Nelson Tucci
Em
alguns momentos, o setor automotivo serviu de referência para se medir o
andamento da economia. Isto porque a cadeia de serviços de uma montadora é
grande e, portanto, gera muitos empregos, impostos e consumo. Mas os tempos
andam tão conturbados que hoje não é mais referência, por estar o setor mais
desalinhado que o próprio país, ora por conta da pandemia, ora por conta do
fornecimento de componentes.
Entre
o final de março e início de abril os dois fatores acima citados – pandemia e
falta de componentes – contribuíram para o fechamento de indústrias no período,
em média de duas semanas.
Assim,
um resultado negativo anunciado pela Anfavea, a associação das montadoras, era
mais que previsível. Em abril a produção de veículos (leves, caminhões e
ônibus) caiu 4,7%, contra igual período do ano passado. Já abril contra março
(mês imediatamente anterior) registrou queda de 7,5% nas vendas. Caminhões e
ônibus recuaram 9,1% nas vendas de abril contra março deste ano. Exportações
caíram 7,9% na passagem de março para abril.
O
presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, mostrou um gráfico que situa o
Brasil em 7º lugar no mundo em termos de licenciamento (perdendo para China,
EUA, Japão, Alemanha, Índia e França), em 9º na produção e na 26ª posição em
exportação. O país produziu (em 2020) 2,1 milhões de unidades (contra 25,3 MM
da China, 14,5 MM dos EUA e 4,6 MM do Japão, só pra ficar nos primeiros
colocados), faturando US$ 5,8 BI. Diferentemente da Coreia do Sul, por exemplo,
que exporta mais da metade dos 4 MM de veículos produz, o Brasil está atendendo
(cerca de 90% do total) praticamente só o mercado interno e as exportações
estão muito a desejar. “Precisamos melhorar, e muito, este item”, comentou
Moraes, em entrevista à imprensa especializada na sexta-feira última.
MOTOS – Mas se de um lado os fabricantes de veículos leves e pesados amargaram recuos, de outro, os produtores de motocicletas comemoram. Abril registrou alta de 52,03% nas vendas do setor. Assim, quando se somam todos os veículos inclusas as motos, os emplacamentos sobem para 288.098 unidades.
“Havia um represamento de demanda, no segmento
de motos, que pode ser atendido com o aumento da produção, e isso provocou uma
certa distorção, pois notamos que a maior parte dos segmentos ainda sofre queda
nas vendas, pela escassez na oferta de produtos, provocada pela falta de
componentes e insumos na indústria e, também, em função dos períodos de
fechamento das concessionárias, durante os feriados estendidos, em São Paulo, e
demais decretos de restrição do comércio, em outros estados”, justificou
Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, entidade que reúne os
distribuidores de veículos.
AMARELO – O Departamento Nacional de Trânsito iniciou a campanha “Maio Amarelo”, na semana que passou. Objetivo é conscientizar a população sobre os cuidados que ajudam na redução do número de acidentes.
O
tema neste ano é “No trânsito, sua responsabilidade salva vidas”. Cabe lembrar
que a Assembleia Geral da ONU editou resolução definindo o período de 2011 a
2020 como a “Década das Ações para a Segurança no Trânsito”. Já entrarmos em outra
década, mas no Brasil ainda morrem cerca de 40.000 pessoas por ano com esse
tipo de acidente.
ROUBO – A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) divulgou seu tradicional levantamento mostrando que, em 2020, o Brasil registrou 14.159 ocorrências de roubos de cargas. Este relatório, divulgado desde 1998, tem como base as informações colhidas em fontes formais e informais, diz a entidade.
O
número é 23% menor em relação ao ano anterior, quando foram registrados 18.382
casos. O cenário ainda é preocupante, uma vez que prejuízos computados somam R$
1,2 bilhão. "Desde 2017 estamos acompanhando as estatísticas e vimos uma
redução gradual, o que é positivo, mas mesmo assim estamos falando de milhares de
roubos em todo o Brasil e a NTC, juntamente com os órgãos públicos e privados,
vai continuar trabalhando para que esses crimes não aconteçam mais",
afirma Francisco Pelucio, presidente da entidade.
No
quadro nacional, a região Sudeste continua sendo a mais afetada, totalizando
81,33% das ocorrências. Em seguida, aparecem as regiões Sul (8,89%), Nordeste
(6,66%), Centro-Oeste (1,91%) e a região Norte (1,21%). Entre os produtos mais
visados estão os gêneros alimentícios, cigarros, eletroeletrônicos, combustíveis,
bebidas, artigos farmacêuticos, autopeças, defensivos agrícolas e os têxteis.
PNEUS – A Goodyear,
tradicional fabricante de pneus, anuncia para o mercado brasileiro sua nova
linha de pneus para SUVs e pick-ups, a Wrangler Fortitude HT. De acordo com a
sua assessoria, o lançamento é uma evolução da linha Wrangler SUV, trazendo
maior quilometragem e economia de combustível que seu antecessor por meio de
diversas tecnologias desenvolvidas pela Goodyear.
