segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Cai a venda de usados

Divulgação          Diversos fatores afetaram a performance do segmento

Nelson Tucci

Assim como acontece no mercado de novos, a comercialização de usados também foi afetada por fatores como a seletividade e o custo de crédito, e a queda no poder de compra da população, além da própria escassez de veículos novos, que interfere no mercado, já que muitos usados ou seminovos são negociados no processo de compra de um zero quilômetro.

A afirmação é de José Maurício Andreta Jr., presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículo Automotores (Fenabrave), ao analisar a queda nas vendas de usados em janeiro. De acordo com a entidade, o mês de janeiro último apresenta queda de 27,35%, em comparação com mesmo mês de 2021, e também um recuo de 29,89% sobre dezembro de 21.

Apesar de os usados terem batido recorde histórico de transações, no segundo semestre do ano passado, o mercado passou a ter ajustes de volume. “As vendas de veículos usados vinham em um ritmo muito forte, na primeira metade do ano, e, no segundo semestre, notamos um ajuste no ritmo. Tivemos um aumento de oferta de alguns veículos novos, cujas fábricas conseguiram melhores volumes de produção, e essa acomodação em usados ocorre naturalmente”, diz Andreta Jr.


Divulgação           Pulse, modelo feito no Brasil, vai ganhando mercado

LÍDER – O ano de 2021 foi auspicioso para a Fiat, marca que esteve na liderança do mercado brasileiro. E em 22 entrou com tudo também, uma vez que em janeiro a marca italiana registrou 23.300 emplacamentos. A Nova Strada continua a “nadar de braçada” e encerrou o primeiro mês deste ano em primeiro lugar com 6.716 unidades (5,7% de participação total de mercado e 85% do segmento).

Mas a Stellantis, dona da marca Fiat, tem mais motivos para comemorar a performance. O Pulse, SUV desenvolvido e produzido pela Fiat no Brasil, vem apresentando bons números de vendas e, em janeiro, teve 3.192 emplacamentos – seu melhor resultado desde o lançamento, na segunda quinzena de outubro passado. Na categoria, hoje é o quarto SUV mais vendido (10,1% de participação).

Consolidado janeiro, as cinco primeiras marcas do ranking nacional são: 1º) Fiat, com 19,98%; 2º) GM, conquistando 11,24%; 3º) VW, com 11,22%; 4º) Hyundai, registrando 10,79%; e em 5º) Jeep, com 9,74% de market share.


BAIXAS – A fim de se adequar às emissões de CO2, conforme as regras fixadas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), a Volkswagen precisou alterar seu mix de produtos, no país, levando a algumas baixas. Exemplo: saem de linha todas as versões 1.6 de Gol, Voyage, Polo e Virtus.

Em verdade, o mercado já esperava por isto desde o ano passado. Com esta mexida, a VW só venderá os modelos hatch e sedã do Gol e Voyage em única opção: motor 1.0 de três cilindros, 12V, e aspirado.

Pode ser este o último suspiro do Voyage, que deverá ser vendido durante 2022, mas ainda não se sabe se vai encarar 2023. Uma nova família de SUVs compactos – a ser produzida na plataforma MQB – já está sendo preparada.


Divulgação           Novo modelo foi concebido para pequenas entregas

CARGA – Você consegue imaginar o Etios como um veículo de carga (leve)? Os argentinos, sim. Tanto que aguardam a exportação da fábrica brasileira da Toyota do modelo “Etios Aibo”.

“Identificamos um nicho de grande crescimento, com base no aumento do comércio on-line, a necessidade cada vez mais urgente em reduzir prazos de entrega e utilização de veículos pequenos para acessar áreas que, muitas vezes, veículos comerciais só acessavam em horários controlados”, justifica Jorge Mussi, gerente geral de pós-vendas da Toyota do Brasil, sobre este novo negócio.

O Aibo (que, em japonês, significa parceiro) tem a traseira adaptada do Etios para o transporte. Segundo Mussi, a ideia era manter, desde o início, as características do veículo. “A suspensão, por exemplo, é a mesma, uma vez que o cálculo de peso considerou a situação original do veículo. Com a retirada dos componentes traseiros, abria-se a possibilidade de ganhos em 450 kg de carga e 1.200 litros de espaço”.


INVESTIMENTOS – A Iveco anunciou, no dia 10 último, investimentos de R$ 1 bilhão na América Latina até 2025. Este é o maior aporte já realizado pela montadora, na região, em 25 anos de operação local. De acordo com o presidente Márcio Querichelli, os recursos serão aplicados no desenvolvimento de novos produtos, manufatura e rede de concessionários.

“A respeito dos novos produtos temos em curso o desenvolvimento de um novo motor a gás que equipará uma oferta futura de caminhões e ônibus”, disse Querichelli, adiantando que este processo também envolve a contratação de funcionários para a unidade de Sete Lagoas/MG, atualmente com 2,5 mil trabalhadores.


