Nelson Tucci
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea) aguardou o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco
Central, na véspera, para anunciar suas projeções 2024/25. E o BC, na saída de
Campos Neto, aumentou os juros em 1% esfriando o mercado de automotivo.
“Queríamos anunciar hoje os 3 milhões. Mas com a alta da
Selic de 1 ponto porcentual e a sinalização de mais 1 ponto e depois mais 1
ponto as coisas mudaram”, disse Márcio de Lima Leite, presidente da associação
das montadoras. Assim, ao invés dos 3 MM, o setor anunciou 2,8 milhões de
unidades para 2025, fechando este ano de 2024 com 2,65 milhões – representando
crescimento de 15% sobre o ano anterior (23).
No quesito importações, os senhores do mercado torceram o
nariz uma vez mais, lembrando que enquanto caem as exportações cresce o outro
lado da balança. As 70 mil unidades estocadas de carros elétricos chineses
incomoda, e muito, até porque o fluxo não parou. Uma conversa com o governo,
olho no olho, não está descartada.
CARBONO – A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) lançou o “Manifesto em Defesa da Descarbonização”, no dia 12 último. Na oportunidade, a diretoria, presidida por Marcus Vinícius Aguiar, destacou o trabalho de suas 45 Comissões Técnicas Permanentes e as parcerias com o governo e entidades nacionais visando a eficiência energética e a descarbonização.
Os carros brasileiros emitem 5 vezes menos gases do efeito
estufa que os europeus, por exemplo, mas o compromisso com a descarbonização
continua, já que o país é signatário do Acordo de Paris. Leia matéria completa
na edição impressa deste mês de dezembro.
REPÚDIO – A Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) distribuiu nota manifestando “veemente repúdio” à aprovação do Projeto de Lei 1510, ocorrida no dia 10 último, Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. O referido projeto concede isenção do IPVA para veículos leves movidos exclusivamente a hidrogênio ou híbridos, desde que limitados ao valor de R$ 250 mil.
“Ao estabelecer um
teto de preço arbitrário e não contemplar os veículos 100% elétricos, o projeto
evidencia uma política que privilegia determinados modelos e tecnologias. Essa
abordagem seletiva demonstra um grave descompasso com as prioridades globais de
descarbonização e transição para uma economia verde, além de contradizer o
discurso do liberalismo econômico pregado pela atual gestão do governo do estado
de São Paulo”, diz a nota.
E completa: “Uma política de incentivos fiscais precisa ser
ampla, transparente e focada em soluções que efetivamente contribuam para a
redução de emissões e o fortalecimento de uma matriz energética mais limpa e
abrangente e, principalmente, que não privilegie somente alguns em detrimento
de outros”.
USADOS – Cinco vezes maior que o volume de vendas dos 0 Km, o mercado de usados entra em momento de irreversível digitalização. A mudança de preços está mais dinâmica, o que pode representar grandes variações dos valores em questões de dias. Assim, o uso de IA torna-se fundamental.
O mercado de veículos usados e seminovos (autos e comerciais
leves) tem demonstrado um desempenho robusto nos últimos anos. Em 2023, foram
comercializadas 10,6 milhões de unidades, representando crescimento de 5% em
relação a 2022, quando foram vendidas 10,1 milhões de unidades. Tal volume de
vendas posiciona 2023 como o terceiro melhor ano na série histórica do setor,
ficando atrás apenas de 2021, com mais de 11,4 milhões de unidades vendidas, e
de 2019, com 10,9 milhões.
A Federação Nacional das Associações dos Revendedores de
Veículos Automotores (Fenauto) projeta que, em 2024, o mercado possa alcançar
algo próximo a marca de 13 milhões de veículos usados vendidos no país. Isso
representa uma proporção de aproximadamente cinco veículos usados vendidos para
cada veículo 0 Km, a maior do mundo levando em conta mercados maduros como EUA
e Europa.
INDICATA – No robusto mercado de usados, um dos pontos mais importantes para a saúde financeira de concessionárias, lojistas e grandes frotistas é a precificação, que hoje está muito mais dinâmica que no passado. Tabela de preços e o “faro” do avaliador de usados já não são mais suficientes e podem gerar prejuízos.
Dependendo do tamanho da operação, um concessionário ou
lojista pode deixar de ganhar entre 5% e 20% de sua margem anual devido a
cálculos equivocados. Para operações médias, isso pode representar dezenas ou
centenas de milhares de reais por ano para mais ou para menos. A Autorola,
empresa dinamarquesa que atua em mais de 20 países, acaba de trazer para o
Brasil a Indicata, metodologia de precificação que analisa mais de 600 mil
anúncios on-line diariamente e por meio da inteligência artificial realiza
análises aprofundadas sobre o comportamento de mercado de determinado veículo.
“É um serviço muito importante também para as locadoras e
montadoras que precisam ter um estudo claro sobre a depreciação de um veículo
por assinatura, por exemplo, para o cálculo do valor residual do contrato”,
explica Douglas Pontele, Head de Negócios da Indicata no Brasil.
