Nelson Tucci
O Brasil tem a necessidade – e o dever, portanto – de formular a sua própria estratégia em busca da mobilidade sustentável. Depender de tecnologias desenvolvidas no exterior não é, seguramente, o melhor caminho. Está aberta a discussão.
De
forma bem resumida foi o que disseram especialistas ouvidos pela Bright
Consulting, em live, no último dia 8. Da webinar Automotive Restart
participaram jornalistas convidados, mais Lauro Elias, diretor de operações
tecnológicas do Lactec (laboratório referência de tecnologia em testes de
veículos e motores elétricos), que chamou a atenção para o fato de alguns
países já subsidiarem o carro elétrico. “Será este o nosso caminho também?” –
questionou. Fernando Pfeiffer, gerente de Produtos da Renault falou dos
desafios das baterias para os elétricos e prevê queda de 15% ao ano no preço
(hoje responsável por cerca de 50% do valor do carro). A sua companhia já tem
mais de 300 mil veículos rodando, conectada a esta nova realidade, comentou.
No
mesmo evento Edson Orikassa, vice-presidente da Associação de Engenharia
Automotiva (AEA), pediu mais tempo para a adaptação da indústria, a fim de
“recuperar o tempo perdido”; e Evandro Gussi, presidente da Unica, tornou a
defender o etanol. Para ele, não há como falar em “emissão zero”, se a energia
gerada para abastecer o carro elétrico for de uma termoelétrica... De acordo
com o representante paulista, cujas usinas associadas são responsáveis por 54%
da produção de cana de açúcar do país, a reestruturação veicular elétrica
consumiria R$ 1,5 trilhão. “O ideal é que tenhamos uma
espécie de taylor made regional”, disparou.
MENO MALE – Que a indústria automotiva será penalizada, em números, no final deste ano, ninguém tem dúvida. Pudera, a pandemia atingiu a todos e, assim como este, tantos outros setores irão cambalear. No entanto, a Anfavea – a associação das montadoras – reviu suas projeções e diferentemente da queda de até 45% (comparando 2020 com 2019), já estima encolhimento entre 30% e 31%, com a produção total de 1,9 milhão de unidades neste ano.
Se
confirmada, a tendência ainda é negativamente alta, mas traz otimismo para a
cadeia que apresenta sinais lentos de recuperação ao longo das últimas semanas.
Até no item exportação a coisa melhorou, com previsão de 284 mil unidades. Em
volume financeiro isto significaria uma retração de 30% no faturamento (2020
contra 2019), perfazendo um índice ruim, porém bem melhor que a estimativa
anterior de queda de 50% nas vendas para o exterior.
ROUBO – De acordo com a “Dr. Localiza”, empresa de rastreamento de veículos, a pandemia não arrefeceu o ânimo dos amigos do alheio. Durante todo o primeiro semestre do ano foram roubados/furtados 16 mil veículos no estado de São Paulo. Ainda segundo a empresa, que afirma ter base de 36 mil clientes ativos, são os seguintes os veículos mais propensos ao roubo:
Motos:
Honda CG 160 (1º lugar), seguida dos modelos Honda XRE 300/300 e Honda CG 150
FAN;
Carros:
Chevrolet Ônix; Uno Mille; HB20. E, por fim, os utilitários: Fiorino Furgão;
Ducato e Ecosport.
GASES – Por meio de uma calculadora online desenvolvida pela Atvos, consumidores podem medir a quantidade de gases de efeito estufa que deixou de ser lançada na atmosfera ao abastecerem com etanol. Esta ferramenta é parte da campanha "Etanol que Renova", criada para conscientizar as pessoas sobre os benefícios ambientais de utilizar combustíveis limpos, e pode ser acessada em www.etanolquerenova.com.br
"Basta
informar quantos litros de etanol foram usados e a calculadora afere o
equivalente em árvores. Esperamos, assim, sensibilizar as pessoas a adotar
hábitos de consumo de baixo carbono", explica Genésio Lemos Couto, diretor
da Atvos, empresa produtora de etanol.
Atualmente,
61% da frota brasileira é flex, o que representa 29 milhões de veículos em
circulação, segundo levantamento do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria
de Componentes para Veículos Automotores). Com 57% usando gasolina, são quase 4
bilhões de gás carbônico lançados na atmosfera. Por hipótese, se toda a frota
flex fosse abastecida com etanol (que nem sempre tem um preço convidativo,
registre-se), esse volume cairia 62%. Isto porque o etanol – produzido a partir
da cana-de-açúcar – emite 89% menos gases causadores do efeito estufa comparado
com a gasolina, além de capturar na sua produção gases nocivos à atmosfera.
