segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Educação tecnológica no Porto


Divulgação     Para evitar que carentes sejam excluídos do mercado de trabalho

Nelson Tucci

Como parte das ações de sua transformação digital, o Porto de Santos lança o projeto "Um porto para o futuro", que vai selecionar 60 estudantes, entre 10 e 18 anos, para o programa de treinamento do “Instituto Amigu”, que leva educação tecnológica a crianças e adolescentes carentes a fim de evitar que sejam excluídos do mercado de trabalho futuramente.
O projeto será custeado pelos patrocinadores do Hack Porto, uma maratona tecnológica que integra a comemoração dos 30 anos da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegários (Abtra). Com duração de 30 horas ininterruptas, o Hack Porto acontecerá no próximo fim de semana, 7 e 8, objetivando encontrar soluções que melhorem a gestão dos planos de emergência no Porto de Santos e otimizem a análise de documentos exigidos no setor a partir das várias normas existentes.
Para se candidatar ao programa "Um porto para o futuro", as crianças e adolescentes devem ser filhos de funcionários de baixa renda das empresas associadas à Abtra. As aulas vão acontecer aos sábados, entre fevereiro e julho de 2020, nas instalações da Zero Treze Innovation Space, hub de inovação da Baixada Santista. O conteúdo do curso é composto por tecnologias exponenciais: inteligência artificial; IOT – internet das coisas; robótica; cloud computing; sistemas operacionais; e integração de APIs. Outras informações em www.portohacksantos.com.br

VITÓRIA – A transformação digital chegou aos portos: com o aumento do tráfego, ano a ano, é necessário contar com mais e mais tecnologia para continuar o transporte de forma eficaz. Com base nesta realidade, a Indra, empresa global de tecnologia e consultoria, implantou no Porto de Vitória uma solução pioneira no Brasil e na América Latina: o Sistema de Gerenciamento e Informação de Tráfego de Embarcações (VTMIS, na sigla em inglês), que tem como objetivo tornar mais segura a espera de navios e aumentar a eficiência da movimentação de embarcações no local.
Hoje, dois radares monitoram a entrada em mar aberto, a bacia do porto de Vitória, as áreas de fundeio e o acesso ao canal. As informações dos navios são reunidas em um único centro de processamento de dados e analisadas por equipes especializadas. “O VTMIS permite que informações de posicionamento geográfico e rastreabilidade das embarcações sejam obtidas, mesmo com condições meteoceanográficas adversas para a navegação. Por isso, permite ganho de eficiência e aumento da segurança”, afirma o coordenador de Gestão do Vessel Traffic System (VTS) do Porto de Vitória, Agostinho Sobral Sampaio.
Atualmente 70 portos são gerenciados, no mundo, com esta tecnologia. Entre outros, destaque-se a participação da Indra na ampliação do Canal do Panamá, a modernização da plataforma tecnológica global do porto de Valparaíso (Chile) e a implantação do VTMIS no porto de Southampton (Reino Unido).

SANTOS – O governo paulista entregou, sábado último, a primeira fase do projeto da "Nova Entrada de Santos", contemplando o viaduto na altura do km 65 da via Anchieta e uma passarela de pedestres no km 62.
Com investimentos de R$ 270 milhões, a entrada de Santos está sendo totalmente remodelada entre o km 59 e km 65 da rodovia Anchieta, para que o tráfego de entrada e saída da cidade ocorra apenas pelas pistas centrais, enquanto fluxo do porto se dê pelas pistas laterais.