Atendendo concessionárias por todo o país, e com exemplos
reais para melhor entendimento dos possíveis ganhos com a utilização da
plataforma, é possível, entre várias outras análises, saber qual é o índice
Giro de Mercado (GDM) de cada veículo, que indica quanto tempo em média ele
leva para ser comercializado. Exemplo: em um dos clientes que trabalham com a
Indicata, 32 veículos apresentavam um GDM acima de 70 dias, o que significa que
em um ano o giro do estoque é de 9,4 ou 301 unidades comercializadas por ano.
Já se esses 32 carros forem substituídos por veículos de melhor liquidez, com
um índice de GDM entre 30 a 40 dias, é possível saltar de 9,4 vezes o giro de
estoque anual para 23,3 vezes.
Em resumo, dá para ampliar a comercialização de 301 veículos
por ano para 746 carros. Esse aumento de 445 unidades, com uma estimativa média
de lucro por veículo, representou um ganho de R$ 2,23 milhões no fechamento
anual, em comparação com o resultado financeiro anterior.
FILTROS – Dia 6 deste mês a Wega Motors foi reconhecida com o primeiro lugar na categoria de filtros durante a 9ª Edição do Prêmio Melhores do Ano, promovido pelo Sindirepa RJ. A premiação, realizada no estado carioca, destacou os principais nomes do setor de reparação automotiva, em uma celebração que homenageia as melhores empresas escolhidas pelas oficinas.
O evento é uma referência no mercado automotivo e reúne
representantes de empresas, profissionais da reparação e líderes do setor para
valorizar os esforços daqueles que contribuem para a qualidade e a inovação no
segmento. “A Wega Motors se orgulha de ser eleita pelas oficinas do Rio de
Janeiro, pois isso reflete diretamente a confiança e a satisfação dos
profissionais que utilizam nossos filtros diariamente. Esse prêmio é mais do
que uma conquista, é um reconhecimento do trabalho que fazemos com dedicação
para atender às demandas do setor”, declarou o representante da empresa, Thiago
Messuca.
PRODUÇÃO – A Stellantis encerrou novembro com números históricos de produção na América do Sul, reafirmando sua posição de liderança no mercado automotivo da região. A empresa alcançou a marca de 90.171 veículos fabricados, superando o recorde anterior de 88.709 unidades, registrado em agosto último. Em 2024, todas as plantas da Stellantis na região alcançaram números expressivos no volume de produção.
No Brasil, o Polo Automotivo Stellantis de Betim/MG tem
registrado recordes mensais consecutivos desde agosto, com volumes superiores a
45 mil veículos/mês, alcançando o maior volume de produção desde a criação da
Stellantis em 2021. Somente em novembro, foram produzidos 45.486 veículos.
Já o Polo Automotivo de Goiana/PE, por sua vez, obteve seu
melhor desempenho de 2024 em agosto, com 22.381 veículos fabricados na planta
de Pernambuco, enquanto o de Polo de Porto Real/RJ atingiu a marca de 5.055
unidades produzidas em outubro.
ARGENTINA – Como parte do seu plano de investimento de US$ 100 milhões na Argentina, objetivando a construção de uma nova fábrica na província de Buenos Aires, a Mercedes-Benz Caminhões e Ônibus inaugurou seu novo Centro Logístico de Peças.
O Centro Logístico de Zárate é um passo importante no plano
de expansão da empresa na região. Com área de 10.300 m² e localização
estratégica, o centro otimizará a distribuição de autopeças e peças de
reposição para concessionárias e pontos de atendimento distribuídos pelo país.
ALIMENTOS – A Fiat chegou à 4ª
edição da campanha “A paixão alimenta”, que tem como objetivo arrecadar comida
para ajudar pessoas em situação de insegurança alimentar no Brasil. Segundo
informações da Organização das Nações Unidas (ONU), 8,4 milhões de brasileiros passaram
fome entre 2021 e 2023.
Desde o dia 13 (sexta última) as doações de alimentos não
perecíveis poderão ser feitas em qualquer concessionária Fiat no país.
Cumulativamente, “A paixão alimenta” arrecadou mais de 284 toneladas de
alimentos, que foram destinados a mais de 120 mil pessoas em situação de
vulnerabilidade em todo território nacional.
"A Fiat tem um compromisso com o bem-estar e a qualidade
de vida dos brasileiros”, comenta Alexandre Aquino, vice-presidente da Fiat
para a América do Sul. A campanha é realizada em parceria com o programa Mesa
Brasil Sesc, rede nacional de banco de alimentos mantida pelo Sesc (Serviço
Social do Comércio) que atua contra a fome e o desperdício, e faz parte do
guarda-chuva do pilar social do Fiat Comunità, projeto que desde 2021 usa a
força da marca para impulsionar temas sociais importantes para a sociedade.
PODCAST – No “POD+ Empresas” desta semana o tema de destaque é Felicidade. Com enfoque no âmbito corporativo, a discussão é sobre felicidade e produtividade. Confiram entrevista deste colunista com a simpática Cinthia Babler, em www.youtube.com/watch?v=RXOHyEJv248
Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no
site www.jornalperspectiva.com.br
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