A
nova linha vem para atender ao crescimento do segmento de SUVs e pick-ups no país,
cujo interesse dos consumidores pode se manter em alta no país neste e nos
próximos anos. Apenas no primeiro trimestre de 2021, por exemplo, esses modelos
representaram 37,2% dos emplacamentos, de acordo com dados da Anfavea. Os novos
pneus, que estarão disponíveis neste mês, serão majoritariamente para veículos
equipados com rodas a partir de Aro 16.
BMW – O mercado
brasileiro já aguarda a 6ª geração do modelo BMW M3, um dos carros mais
icônicos da marca bávara e que marcou presença na história do Salão de
Frankfurt, em 1985, com o primeiro E30: motor de 200 cv capaz de atingir
velocidade de até 230 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 6,7 segundos. O
veículo, considerado um dos melhores da BMW M, ganhou espaço no mercado, tanto
nas pistas quanto no dia a dia do motorista.
ENSAIOS – A Meritor
Brasil tem investido em melhorias de processos do Laboratório de Ensaios
Mecânicos (LEM), na ampliação e na modernização da capacidade dos testes
realizados na planta de Osasco/SP, elevando a segurança de seus colaboradores.
Nos últimos cinco anos, a principal
fornecedora de eixos e sistemas de drivetrain realizou a aquisição de novos
equipamentos, como o novo Four Square de 350hp (dinamômetro), novo módulo de
bombas e um moderno sistema de monitoramento, que em conjunto, proporciona mais
recursos na inserção de parâmetros capazes de contribuir significativamente com
o trabalho de engenharia no desenvolvimento e validações, em condições mais
próximas das aplicações adotadas pelos clientes, elevando a capabilidade e
confiabilidade do LEM.
“Todos
os produtos da Meritor Brasil, sejam novidades ou atualizações, são submetidos
a testes severos no LEM para validação e confirmação dos resultados,
principalmente se tratando de diferenciais e carcaças. Hoje, temos estrutura
completa para testarmos os nossos produtos e as demandas mais exigentes para
comprovação da performance em campo”, diz Armando Stefani, engenheiro de produto
senior da Meritor Brasil.
ALTA – A Ecorodovias divulgou movimento entre 26 de abril e 2 de maio registrando tráfego de 7,8 milhões de veículos pagantes, representando aumento de 51,7% na comparação com igual período do ano passado.
No
acumulado de 2021, o volume consolidado alcançou 133,2 milhões de veículos
(entre leves e pesados), representando alta de 18,3% na comparação com mesmo
período de 2020.
MODELO – A Stellantis acaba de criar uma nova modalidade de venda de veículos ao setor do agronegócio por meio de operações barter trade, do inglês, troca ou permuta. A nova forma de negócios contempla produtores rurais que poderão adquirir modelos das marcas Fiat, Jeep e Ram mediante o pagamento fixo e liquidado em grãos como soja, commodity cotada internacionalmente.
“Essa
parceria inovadora incrementará as vendas da Stellantis no setor do agronegócio
e permitirá aos produtores rurais a renovação de frotas e aquisição de veículos
de maneira facilitada. A modalidade da operação barter trade será uma maneira ágil para fomentar negócios com
produtores rurais, uma vez que utilizará uma modalidade de pagamento com a qual
eles já estão familiarizados. É um modelo de negócio que oferece segurança e
previsibilidade aos produtores”, anuncia Fabio Meira, diretor de Vendas Diretas
da Stellantis.
Nesta
primeira fase do projeto, 1,2 mil produtores de soja do Mato Grosso, Goiás,
Tocantins, Bahia, Paraná e Pará foram selecionados e podem se habilitar à
compra dos veículos.
RECALL – O Procon-SP orienta os consumidores sobre seus direitos, no que diz respeito ao recall de veículos modelos Porsche Taycan, 911 e 718, ano/modelo 2020-2022, fabricados entre 14/10/2020 e 19/01/2021, com números de chassis (iniciais) WP0AC2Y, WP0AA29 e WP0CB29. A Porsche deverá apresentar os esclarecimentos que se fizerem necessários, conforme determina o Código de Defesa do Consumidor, inclusive com informações claras e precisas sobre os riscos para o consumidor.
A
empresa informa a possibilidade de que as conexões rosqueadas no chassi dos
veículos em questão não tenham sido apertadas de acordo com as especificações
técnicas aplicáveis, devido ao corte insuficiente da linha de porcas de
fixação, o que pode causar o aumento de atrito nas referidas conexões
rosqueadas, não sendo possível garantir sua durabilidade.
Devido
a esse defeito, pode ocorrer movimentação das conexões rosqueadas no chassi
para além da posição devida quando da movimentação da direção do veículo pelo
condutor, o que pode causar instabilidade repentina na direção e perda de seu
controle, resultando em lesão e, em casos extremos, morte do condutor.
Para agendamento e mais informações a empresa disponibiliza o e-mail infobrasil@porsche.com.br
Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br
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