segunda-feira, 6 de julho de 2020

Junho melhora, mas...

 
Divulgação         Anfavea estima recuo de 40% nas vendas deste ano!

Nelson Tucci

Lentamente, a economia vai retomando fôlego em alguns setores. O de veículos é um deles. Ao final do primeiro semestre do ano foram emplacadas 1.225.663 unidades, entre automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas e implementos rodoviários, o que representa queda de 36,13%, quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Entretanto, quando se compara este último mês de junho com o anterior, maio, nota-se crescimento de 93,5%. No mês passado foram vendidos 194.354 veículos (contra 100.422 unidades em maio). A informação é da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), entidade que representa 7.300 Concessionárias de Veículos – filiadas às 51 Associações de Marca em todo o Brasil. Enquanto a Anfavea (associação das montadoras) estima um recuo de 40% nas vendas deste ano, sobre 2019 – como já noticiamos –, a Fenabrave está mais otimista, calculando o recuo em 36,6%, o que resultaria na venda total anual de 1,77 milhão de veículos.
De acordo com o presidente da federação, Alarico Assumpção Jr., a pandemia do novo coronavírus, iniciada na segunda quinzena de março, impactou negativamente o balanço do 1º semestre. “A queda já era esperada, em função do atual cenário, considerando os efeitos da pandemia, que obrigou o fechamento do comércio e o isolamento social, durante longo período. Mas, quando avaliamos o mês de junho, na comparação com maio deste ano, já observamos uma expressiva melhora, explicada pelo retorno das atividades dos Detrans, principalmente em São Paulo”, disse ele.

IMPORTADOS – As 15 marcas filiadas à Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), com licenciamento de 4.303 unidades, anotaram no segundo trimestre queda de 40% no volume, período em que o setor sentiu o impacto da crise pela pandemia. Juntamente com este fato, registre-se o funcionamento parcial dos Detrans, em relação aos primeiros três meses de 2020, quando foram anotados emplacamentos de 7.170 unidades. Ante o segundo trimestre de 2019, a retração registrada é ainda maior: 50,7%. São apenas 4.303 unidades emplacadas, contra as 8.720 importadas.
Comportamento similar ocorreu no segundo trimestre do ano com os veículos fabricados no Brasil por quatro associadas à entidade. BMW, CAOA Chery, Land Rover e Suzuki licenciaram 3.670 unidades, representando queda de 54,9% quando comparados com as 8.142 unidades do primeiro trimestre de 2020. Ante o mesmo período de 2019, a queda é de 52,7%.
“Por ter sido um mês atípico, por conta da inclusão de licenciamentos pendentes nos meses de abril e de maio, junho não reflete o comportamento real de venda do setor. Por isso, até que os Detrans voltem a funcionar em sua plenitude, vamos analisar o mercado com muita cautela”, explica João Henrique Oliveira, presidente da Abeifa.

ESTATÍSTICAS – Entrando no quinto ano de publicação, este blog Veículos & Negócios comemora o feedback de alguns dos principais agentes do mercado automobilístico. A seriedade com que temos tratado alguns dos temas recorrentes deste segmento vai consolidando o produto. Em paralelo aos temas institucionais também divulgamos produtos e serviços da indústria como um todo.
Sabemos que ainda há um bom caminho a percorrer. Os mais de 1.000 acessos do último mês de junho (ainda combalido com a pandemia), e o total histórico se aproximando dos 120 mil, nos motiva a buscar mais. Vamos para cima, com determinação, mas sem abrir mão da ética e do profissionalismo que nos guia; seja no blog, atualizado semanalmente, seja na edição mensal impressa no Jornal Perspectiva.

