Nelson Tucci
Assim
como acontece no mercado de novos, a comercialização de usados também foi
afetada por fatores como a seletividade e o custo de crédito, e a queda no
poder de compra da população, além da própria escassez de veículos novos, que
interfere no mercado, já que muitos usados ou seminovos são negociados no
processo de compra de um zero quilômetro.
A
afirmação é de José Maurício Andreta Jr., presidente da Federação Nacional da
Distribuição de Veículo Automotores (Fenabrave), ao analisar a queda nas vendas
de usados em janeiro. De acordo com a entidade, o mês de janeiro último
apresenta queda de 27,35%, em comparação com mesmo mês de 2021, e também um
recuo de 29,89% sobre dezembro de 21.
Apesar
de os usados terem batido recorde histórico de transações, no segundo semestre
do ano passado, o mercado passou a ter ajustes de volume. “As vendas de
veículos usados vinham em um ritmo muito forte, na primeira metade do ano, e,
no segundo semestre, notamos um ajuste no ritmo. Tivemos um aumento de oferta
de alguns veículos novos, cujas fábricas conseguiram melhores volumes de
produção, e essa acomodação em usados ocorre naturalmente”, diz Andreta Jr.
LÍDER – O ano de 2021
foi auspicioso para a Fiat, marca que esteve na liderança do mercado
brasileiro. E em 22 entrou com tudo também, uma vez que em janeiro a marca
italiana registrou 23.300 emplacamentos. A Nova Strada continua a “nadar de
braçada” e encerrou o primeiro mês deste ano em primeiro lugar com 6.716
unidades (5,7% de participação total de mercado e 85% do segmento).
Mas
a Stellantis, dona da marca Fiat, tem mais motivos para comemorar a
performance. O Pulse, SUV desenvolvido e produzido pela Fiat no Brasil, vem
apresentando bons números de vendas e, em janeiro, teve 3.192 emplacamentos –
seu melhor resultado desde o lançamento, na segunda quinzena de outubro
passado. Na categoria, hoje é o quarto SUV mais vendido (10,1% de
participação).
Consolidado
janeiro, as cinco primeiras marcas do ranking nacional são: 1º) Fiat, com
19,98%; 2º) GM, conquistando 11,24%; 3º) VW, com 11,22%; 4º) Hyundai,
registrando 10,79%; e em 5º) Jeep, com 9,74% de market share.
BAIXAS – A fim de se
adequar às emissões de CO2, conforme as regras fixadas pelo Conselho Nacional
do Meio Ambiente (Conama), a Volkswagen precisou alterar seu mix de produtos,
no país, levando a algumas baixas. Exemplo: saem de linha todas as versões 1.6
de Gol, Voyage, Polo e Virtus.
Em
verdade, o mercado já esperava por isto desde o ano passado. Com esta mexida, a
VW só venderá os modelos hatch e sedã do Gol e Voyage em única opção: motor 1.0
de três cilindros, 12V, e aspirado.
Pode
ser este o último suspiro do Voyage, que deverá ser vendido durante 2022, mas
ainda não se sabe se vai encarar 2023. Uma nova família de SUVs compactos – a
ser produzida na plataforma MQB – já está sendo preparada.
CARGA – Você consegue
imaginar o Etios como um veículo de carga (leve)? Os argentinos, sim. Tanto que
aguardam a exportação da fábrica brasileira da Toyota do modelo “Etios Aibo”.
“Identificamos
um nicho de grande crescimento, com base no aumento do comércio on-line, a
necessidade cada vez mais urgente em reduzir prazos de entrega e utilização de
veículos pequenos para acessar áreas que, muitas vezes, veículos comerciais só
acessavam em horários controlados”, justifica Jorge Mussi, gerente geral de
pós-vendas da Toyota do Brasil, sobre este novo negócio.
O
Aibo (que, em japonês, significa parceiro) tem a traseira adaptada do Etios
para o transporte. Segundo Mussi, a ideia era manter, desde o início, as
características do veículo. “A suspensão, por exemplo, é a mesma, uma vez que o
cálculo de peso considerou a situação original do veículo. Com a retirada dos
componentes traseiros, abria-se a possibilidade de ganhos em 450 kg de carga e
1.200 litros de espaço”.
INVESTIMENTOS – A Iveco anunciou, no dia 10 último, investimentos de R$ 1 bilhão na América Latina até 2025. Este é o maior aporte já realizado pela montadora, na região, em 25 anos de operação local. De acordo com o presidente Márcio Querichelli, os recursos serão aplicados no desenvolvimento de novos produtos, manufatura e rede de concessionários.
“A
respeito dos novos produtos temos em curso o desenvolvimento de um novo motor a
gás que equipará uma oferta futura de caminhões e ônibus”, disse Querichelli,
adiantando que este processo também envolve a contratação de funcionários para
a unidade de Sete Lagoas/MG, atualmente com 2,5 mil trabalhadores.
