uma oportunidade crescente para a implantação de frotas movidas a hidrogênio utilizando células de combustível Cummins ou motor”.
RETORNO – Depois de cinco longos e angustiantes meses de espera, o Chevrolet Onix voltará a ser vendido nas concessionárias em setembro, informou a General Motors na última quinta-feira. Isto porque a montadora retomará a produção do modelo em Gravataí/RS nesta segunda-feira, 16. A paralisação ocorreu em razão da falta de semicondutores, que atinge toda a indústria.
A
empresa informou também que a linha 2022 do Onix, lançada em abril, seguirá com
as mesmas opções, tanto na versão hatch quanto na sedã: 1.0 manual de seis
marchas, 1.0 turbo com câmbio manual de seis marchas e 1.0 turbo com câmbio
automático.
Agora
a GM terá por objetivo recuperar a participação de mercado de seu modelo mais
vendido do portfólio atual. “O Onix é o carro preferido do consumidor
brasileiro, e o retorno da produção é importante, pois vamos começar a atender
aos milhares de clientes que aguardam pelo produto nas concessionárias
Chevrolet pelo país”, enfatizou Carlos Zarlenga, presidente da montadora.
REPASSES – Durante o
primeiro semestre do ano, 26 prefeituras da Região Metropolitana de São Paulo
foram beneficiadas com mais de R$ 51,4 milhões em repasses provenientes do
Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (Issqn), de acordo com balanço da Agência
de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Os valores arrecadados incidem
sobre as tarifas de pedágio das rodovias estaduais que integram o Programa de
Concessões Rodoviárias do Governo do Estado de São Paulo. Desde o ano 2000,
quando o ISS foi incorporado, foi repassado um total de R$ 1,2 bilhão às
cidades da região.
O
cálculo do Issqn é realizado com base na extensão de cada município na rodovia
coberta pelo pedágio. A alíquota do imposto é definida por legislações federal
e municipal. Desta forma, cada município também é responsável pela
regulamentação da alíquota de imposto a ser recebida – que pode variar entre 2%
e 5% do montante arrecadado, conforme estipulado na lei federal. A verba pode
ser utilizada livremente pelas prefeituras nas áreas de saúde, segurança,
educação, transporte, infraestrutura ou na área em que o município considere
como prioritária.
PERFIL – Santos vive uma situação com seus motoristas que pode revelar as tendências com parte do futuro da mobilidade no país. Enquanto cai em 14,6% o interesse dos jovens em tirar habitação (CNH), cresce em 31% o número de idosos ao volante.
Especialistas
apontam fatores culturais, econômicos e até mesmo de saúde como possíveis
explicações para esse interesse dos mais velhos em permanecerem ativos como
motoristas. Na opinião do arquiteto e professor de Planejamento Urbano da
PUC-Campinas, Thiago Amim, o crescimento no uso de carros nas cidades de grande
e médio porte do interior paulista em relação à capital tem relação não apenas
com um sistema de transporte público menos qualificado, mas também com a forma
como essas cidades se desenvolvem: “Em praticamente todos os casos, as maiores
cidades do interior paulista são menos adensadas e mais espalhadas do que São
Paulo, o que acaba tendo como consequência uma utilização mais frequente do
automóvel nos deslocamentos”.
De
acordo com José Montal, diretor da Associação Brasileira de Medicina do Trabalho
(Abramet), à medida que Medicina avança na prevenção de doenças há um
consequente aumento na expectativa de vida saudável da população, e, como
consequência, a participação de condutores idosos no universo da população de
motoristas habilitados.
Márcia
Menezes, diretora-executiva da Federação Nacional das Cooperativas de Trabalho
dos Médicos e Psicólogos Peritos de Trânsito (Fenactran), destaca que os idosos
de hoje são de uma geração proativa, e mais independente se compararmos com
pessoas da mesma faixa etária no passado. “Essa população cresce em uma
velocidade duas vezes maior que a geral. Eles chegam aos 60 anos de forma
independente, o que se reflete no trânsito”, destaca.