Divulgação                  Kinto é joint venture da Toyota com a Mitsui

MOBILIDADE – Chega ao Brasil a Kinto, companhia de soluções de mobilidade. A iniciativa é parte da estratégia global da Toyota, em se tornar uma empresa de mobilidade, com a proposta de oferecer serviços cada vez melhores aos consumidores em todo o mundo.
"A Kinto é peça-chave de nossa estratégia de crescimento dos negócios na América Latina. Ao unir serviços de mobilidade ao nosso modelo de negócios atual poderemos responder às necessidades dos novos consumidores, em uma sociedade que passa por profundas transformações, ainda em meio a um cenário recente e de preocupações em torno da saúde no mundo", analisa Masahiro Inoue, CEO da Toyota para a América Latina e Caribe.
A Toyota mira o crescimento da oferta de seus serviços de mobilidade, utilizando uma marca distinta e dedicada para atrair novas categorias de usuários de mobilidade, desde indivíduos até clientes corporativos. Na esteira de diversas parcerias globais que a Toyota vem realizando, a Kinto Brasil é uma joint venture entre a Toyota Financial Services Corporation e a Mitsui & Co., Ltd., conglomerado japonês focado em investimentos e operações estratégicas, com o qual a Toyota já possui múltiplos projetos colaborativos ao redor do mundo.

MARKETING – Deu certo a estratégia da Volkswagen. Foram oferecidos dois pequenos lotes, de 1.000 unidades cada, do lançamento do Nivus. O mercado respondeu e já arrematou todas as unidades. Os 1.000 clientes adicionais que adquiriram o modelo nesta etapa também contaram com os mesmos benefícios do primeiro lote, ou seja, um ano de seguro gratuito pela Porto Seguro (independente do perfil do segurado); um ano de mensalidade do tag Sem Parar e um ano do aplicativo de audiobook 12 Minutos.
"Assim como aconteceu na pré-venda, essa nova etapa de comercialização do Nivus foi um sucesso, comprovando a ótima aceitação que o modelo teve por parte dos consumidores e todo potencial que ele tem no mercado, com seu design inovador e muita tecnologia embarcada", disse Gustavo Schmidt, vice-presidente de Vendas e Marketing da Volkswagen do Brasil.

Divulgação     Ação de responsabilidade social da ZF em face à pandemia

MÁSCARAS – A ZF está doando 10.000 máscaras descartáveis para instituições sociais e de saúde nas comunidades onde a empresa mantém unidades industriais, no interior de São Paulo. De acordo com Ana Carolina Gonçalves, vice-presidente de Recursos Humanos, a iniciativa integra um conjunto de ações de responsabilidade social conduzidas pela empresa.
A entrega das doações ocorre em Sorocaba, à Santa Casa de Misericórdia, ao Hospital Infantil Gpaci, ao Hospital CHS II Adib Jatene e ao Conjunto Hospitalar de Sorocaba I. Já em Limeira serão beneficiados o Centro de Aprendizado Metódico e Prático de Limeira CampL e a Associação de Amparo a Idosos Cantinho do Vovô.
Afirmou o presidente da ZF América do Sul, Carlos Delich: “O bem-estar da comunidade e de nossos colaboradores é uma prioridade. Temos muito a agradecer aos profissionais que atuam em prol de nossa sociedade, em especial aos da saúde”.

NOVIDADE – A Texaco Lubrificantes acaba de lançar o Havoline Full Synthetic CVT Fluid, desenvolvido para veículos com transmissão automática CVT (Transmissão continuamente variável), que representa todos os veículos das montadoras Honda e Nissan, por exemplo. A adoção do câmbio CVT por algumas montadoras é uma tendência global e a Texaco traz para a sua linha mais um produto com foco no futuro.
Este novo produto atende às especificações das principais montadoras, do Brasil e do mundo, proporcionando maior proteção contra o desgaste das peças metálicas e tem maior intervalo de troca em relação a outros produtos da mesma categoria, porque tem maior resistência à oxidação.
De acordo com o fabricante, também proporciona desempenho excepcional nas transferências de potência, maior conforto ao dirigir, além de evitar a corrosão e a formação de depósito, o que aumenta a vida útil do equipamento.