Divulgação            Marino: crescimento contínuo das operações

PRESIDENTE – A Bridgestone anunciou Vicente Marino como presidente da Bridgestone América Latina Sul. O executivo chegou à Bridgestone em 2019 como diretor comercial na Bridgestone EMIA (Europa, Rússia, Oriente Médio, Índia e África) e em seu novo cargo ficará baseado em São Paulo.

Marino tem a tarefa de conduzir os resultados comerciais, focando o crescimento contínuo das operações da companhia, bem como gerar valor social e para o cliente como uma empresa de soluções sustentáveis, diz a sua assessoria.


VELAS – A NGK, empresa japonesa especialista em velas, cabos de ignição e sensores de oxigênio, recebeu o troféu da premiação Renault Latam Quality Award – Best Supplier of the Year 2020 (Prêmio de Qualidade Renault América Latina – Melhor Fornecedor do Ano 2020, na tradução), entregue neste mês de fevereiro em cerimônia online. A companhia foi eleita pela terceira vez como a melhor fornecedora da Renault na América Latina.


Divulgação                          Fundação engaja-se no “Favela 3D”

FAVELAS – A Fundação Grupo Volkswagen e a Gerando Falcões estão unindo forças para acelerar o projeto “Favela 3D: Digna, Digital e Desenvolvida”, iniciativa da ONG voltada à melhoria da qualidade de vida dos moradores de favelas. O foco está na solução Favela Empreendedora, que irá fomentar o empreendedorismo na Favela Marte, localizada em São José dos Campos/SP. Ela prevê a concepção de duas cooperativas no local, de coleta seletiva e artesanato e costura.

Além de aporte financeiro a Gerando Falcões, a parceria inclui outras possibilidades de cooperação técnica relacionadas à atuação da Fundação Grupo Volkswagen, que tem na mobilidade social e inclusão uma de suas causas prioritárias. Entre as oportunidades, está a interação com participantes do projeto Costurando o Futuro, iniciativa da fundação que promove o empreendedorismo em costura.


CONSÓRCIOS – O ano de 2021 é histórico para o mercado de consórcios, pois de acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), pela primeira vez o número de consorciados ativos ultrapassou 8 milhões no país, movimentando R$ 222,3 bilhões.

A BR Consórcios, que reúne as marcas União, Araucária, Santa Emília, Lyscar, Mapfre e Rede Lojacorr, por exemplo, confirma este bom momento nas vendas, destacando as modalidades de automóveis e imóveis. Cada uma delas cresceu 10% em relação a 2020. As vendas gerais, que reúnem ainda os consórcios de motocicletas e serviços, tiveram desempenho 9% superior, que contribuíram para um lucro líquido 22,04% maior do que no ano anterior.


Divulgação  Paulo: “Repetir o bom desempenho alcançado em 2021”

ARTIGO

Perspectivas para os consórcios em 2022

Por Paulo Roberto Rossi (*)

Depois de bater recordes históricos em 2020 e 2021, apesar da pandemia, o sistema de consórcios sinaliza continuidade para 2022. A adesão de 3,02 milhões e 3,46 milhões de novos consorciados nos últimos dois anos, respectivamente, aponta o sistema de consórcios ocupando espaço cada vez maior entre os que pretendem adquirir bens ou contratar serviços, administrando parte de sua renda de maneira mais conservadora e optando por introduzir o mecanismo como uma das formas de aquisição em seus negócios.

Ao atender os objetivos pessoais, familiares, profissionais e empresariais, o sistema de consórcios provou estar, cada vez mais, presente na cultura financeira do consumidor.

Com mais conhecimentos sobre educação financeira, o brasileiro tem procurado praticá-los, gerindo as finanças com responsabilidade, sem extravagâncias, tornando sua vida financeira mais tranquila ao adquirir veículos automotores de forma planejada e com custos mais baixos.

Ao projetar os negócios para este ano, a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) acredita que em 2022, ano em que o consórcio completa 60 anos, é possível repetir o bom desempenho alcançado em 2021.

As boas perspectivas apoiam-se na expectativa de que o planejamento seja incorporado na rotina do brasileiro, mantendo o consumidor mais cauteloso ao adquirir automóveis, utilitários, motos ou caminhões, sem imediatismos, cumprindo os compromissos financeiros assumidos.

No encerramento de 2021, o sistema de consórcios atingiu 8,37 milhões de participantes ativos, um dos mais altos registrados nos 59 anos de história, divididos em 81,3% no setor de veículos automotores, 14,1% nos imóveis, 2,4% em serviços e 2,2% em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis.

(*) Paulo Roberto Rossi é presidente executivo da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC).


Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.

Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br

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