Divulgação          Toyota Yaris: Maior Valor de Revenda-Autos 2019

REVENDA – O Toyota Yaris é o campeão do Selo Maior Valor de Revenda-Autos 2019. O anúncio foi feito na última sexta-feira, em tradicional churrascaria de São Paulo, pelo diretor da agência Autoinforme, Joel Leite, e seu parceiro Koichiro Matsuo, da Textofinal Comunicação. Na oportunidade estiveram reunidos os jornalistas especializados do mercado automotivo. Veículos & Negócios marcou presença, uma vez mais.
Na análise de mercado, o modelo Yaris obteve apenas 7,1% de desvalorização em um ano. A pesquisa abrangeu 17 categorias, no período de agosto de 2018 a agosto de 2019. A premiação geral da 6ª edição do SMVR-A ficou assim: Categoria Entrada, VW Up (8,1% de desvalorização em um ano); Hatch Médio, VW Golf (12,1%); Hatch Premium, Mini Cooper (11,2%); Híbrido Elétrico, Toyota Prius (11,2%); Minivan Monovolume, Spin (11,8%); Perua, Space Fox (16%); Picape Pequena, Saveiro (9,6%); Picape Compacta, Fiat Toro (12,2%); Picape Média, Toyota Hilux (9,1%), campeã pelo 6° ano consecutivo; Sedã de Entrada, Prisma (7,7%); Sedã Compacto, Honda City (8,6%); Sedã Médio, Corolla (9%); SUV Entrada, Creta (9,6%); SUV Compacto, Jeep Compass (9,1%); SUV Médio, TIguan (9,4%); SUV Grande, Toyota SW4 (9%); Hatch Compacto, também vencedor como Campeão Geral, está o Toyota Yaris (7,%).

Divulgação                                       Protótipo consumiu um ano de trabalho

ALUNOS – Alunos de graduação da Universidade Federal de Itajubá/MG, se uniram para fazer um carro elétrico. A empreitada levou um ano para ser concluída e o resultado foi apresentado em primeira mão na Fórmula SAE, ocorrida na semana passada em São Paulo. A competição estudantil é organizada pela Society of Automotive Engineers com o objetivo de propiciar aos estudantes de engenharia a oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, desenvolvendo um projeto completo e construindo um carro tipo Fórmula 1.
A equipe Cheetah E-Racing, formada pelos estudantes, desenvolveu o protótipo de um carro elétrico em local cedido pela universidade e usou alumínio em diversas aplicações por ser um material mais leve e resistente à corrosão.

Divulgação                                                  Projeto reuniu 60 alunos

“A parceria com a Hydro vai garantir que os componentes estruturais do carro sejam otimizados. As ligas de alumínio serão usadas em peças de extrema importância, como cubo, caixa de direção e mancais de transmissão. Tudo isso possibilitará uma redução do peso do nosso carro e como consequência, o aumento da sua eficiência”, comenta Douglas Shinkawa, membro da equipe Cheetah E-Racing. Durante os três dias da Fórmula SAE, os carros passam por provas estáticas e dinâmicas e por avaliações das performances de cada projeto na pista.



VENDAS – Com as 32 unidades emplacadas na última quarta-feira, 27, a Volvo ultrapassou o número de emplacamentos de todo o ano passado no mercado nacional (6.836 unidades). Os modelos XC60 e XC90 lideram suas respectivas categorias e colocaram a marca à frente também na venda de veículos híbridos plug-in.

LOGÍSTICA – A Associação Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas-NTC&Logística elegeu na quinta passada, 28, Francisco Pelucio como novo presidente. O ex-diretor financeiro comandará a entidade no próximo triênio, sucedendo a José Hélio Fernandes. Pelucio foi o candidato único indicado à presidência pelo Conselho Superior da Associação e o início de sua gestão será em 1° de janeiro de 2020.