Divulgação   Aulas presenciais paralisadas: encomendas já tinham sido feitas

ÔNIBUS – A VW Caminhões e Ônibus acaba de entregar 146 novos ônibus ao programa Caminho da Escola, da Prefeitura de Porto Velho, em Rondônia. Os veículos fazem parte da licitação conquistada pela montadora para venda de 3.600 Volksbus a prefeituras e estados em todo o Brasil.
A frota é composta pelos Volksbus 15.190 ODR ORE3 (Ônibus Rural Escolar), com capacidade para atender a 59 alunos. Cerca de 5.300 estudantes, de 40 escolas diferentes, poderão utilizar o transporte em rotas rurais. As entregas foram feitas pela concessionária VW Buriti Caminhões e Ônibus.
“Embora as aulas presenciais não estejam ocorrendo, a prefeitura manteve os investimentos nas aquisições e seguimos fazendo as entregas com sucesso. Continuamos recebendo as adesões ao programa e os contratos assinados que firmam o pedido de compra e nos autorizam a entrega dos ônibus”, afirma Roberto Cortes, presidente e CEO da VW Caminhões e Ônibus.

RECARGA – Os centros automotivos da companhia Porto Seguro passam a oferecer pontos de recarga para carros elétricos e híbridos plug-in. Já são 16 lojas em operação no estado de São Paulo e outras 14 já estão recebendo os carregadores. Eles utilizam tomadas do tipo T2, compatível com mais de 90% dos veículos eletrificados que circulam pelo país. A recarga é gratuita e pode ser utilizada por clientes ou não da seguradora.

RECALL – A Honda convoca os proprietários dos modelos Civic, Accord, CR-V e Odyssey para substituição definitiva do insuflador do Airbag do motorista. Esta campanha envolve 34.937 veículos, com início de atendimento na próxima sexta-feira, 10.
A empresa informa que em caso de colisão primordialmente frontal de intensidade moderada ou severa, situação em que o acionamento do sistema de airbag é esperado, poderá haver o rompimento da estrutura do insuflador e, eventualmente, ocasionar a projeção de fragmentos metálicos no interior do veículo. Em outras situações, a bolsa do airbag pode não ser inflada com eficiência, perdendo a sua funcionalidade. Em casos extremos, o defeito pode causar, além de danos materiais, lesões graves ou até mesmo fatais aos ocupantes e/ou terceiros.
A substituição do item é gratuita e deverá ser realizada em qualquer concessionária autorizada da marca. Os veículos envolvidos são os modelos Civic 1996 a 2000, Accord modelo 1997 a 1999, CR-V modelo 1997 a 2000 e Odyssey modelo 1997. A consulta à necessidade do reparo deve ser feita no link www.honda.com.br/recall e o agendamento pode ser efetuado pelo mesmo endereço ou pelo fone 0800.701.3432.


Divulgação       Claudio: sistema educacional precisa se reinventar

ARTIGO
Educação a.C. e d.C.

Por Claudio Castro (*)