De
acordo com as normas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e válidas em
todo o país, não há limite máximo de idade para que uma pessoa dirija. No
entanto, a renovação da CNH deve ser feita a cada cinco anos para os motoristas
com idade entre 50 e 69 anos e três anos para os motoristas com idade igual ou
superior a 70 anos ou em período menor, de acordo com a avaliação médica.
SONHO – Vai se
esvaindo um antigo sonho dos jovens em tirar sua Carteira Nacional de Habilitação
(CNH) tão logo completem 18 anos. De acordo com levantamento feito pelo
Detrans.SP, houve uma redução de 40.427 mil pessoas habilitadas nessa faixa
etária em junho de 2015 para 34.576 no mesmo período deste ano em Santos,
representando queda de 14,6%, maior que a média registrada no estado (de
10,5%).
No
estado de São Paulo houve uma queda de 4.872 milhões de pessoas habilitadas
nessa faixa etária em 2015 para 4.356 milhões no mesmo período deste ano no estado
de São Paulo, uma diminuição de 10,5.
“Fatores
culturais e econômicos influenciam o perfil dos motoristas com o passar dos
anos. Hoje temos uma geração que se preocupa mais com a questão ambiental e a
facilidade oferecida pelos aplicativos de transporte. Os jovens hoje têm outras
expectativas. Essa discussão sobre mudanças dos modais é mundial”, ressalta
Neto Mascellani, diretor-presidente do Detran paulista.
DUAS RODAS – Em função da crescente demanda no mercado brasileiro, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) revê seus números para cima. A produção de 1.060.000 unidades inicialmente prevista, no início ano, foi alterada para 1.220.000 – representando crescimento de 26% sobre o ano passado. Se confirmados, os números serão ainda melhores que no período pré-pandemia (1.127.000 unidades, em 2019).
Assim
como os demais segmentos automotivos, este também enfrenta problemas com falta
de peças e insumos, conforme admite o presidente da entidade, Marcos Fermanian.
Ele explica, no entanto, que a produção verticalizada das fábricas de
Manaus/AM, permite que as empresas “administrem bem a escassez de componentes”,
sem enfrentar problemas de paralisações nas linhas como ocorre nas montadoras
de automóveis.
LANÇAMENTO – A Honda
inicia as vendas do novo Accord Híbrido, o primeiro modelo da marca com a
inovadora tecnologia e:HEV híbrida de dois motores elétricos. O sedã de luxo é
um dos três carros híbridos que a Honda planeja lançar no Brasil até 2023,
dentro do seu plano de eletrificação para o mercado local.
O
e:HEV estreia no Brasil no novo Accord Híbrido, o modelo flagship da Honda. Ele
usa um sistema com dois motores elétricos de alta eficiência combinados com um
motor de ciclo Atkinson de 2,0 l, com aceleração e respostas vivas e um índice
de consumo de combustível considerado pela montadora como excepcional.
Há
três modos principais de operação, dependendo da situação de condução: EV Drive
(100% elétrico), Hybrid Drive e Engine Drive. O sistema alterna automaticamente
entre eles de forma suave, buscando a máxima eficiência. Nos modos EV Drive e
Hybrid Drive, a tração sempre ocorrerá apenas por meio do motor de tração
elétrico de 184 cv e 32,1 kgfm de torque. A única diferença entre eles é se o
motor a combustão, de ciclo Atkinson, com 145 cv e 17,8 kgfm de torque,
funcionará em conjunto com o motor elétrico gerador, para fornecer energia, ou
não. Por se tratar de um motor elétrico de alta potência, a maior parte das
condições de rodagem estará coberta nestes dois modos de operação. Preço
sugerido: R$ 299.900.
CHINA – Em fevereiro de 2020 a chinesa Great Wall Motors (GWM) anunciou investimentos de R$ 1 bilhão na Índia. Neste ano surgiu a informação que, desse total, R$ 300 milhões seriam realocados para o Brasil e que a antiga fábrica da Mercedes, em Iracemápolis., na região de Limeira, no interior paulista, seria adquirida pela chinesa, para fabricar SUVs e picapes.
Há
nova informação de mercado dando conta que o negócio entre a GWM e a alemã
Mercedes já estaria fechado e que é questão de tempo o anúncio oficial.
Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br
Bom dia. Informação sempre precisa.
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