Divulgação         Discovery Sport: modelo da Land Rover integra o Onçafari

ONÇA – Na mesma data em que é comemorado o Dia da Onça-Pintada, espécie eleita como símbolo brasileiro da conservação, a Land Rover anuncia parceria com a associação Onçafari, que trabalha pela preservação da biodiversidade em diversos biomas brasileiros, com ênfase em onças-pintadas e lobos-guarás. O apoio consiste na disponibilização de veículos da marca para auxiliar na logística do projeto. Para marcar o início da parceria, a partir de hoje o Land Rover Discovery Sport, mais versátil modelo da marca britânica de SUVs de luxo, auxiliará as atividades do Onçafari no Pantanal. “Buscamos por instituições que trabalham com projetos inovadores para a preservação do meio ambiente e de diferentes ecossistemas. Encontramos isso no Onçafari, que promove conexões com o Pantanal e com a onça-pintada por meio do ecoturismo, de pesquisa s e da conservação da espécie”, ressaltou Paulo Manzano, gerente de marca da Jaguar Land Rover.
O Discovery Sport, primeiro modelo da Land Rover a integrar o Onçafari, foi escolhido por ser fabricado no Brasil e ter a melhor a capacidade off-road, necessária para enfrentar os terrenos pantaneiros mais difíceis com o uso do sistema Terrain Response. O projeto Onçafari começou em 2011, com o fundador Mário Herberfeld, iniciando trabalhos de observação das onças-pintadas com o objetivo de proteger e conservar a espécie, que já esteve próxima da extinção em algumas regiões.
Durante esses oito anos de trabalho, a equipe do Onçafari realizou resgates, reintrodução à natureza e preservação de habitat com onças-pintadas na Amazônia, no Pantanal, no Cerrado e na Mata Atlântica. Até 2019, registraram-se mais de 3.300 avistamentos de onças, sendo que 98% dos visitantes encontraram onças.

SOCIAL – A inciativa e dedicação para promover e apoiar organizações sem fins lucrativos que desenvolvam tecnologias sociais e educacionais inovadoras rendeu comemorações na quinta-feira última, dia 28, na capital paulista. As três organizações vencedoras da 1ª edição do Prêmio Fundação Volkswagen foram avaliadas a partir do potencial de transformação social do negócio e receberam, cada uma, um prêmio no valor de R$ 100 mil. Além disso, ao longo de 2020, terão assessoria pós-investimento, a fim de garantir a efetividade do uso do recurso financeiro.
“O Prêmio Fundação Volkswagen nasceu de um desejo da instituição de aproximar o terceiro setor das inovações e estratégias dos negócios de impacto social, que já são uma realidade em todo o mundo. Para isso, mais do que uma premiação, o percurso construído ao longo dos últimos meses foi fundamental para garantir a perenidade e a sustentabilidade das soluções finalistas. Estamos certos de que todos saímos mais fortalecidos e inspirados desse processo, prontos para transformar positivamente a realidade em que vivemos”, celebrou Vitor Hugo Neia, Diretor de Administração e Relações Institucionais da Fundação VW.
Confira as organizações e projetos contemplados: Mobilidade Urbana - Projeto “Viver de Bike” – Instituto Aromeiazero, de São Paulo/SP. É um projeto estruturado a partir de um curso de mecânica básica de bicicletas e empreendedorismo. Cada aluno reforma uma bicicleta durante as aulas e fica com ela ao final. O excedente é vendido ou alugado para passeios, ações em escolas e outras formas de geração de renda; Mobilidade Social - Projeto “As Marias” – ONG Acreditar, de Glória de Goitá/PE. Trata-se de projeto focado em mulheres de baixa renda com atuação em diversos segmentos, como comércio, serviço, indústria e agricultura familiar, por meio da educação empreendedora, microcrédito orientado e desenvolvimento local; e, por fim, na categoria Inclusão de Pessoas com Deficiência, o vencedor foi o Projeto “Imersão Maker” – Instituto MeViro, de Brasília/DF. É um projeto de aprendizagem experiencial em que jovens com deficiência desenvolverão habilidades no uso de tecnologias de fabricação digital para a criação de projetos assistivos.