LANÇAMENTO
–
Com novidades em equipamentos em todas as versões, a linha 2021 do Honda Civic
se apresenta mais completa para os consumidores. O modelo foi eleito,
recentemente, como o sedã médio que menos desvaloriza no mercado brasileiro.
Desde a versão LX, o Civic oferece um pacote recheado de equipamentos, dos
quais se destacam: ar-condicionado digital, freio de estacionamento eletrônico
com função Brake-Hold, controle de cruzeiro, botão ECON de modo de condução
econômico, vidros elétricos com função "um toque" para subida/descida
em todas as posições, câmera para manobras em ré, rodas de liga leve de 17
polegadas e transmissão CVT.
Para
a linha 2021, todas as versões passam a ser equipadas com faróis com regulagem
elétrica de altura e sensor crepuscular. O LX ganha o sistema multimídia de 7
polegadas, com conectividade com Apple CarPlay e Android Auto, além de
iluminação no porta-luvas e nos espelhos dos para-sóis, enquanto as versões
Sport e EX passam a contar com o sistema Smart Key, que elimina a necessidade
da chave para a abertura e partida do veículo, que agora é feita por meio do
botão Push Start. A EX ganha ainda saídas de ar condicionado traseiras e sensor
de estacionamento traseiro.
O
modelo EXL, por sua vez, traz como principais novidades a adoção dos faróis
Full LED, bem como o farol de neblina em LED – os mesmos adotados no Touring –,
além de uma nova central multimídia de 7 polegadas com botão físico giratório
para controle do volume, o que torna mais cômoda a operação do sistema de
áudio. A versão Touring também ganha essa novidade na central multimídia e
mantém os seus equipamentos exclusivos, como o teto solar elétrico, o sistema
de áudio com 10 alto-falantes e 452 watts, a recarga de celular por indução e o
sistema LaneWatch de monitoramento de ponto cego por meio de câmera, dentre
outros itens.
APP – A Takao está lançando um novo aplicativo que vai revolucionar a relação com os clientes. Única marca do mercado a atender todos os componentes internos do motor, considerando as linhas de anéis, pistões, bronzinas, juntas, bombas d´agua e diversos outros componentes, em um total de mais 20 mil itens no catálogo, o app Takao está disponível na Google Play e prestes a estrear na Apple Store.
Inicialmente
criado para solucionar dúvidas técnicas na instalação das juntas da marca
Takao, como torque e sequência de aperto, o app Takao logo incluirá conteúdo a
respeito de montagem de pistões, anéis, bronzinas e outras famílias de produtos
da marca. O app informa ao mecânico tudo o que ele precisa saber na hora de
instalar a peça no motor do carro. E a operação é muito simples: o mecânico
baixa gratuitamente o aplicativo em seu celular, abre-o e aponta o leitor do
código de barras para a embalagem da peça.
SOLUÇÃO – Durante a fase mais crítica da pandemia de Covid-19 na economia brasileira, a Santos Brasil, empresa de operações portuárias e logísticas, listada em Bolsa, desenvolveu para seus clientes soluções para reduzir os impactos financeiros e operacionais provocados por quebras na cadeia de suprimentos. Exemplo disto foi a Mercedes-Benz Caminhões, que atua em um dos setores mais afetados pela crise e que sofreu paralisação temporária de produção. Para esse cliente, a Santos Brasil montou uma verdadeira "operação de guerra" para equacionar em tempo recorde e da maneira mais inteligente e econômica possível o destino de um grande volume contêineres importados e que chegaram ao Tecon Santos entre os meses de abril e maio.
A
solução encontrada para a carga que ficaria parada no Tecon Santos, uma vez que
a fábrica da montadora não tinha condições de recebê-la, envolveu a desova para
armazenagem no Clia Guarujá (recinto aduaneiro), na margem esquerda do Porto de
Santos, que conta com estrutura de ponta, e cross docking no fluxo inbound, com
a substituição dos contêineres importados por contêineres da Santos Brasil. A
gestão do estoque foi centralizada e, com a retomada das operações na Mercedes,
a fábrica voltou a ser alimentada com os produtos provenientes do Clia Guarujá,
do Centro de Distribuição da Santos Brasil em São Bernardo do Campo ou
diretamente do Tecon Santos, conforme a demanda, com operações just in time.
O
projeto desenvolvido pela Santos Brasil evitou que a Mercedes tivesse elevados
gastos com demurrage – valor que o armador cobra do importador por dia de
atraso do prazo previsto para devolução do contêiner vazio – e reduziu o
estresse operacional gerado pelo excesso de mercadoria na fábrica. A operação
para a montadora engloba a chegada dos contêineres no porto, a armazenagem no
Tecon Santos, no Clia e no Centro de Distribuição de São Bernardo.
Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br
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