PRESIDENTE – A Bridgestone
anunciou Vicente Marino como presidente da Bridgestone América Latina Sul. O
executivo chegou à Bridgestone em 2019 como diretor comercial na Bridgestone
EMIA (Europa, Rússia, Oriente Médio, Índia e África) e em seu novo cargo ficará
baseado em São Paulo.
Marino
tem a tarefa de conduzir os resultados comerciais, focando o crescimento
contínuo das operações da companhia, bem como gerar valor social e para o
cliente como uma empresa de soluções sustentáveis, diz a sua assessoria.
VELAS – A NGK, empresa japonesa especialista em velas, cabos de ignição e sensores de oxigênio, recebeu o troféu da premiação Renault Latam Quality Award – Best Supplier of the Year 2020 (Prêmio de Qualidade Renault América Latina – Melhor Fornecedor do Ano 2020, na tradução), entregue neste mês de fevereiro em cerimônia online. A companhia foi eleita pela terceira vez como a melhor fornecedora da Renault na América Latina.
FAVELAS – A Fundação
Grupo Volkswagen e a Gerando Falcões estão unindo forças para acelerar o
projeto “Favela 3D: Digna, Digital e Desenvolvida”, iniciativa da ONG voltada à
melhoria da qualidade de vida dos moradores de favelas. O foco está na solução
Favela Empreendedora, que irá fomentar o empreendedorismo na Favela Marte,
localizada em São José dos Campos/SP. Ela prevê a concepção de duas
cooperativas no local, de coleta seletiva e artesanato e costura.
Além
de aporte financeiro a Gerando Falcões, a parceria inclui outras possibilidades
de cooperação técnica relacionadas à atuação da Fundação Grupo Volkswagen, que
tem na mobilidade social e inclusão uma de suas causas prioritárias. Entre as
oportunidades, está a interação com participantes do projeto Costurando o
Futuro, iniciativa da fundação que promove o empreendedorismo em costura.
CONSÓRCIOS – O ano de 2021 é histórico para o mercado de consórcios, pois de acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), pela primeira vez o número de consorciados ativos ultrapassou 8 milhões no país, movimentando R$ 222,3 bilhões.
A
BR Consórcios, que reúne as marcas União, Araucária, Santa Emília, Lyscar,
Mapfre e Rede Lojacorr, por exemplo, confirma este bom momento nas vendas,
destacando as modalidades de automóveis e imóveis. Cada uma delas cresceu 10%
em relação a 2020. As vendas gerais, que reúnem ainda os consórcios de
motocicletas e serviços, tiveram desempenho 9% superior, que contribuíram para
um lucro líquido 22,04% maior do que no ano anterior.
ARTIGO
Perspectivas para os consórcios
em 2022
Por Paulo Roberto Rossi (*)
Depois
de bater recordes históricos em 2020 e 2021, apesar da pandemia, o sistema de consórcios
sinaliza continuidade para 2022. A adesão de 3,02 milhões e 3,46 milhões de
novos consorciados nos últimos dois anos, respectivamente, aponta o sistema de consórcios
ocupando espaço cada vez maior entre os que pretendem adquirir bens ou
contratar serviços, administrando parte de sua renda de maneira mais
conservadora e optando por introduzir o mecanismo como uma das formas de
aquisição em seus negócios.
Ao
atender os objetivos pessoais, familiares, profissionais e empresariais, o sistema
de consórcios provou estar, cada vez mais, presente na cultura financeira do
consumidor.
Com
mais conhecimentos sobre educação financeira, o brasileiro tem procurado
praticá-los, gerindo as finanças com responsabilidade, sem extravagâncias,
tornando sua vida financeira mais tranquila ao adquirir veículos automotores de
forma planejada e com custos mais baixos.
Ao
projetar os negócios para este ano, a Associação Brasileira de Administradoras
de Consórcios (ABAC) acredita que em 2022, ano em que o consórcio completa 60
anos, é possível repetir o bom desempenho alcançado em 2021.
As
boas perspectivas apoiam-se na expectativa de que o planejamento seja
incorporado na rotina do brasileiro, mantendo o consumidor mais cauteloso ao
adquirir automóveis, utilitários, motos ou caminhões, sem imediatismos,
cumprindo os compromissos financeiros assumidos.
No
encerramento de 2021, o sistema de consórcios atingiu 8,37 milhões de
participantes ativos, um dos mais altos registrados nos 59 anos de história,
divididos em 81,3% no setor de veículos automotores, 14,1% nos imóveis, 2,4% em
serviços e 2,2% em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis.
(*) Paulo Roberto Rossi é
presidente executivo da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios
(ABAC).
Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário