Nelson Tucci
Tirar férias é sinônimo de descanso.
Ou era, no passado. Em tempos presentes, de pandemia, a vida ficou
desorganizada, inclusa nisto toda a economia – em nível global. Por isso a
dificuldade de planejamento, como as tradicionais “férias de final de ano” (ou
férias coletivas, como também conhecemos), por exemplo.
Os
meses de dezembro (corrente) e janeiro/22 serão afetados por paralisações em
todas as montadoras de automóveis, ônibus, caminhões e implementos. Cada uma
das fábricas verifica a sua necessidade de desligar a linha de produção pelo
período mais adequado. Ainda há falta de componentes e, portanto, estoque de
várias unidades “quase prontas” ocupando pátios.
O
caso da GM é um dos que se ajusta a esse “novo” calendário. Não é único,
evidentemente, mas serve bem para ilustrar. Depois de amargar o fechamento de
quase cinco meses, na unidade de Gravataí/RS, terá férias de quase um mês em São
Caetano do Sul/SP (20/12 a 17/01). Empregados e empregadores estarão
tecnicamente em férias nos próximos dias, mas... e a cabeça? Como entraremos em
2022? Aquela historinha da “recuperação em V” que o ministro da Economia
propalou parece que não vai vingar. E olha que de acelerar/brecar/acelerar o
pessoal da indústria automotiva entende um pouco.
IPVA – Em breve a população de São Paulo que tem automóvel vai se preparar para pagar o IPVA, o imposto anual que se paga aos estados. Em razão da valorização dos usados, é certo que o IPVA deste será maior que o do ano anterior. Até o fechamento desta coluna não existia valor fixado, mas há estimativa de aumento de 30% sobre o que você pagou no ano passado.
Os
proprietários de veículos tradicionais, movidos a gasolina e biocombustíveis,
deverão recolher imposto de 4% sobre o valor venal tomando por base a
estimativa de preços praticados no varejo realizada pela Tabela FIPE. Já os
veículos a álcool, elétricos ou a gás, calcularão alíquota de 3% sobre o valor
destes.
PREPARAÇÃO – A Renault, que tem aproximadamente 7% de market share de marca no mercado brasileiro, anunciou o nome do novo SUV, ora em preparação. É Austral, um veículo no qual a montadora francesa aposta suas fichas, pois entende que cairá no gosto do consumidor (que no geral já adotou o SUV como preferência) e, claro, terá o chamado “maior valor agregado” na comercialização, em relação aos sedãs e minis-qualquer-coisa.
TELEMETRIA – Com o
objetivo de otimizar o uso de máquinas em suas movimentações de cargas em
portos e terminais, a VLI – companhia de soluções logísticas que opera
terminais, ferrovias e portos – implantou um sistema de telemetria. De acordo
com a assessoria da empresa, a tecnologia foi testada no Terminal Integrador
Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), em Santos/SP, verificando ser
possível o acompanhamento real do uso das máquinas, agora dotadas de
equipamentos GPS. No primeiro ano da telemetria, a meta era a redução de custo
em R$ 1 milhão. No entanto, a economia chegou a R$ 1,93 milhão, isto é, quase o
dobro do previsto em apenas 12 meses.
De
acordo com o especialista em Transformação Digital da VLI, Luciano Gonçalves
Pereira, além dos ganhos financeiros, houve também um aumento na produtividade
por máquina: “Foi feita uma comparação do custo da máquina por tonelada, no
Tiplam, entre 2019 e 2020. Houve um aumento de 52% na produtividade por
máquina. Reduzimos máquinas, saímos de 14,48 para 12,12 por mês e, mesmo assim,
aumentou o volume de carga movimentada”.
INVESTIMENTOS – A Simpar, holding que controla as empresas JSL, Movida, Vamos (sendo estas três de capital aberto), CS Brasil, CS Infra, Original e BBC Leasing & Conta Digital, anunciou investimentos de R$ 10 bilhões para 2022, podendo chegar a R$ 12 bilhões. O montante resulta da soma dos orçamentos anuais das companhias, suportados pelas respectivas gerações de caixa, respeitando as estruturas de capital planejada e sem a necessidade de ofertas de ações no mercado (follow on).
“Os
excelentes números alcançados nesse primeiro ano de reorganização confirmam a
assertividade do movimento estratégico da Companhia”, declara Fernando Simões,
CEO da Simpar, destacando o lucro líquido de R$ 399 milhões, 358% maior quando
comparado ao mesmo período do ano passado; receita bruta de R$4,4 bilhões, alta
de 52% em relação ao mesmo período de 2020 e ROIC de 14,8% anualizado. Os
números referem-se ao terceiro trimestre do ano.
AQUISIÇÃO – A Vamos (veja nota acima), companhia de locação de caminhões, máquinas e equipamentos, anuncia a aquisição de 100% do controle da HM Empilhadeiras.
Avaliada
em R$ 150 milhões, valor pelo qual foi adquirida, a empresa possui, nos últimos
12 meses, R$ 84 milhões de faturamento bruto, R$ 37 milhões de Ebitda (margem Ebitda
de 49%) e R$ 35 milhões de dívida líquida. Adicionalmente, a HM ainda possui R$
380 milhões de receita futura contratada.
Esta
aquisição adiciona 2.854 ativos à frota da Vamos, com a também incorporação das
três concessionárias Toyota de equipamentos intralogísticos em Ribeirão
Preto/SP, Pouso Alegre/MG e Bauru/SP.
ÉTICA – A Ouro Verde,
companhia paranaense especializada na gestão e terceirização de frotas, está
entre as empresas reconhecidas pelo selo Pró-Ética 2020/2021. A iniciativa é do
governo federal, por meio da Controladoria-Geral da União (CGU), e tem apoio da
Apex-Brasil, reconhecendo publicamente as organizações empresariais que se
destacaram pelo seu comprometimento com a prevenção e o combate à corrupção.
Neste
biênio, 327 empresas se candidataram para receber a certificação e 67 foram
reconhecidas como Empresa Pró-Ética 2020/2021. A Ouro Verde foi selecionada por
contar com um programa de integridade e um plano de governança. Alinhadas à
estratégia ESG da empresa, as ações resultaram na estruturação do Programa
Antissuborno e Anticorrupção e do Código de Conduta Ética Profissional.
"Estamos
orgulhosos pelo reconhecimento do selo Pró-Ética. Isso mostra que estamos no
caminho certo, pois contamos com programas estruturados e nossos profissionais
estão comprometidos com as melhores políticas de governança. Manter a reputação
da Ouro Verde no mais elevado nível é um dos valores da companhia", avalia
Laura Rymsza Barbosa, diretora Jurídica & Compliance da Ouro Verde.
ECORODOVIAS – A concessionária
EcoRodovias anunciou um novo CEO, anteriormente aprovado pelo Conselho de
Administração. Trata-se de Gianfranco Catrini, executivo com alta experiência
em infraestrutura, engenharia e construção. Depois de passar pela Ásia, Europa
e Estados Unidos, o italiano Catrini apresenta-se como gestor com foco em
resultados. A data de posse não foi informada, mas deverá ser no próximo mês,
já que o executivo encontra-se no país.
RECESSO – Reiterando a publicação da semana anterior, o blog Veículos & Negócios terá um breve recesso, na semana de Natal (entre os dias 20 e 26), voltando em seguida.
Neste
ano, ainda atípico, tivemos de nos desdobrar para continuar entregando a melhor
informação a você, leitor, e aos parceiros editoriais e comerciais. A todos
desejamos ÓTIMAS FESTAS!
Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br
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