Nelson Tucci
A Stellantis mantém a liderança do mercado automotivo na
América do Sul. No acumulado do primeiro bimestre (janeiro e fevereiro), a
empresa vendeu 153,9 mil veículos na região, obtendo 24,2% de participação de
mercado, o que é um avanço de 0,8 % em relação ao mesmo período do ano passado.
No Brasil são 104,7 mil unidades comercializadas nos primeiros meses do ano, arrebatando 31,3% do mercado – o que representa, na prática, um avanço de 0,5 % na participação da Stellantis em relação ao ano anterior.
CHINAS – Polêmicas à parte com o alegado
excesso de importados pelas montadoras locais, o fato é que o interesse dos
brasileiros pelos veículos de origem chinesas cresceu nos últimos 12 meses. É o
que revela estudo do Webmotors Autoinsights, ferramenta que fornece dados e
informações sobre o mercado automotivo brasileiro, com base no comportamento
dos usuários da plataforma.
Segundo o levantamento, no período entre março de 2024 e
março de 2025, os modelos das quatro fabricantes chinesas mais vendidas no país
(BYD, CAOA Chery, GWM e JAC Motors) cresceram 51,4% no número de visitas
registradas em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Quando somado o total de visitas que os veículos das quatro marcas consideradas no levantamento registraram na plataforma, a CAOA Chery, que é brasileira, mas tem seus modelos desenvolvidos pela chinesa Chery, lidera com 47,9%, seguida pela BYD (31,9%), GWM (12,5%) e JAC Motors (7,59%).
CNH – No último mês de fevereiro, o
Senado Federal aprovou o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) nº 683/2024, que
ratifica o acordo entre Brasil e Itália para o reconhecimento recíproco das
carteiras de habilitação. Celebrado em junho de 2024 entre os governos dos dois
países, o tratado substitui o acordo anterior, vigente de 2018 a 2023, e tem
como objetivo facilitar a vida de brasileiros na Itália e de italianos que
residem no Brasil.
Segundo Renata Bueno, advogada, ex-parlamentar italiana e
presidente do Instituto Cidadania Italiana, essa é uma grande conquista para a
comunidade brasileira na Itália e também para os italianos que vivem no Brasil.
“A possibilidade de converter a CNH sem passar por um novo processo exaustivo
de aprendizagem é um direito que deveria ter sido garantido há muito tempo.
Essa medida reduz burocracias e garante mais segurança e comodidade para
todos”, argumenta.
De acordo com o Ministério dos Transportes, o PDL permite que brasileiros e italianos que possuam CNH válida e residam há menos de seis anos no outro país possam solicitar a conversão do documento sem a necessidade de frequentar autoescolas ou realizar exames teóricos e práticos. Essa mudança beneficia diretamente mais de 159 mil brasileiros que vivem na Itália e cerca de 800 mil cidadãos com nacionalidade italiana no Brasil, conforme dados da Embaixada da Itália.
EXPORTAÇÂO – O Uruguai avança na
integração do hidrogênio verde em sua matriz energética por meio do Projeto
Kahirós, consórcio que inclui a Hyundai Fidocar – importadora da Hyundai no
Uruguai; o Banco Santander; a Ventus – empresa especializada em energia
renovável e infraestrutura – e a Fraylog, fornecedora líder de logística de
madeira naquele país. No projeto, seis caminhões Hyundai FCEV do modelo Xcient Fuel
Cell 6x4 Tractor serão utilizados para transportar madeira por distâncias
superiores a 700 km com uma única recarga de hidrogênio.
Com um investimento de cerca de US$ 40 milhões do Banco
Santander, o projeto estabelecerá a primeira instalação de hidrogênio verde do
Uruguai, próxima à cidade de Fray Bentos. A construção está prevista para
começar até o final deste ano, com a instalação inicial de um parque solar
fotovoltaico de 4,8 MW, destinado a alimentar uma usina de eletrólise.
Esta fábrica produzirá 77 toneladas de hidrogênio anualmente,
que serão armazenadas e fornecidas para os caminhões Hyundai FCEV, disponíveis
para operações no primeiro semestre de 2026. Mais informações sobre o Projeto
Kahirós em www.kahiros.com.u
COMMODITIES – O Terminal Portuário de São Luís (TPSL), operado pela VLI, companhia de soluções logísticas que integram ferrovias, portos e terminais, acaba de ser habilitado para exportar milho ao mercado chinês, consolidando-se como um importante elo na cadeia logística brasileira. A conquista reflete não apenas o atendimento aos rigorosos protocolos fitossanitários exigidos pela China, mas, também, o potencial de crescimento do Arco Norte (Amapá, Amazonas, Maranhão, Par á e Rondônia) como rota estratégica para as exportações nacionais.
A demanda chinesa por milho brasileiro cresceu
significativamente após 2022, quando a guerra na Ucrânia impactou o
abastecimento de grãos na região. Diante disso, a China expandiu seus contratos
comerciais e, a partir de 2023, implementou protocolos de exigências
quarentenárias, incluindo critérios rigorosos relacionados a sementes e pragas
de ocorrência no Brasil.
Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br
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