Divulgação    João Guilherme: etanol reduz a emissão de dióxido de carbono

ARTIGO
Quatro décadas de sustentabilidade do etanol
Por João Guilherme Sabino Ometto (*)

Apesar das recentes polêmicas sobre a Amazônia e algumas posições de nosso governo quanto a temas ambientais, o Brasil terá muito o que mostrar na Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP 25), de hoje a 13 de dezembro, em Madri. Coincidentemente, os biocombustíveis, protagonistas de algumas de nossas principais conquistas na luta contra o aquecimento da Terra, são objeto de duas comemorações importantes: a criação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), em 14 de novembro de 1975, há 44 anos; e o 40º aniversário (19 de setembro) da assinatura do protocolo que viabilizou a produção dos carros movidos a etanol, firmado entre a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e o Ministério da Indústria e Comércio.
O Proálcool, criado para que nosso país fizesse frente à crise internacional do petróleo nos anos de 1970, tornou-se um dos principais responsáveis por nossa capacidade de atender aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável na área ambiental. O esforço conjunto do setor sucroalcooleiro, organismos governamentais, instituições de pesquisa e indústria automotiva permitiu que o Brasil produzisse em escala um combustível mais limpo e renovável, aliado à tecnologia dos carros flex, apresentando uma solução concreta no combate às mudanças climáticas.
Nesse sentido, é gratificante lembrar o esforço que fizemos, envolvendo muitas pessoas com visão de futuro, para viabilizar uma tecnologia revolucionária nos setores industrial e energético: nos anos de 1970, quando presidi a Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil (STAB), formamos uma comissão, junto com outros dirigentes setoriais, para visitar centros de pesquisa empenhados no desenvolvimento do carro a álcool. Não havia no País capacitação para a produção de motores, fabricados no exterior, sendo apenas montados aqui. Por isso, foi necessário gerar know-how próprio.
Estavam engajados nesse processo, o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos, já avançadíssimo à época, e a Escola da USP, campus de São Carlos, onde eu havia me formado. Nas fábricas da Volkswagen, GM e Willys-Ford, um contingente de engenheiros, com equipamentos de última geração, estava igualmente mobilizado.
Nasciam, assim, os veículos a álcool brasileiros. A criatividade nacional também era demonstrada nas adaptações feitas pelos mecânicos, nas retíficas. Os caminhões das usinas do Nordeste e São Paulo tinham os motores convertidos. Aliás, essa capacidade de nossa gente de encontrar soluções já havia sido demonstrada na Segunda Guerra, quando faltou combustível. Lembro que meu pai tinha um carro a gasogênio, mas que subia a Serra do Mar utilizando álcool. O Proálcool foi um decisivo passo para o desenvolvimento da engenharia de motores no Brasil.
É graças a todo esse esforço que, na COP 25, poderemos demonstrar o quanto estamos avançados em algumas metas para 2030 do Acordo de Paris: do aumento previsto de 18% da participação de biocombustíveis (Renovabio), realizamos 17,4% e já superamos em 0,3 ponto percentual o compromisso de 45% dos renováveis na matriz energética nacional, que se tornou a mais limpa e diversificada do mundo.
Estudos do Brasil e do Exterior não deixam dúvidas de que o etanol reduz a emissão de dióxido de carbono em relação à gasolina. Quando produzido a partir da cana-de-açúcar, como no País, o resultado é ainda maior, pois os canaviais sequestram carbono na atmosfera em volume mais elevado do que o emitido na queima do combustível. A utilização do álcool nos veículos apresenta outra vantagem a ser lembrada: sua adição à gasolina, considerando sua capacidade de aumentar a octanagem, permitiu extinguir, nos anos 90, o poluente chumbo tetraetila como aditivo do combustível brasileiro.
Ao lembrarmos toda essa trajetória, devemos comemorar o fato de o Brasil ter quebrado o recorde de produção, consumo e venda de etanol na safra 2018/2019. Tal resultado mostra que nossa matriz energética pode ser cada vez mais limpa e renovável, alimentada por um combustível sustentável e cuja produção gera emprego, renda e investimentos, contribuindo, ainda, para que o Brasil cumpra seus compromissos com o Planeta.
(*) Engenheiro João Guilherme Sabino Ometto é vice-presidente do Conselho de Administração da Usina São Martinho e membro da Academia Nacional de Agricultura (ANA).

Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br

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