Cinco anos em três meses. O número pode assustar aos mais céticos, porém, essa é a estimativa do desenvolvimento da educação com o quadro da pandemia que se instalou mundo afora entre 2019 e 2020. Desde a Segunda Guerra Mundial, as escolas de todo o mundo não eram fechadas ao mesmo tempo e pelo mesmo motivo. Essa medida fez com que, especificamente no Brasil, as diferenças entre o público – seja ele federal, estadual ou municipal – e o privado fossem completamente escancaradas e, mais do nunca, enxergou-se que o sistema educacional brasileiro precisa se reinventar. A educação tradicional, que costumava caminhar a passos lentos no processo de digitalização, precisou acelerar, como nunca, sua modernização.
Mundialmente, mais de 1,5 bilhão de alunos e 60,3 milhões de professores de 165 países foram afetados pelo fechamento de escolas devido à pandemia do novo coronavírus. No Brasil, foram 52,8 milhões de alunos afetados, da educação infantil ao ensino superior. O que antes era um modelo engessado, com aulas tradicionais em sala, chamadas de presenças, provas com fiscais e horários definidos para educação física e recreio, por exemplo, tornou-se um modelo flexível com aulas on-line e gravadas, avaliações que não proíbem consulta e um aumento na interação dos estudantes com professores, seja durante a aula ou em chats dos sistemas de aula. Um modelo de ensino focado no resultado, onde o aluno torna-se responsável por seu aprendizado e as escolas precisam ensinar além das disciplinas tradicionais. Será preciso ensinar sobre gestão de tempo, empreendedorismo, educação financeira, além de desenvolver competências socioemocionais.
Antes do Covid-19 (a.C.) o termo da moda era “Educação 4.0”, em alusão à quarta revolução industrial, guiada pela internet, com digitalização, coleta e análise de dados. Uma iniciativa principalmente do setor privado para impulsionar os resultados do Brasil que, de acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nos coloca muito abaixo da média dos 79 países analisados na última avaliação. Em matemática, estamos na 70º posição; em ciências, na 66º; em leitura, somos o 57º. Porém, essa nova tendência caminhava a passos curtos, uma vez que poucas escolas ofereciam condições tecnológicas e estrutura pedagógica para suportar tamanhas mudanças.
A situação em que nos encontramos é difícil e desafiadora. A crise de aprendizagem já percebida em todo o mundo é resultado da ineficácia já presente no ensino presencial [analógico]. Os estudantes se formam nas escolas com déficits significativos em relação ao que deveriam ter aprendido e os impactos de uma educação básica problemática acontecem como uma cascata, prejudicando todos os ensinos posteriores.
Estamos assistindo a uma verdadeira revolução no ensino, onde educadores não apenas precisam, mas estão experimentando novas possibilidades de ensinar. É surpreendente ver como os estudantes, pais e escolas adotaram, efetivamente, um perfil colaborativo no processo de aprendizagem  e isso é um grande avanço para um dos setores mais resistentes às mudanças advindas das novas tecnologias. É o que chamamos de inovação aberta, com a participação de vários agentes.
Do ponto de vista de formação de professores, será preciso que o ensino superior reveja os currículos dos cursos, uma vez que a incorporação de tecnologias não é trabalhada pela grande maioria das faculdades de Pedagogia na formação inicial dos professores. A revolução que estamos vivendo na educação vai exigir que os profissionais façam uma aplicação bem feita da tecnologia no seu cotidiano e isso não significa apenas usar a tecnologia para a transmissão das aulas, mas quer dizer que é preciso desenvolver uma proposta e uma prática pedagógica baseada nela.
Não podemos deixar de analisar sob o ponto de vista econômico. A educação nunca mais será a mesma e muitas instituições de ensino não sobreviverão a essas mudanças. Planejamento passa a ser fundamental para que as escolas possam entender esses “novos alunos”, que buscam muito mais que uma formação escolar, mas desejam um projeto educacional inovador, focada nos resultados, com metodologias ativas e um ensino híbrido, que leve o estudante para o ambiente escolar presencial apenas quando for necessário.
Claro que a educação depois do coronavírus (d.C.) não terá uma conversão definitiva do ensino presencial para o virtual. Na era pós-pandemia, mais do que nunca, será necessário estar aliado à tecnologia. Temos que aproveitar este momento para aprender e desenvolver recursos tecnológicos que são essenciais para projetarmos o futuro, que já é presente. Um presente que exige estimular ainda mais o aprendizado e possibilitar, de maneira inteligente, o melhor uso das ferramentas e plataformas da internet.
(*) Claudio Castro é empreendedor, investidor-anjo, CEO e fundador da Ensinar Tecnologia, sócio da Pitang Consultoria, Sunrise, Brainy Resolutions, VP de Inovação da Sucesu-PE e do Instituto Êxito de Empreendedorismo.

Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br

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