segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Ford suspende demissões

Divulgação  Prazo de 90 dias para negociações entre montadora e trabalhadores

Nelson Tucci

A Ford do Brasil aceitou suspender as demissões nas unidades de Taubaté/SP e Camaçari/BA, após audiência de conciliação na Justiça do Trabalho. Com o acordo, as atividades estarão sendo retomadas nesta segunda-feira, 22.

Foi estipulado um prazo de 90 dias para negociações entre montadora e trabalhadores e até lá a produção será retomada e os salários e demais benefícios mantidos pela empresa.

Espera-se que as negociações envolvam também a matriz, nos Estados Unidos. Lembrando que o anúncio do fechamento das fábricas da Ford no Brasil ocorreu em 11 de janeiro. A montadora afirmou que concentraria sua produção sulamericana na Argentina e Uruguai, mantendo o escritório regional no Brasil. De acordo com o Dieese, o impacto da decisão da Ford representa a perda de 119 postos de trabalho.


CROSS – Em março a Toyota fará o lançamento do Corolla Cross, o primeiro SUV da marca produzido no país. Segundo a montadora japonesa, foi investido R$ 1 bilhão na fábrica de Sorocaba/SP para produção do modelo.


URBANO – A Mercedes convidou a imprensa especializada para o lançamento, online, do GLA 200 AMG Line, seu SUV urbano. Evento será na terça-feira, 23.


Divulgação           CEO Carlos Munhoz: manutenção de investimentos

SUCESSÃO – O Grupo Trambusti, pioneiro e líder no desenvolvimento de soluções termoacústicas, garante o nível de investimentos e empregos (1.500 diretos, em suas unidades de Diadema, Sorocaba e Porto Feliz, no interior de São Paulo, e de Betim, em MG) para 2021. No último dia 13 morreu o fundador da Formtap e consolidador do grupo, Fausto Trambusti, mas o atual CEO, Carlos Munhoz, assegura a continuidade e o comando dos negócios, uma vez que o Conselho já o tinha empossado, há quatro anos, como CEO.

“Vamos rodar as linhas e permitir a criação de novos produtos e, para tanto, os investimentos precisam são constantes”, diz Munhoz, ao acrescentar: “Este, aliás, é um dos legados do fundador, o sr. Fausto, que sempre acreditou no potencial de mercado e naquilo que produzimos, alinhados à inovação e sustentabilidade”.

O faturamento de 2020 ainda está sendo consolidado. Em 2019 o grupo faturou R$ 300 milhões com o negócio termoacústico que atende praticamente todas as montadoras no país. Para este ano o CEO da companhia prevê recuperação, com crescimento impulsionado por novas tecnologias, processos e produtividade. “O mundo está em acelerada transformação e a indústria automobilística, com a qual trabalhamos, é pioneira nisso. Por isso estamos perfeitamente alinhados com as tendências e nos manteremos atentos ao negócio”, conclui Munhoz, destacando o mercado de veículos elétricos e a indústria 4.0.


EMISSÕES – O grupo Jaguar Land Rover anunciou planejamento para zerar suas emissões, em toda a cadeia, até 2039. A estratégia, batizada de Reimagine, visa eliminar a pegada de carbono da companhia e seus fornecedores. Os motores a diesel serão extintos e substituídos pelo sistema de propulsão dos veículos elétricos.

Em se falando de Jaguar... 2.000 cabeças deverão rolar, em todo o mundo, conforme comunicou a própria empresa ao alegar “necessidade de cortes” para torná-la “mais ágil”. Espera-se que as unidades do Reino Unido sejam as mais atingidas.


Divulgação                     Produtos para várias marcas nacionais

REPOSIÇÃO – A Motorservice, divisão da Rheinmetall Automotive para o mercado de reposição, lança novos componentes no mercado: bombas d’água mecânica, radiadores de óleo e transdutor de pressão, além de arruelas de encosto para veículos de várias marcas.

A Pierburg oferece bombas de água para os veículos Audi A3, de vários anos de fabricação e A3 Sportback, de 2004 a 2013; Volkswagen Passat, de 2005 a 2010 e Passat Variant, de 1997 a 2000. Os radiadores de óleo da Pierburg são dirigidos aos veículos Audi 80 (1993 a 1994), A4 (1994 a 2000), A4 Avant (1995 a 2001), A6 e A6 Avant (1994 a 1997, ambos); Volkswagen Passat (1991 a 1996), Passat Variant (1991 a 2000), Transporter IV (1990 a 2003), Golf III (1992 a 1997) e Amarok (a partir de 2010). Já o transdutor de pressão da marca é indicado para diversas versões da Mercedes-Benz Sprinter e GLK-CLASS 220 CDI 4-matic, de 2008 a 2015.


Divulgação                                   Forte atuação em setores estratégicos

LOGÍSTICA – Segundo dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a balança comercial das exportações brasileiras do agronegócio registrou aumento de 4,1% em 2020 em relação a 2019, enquanto as vendas de medicamentos no mercado brasileiro cresceram 10,6% no último ano (levantamento da IQVIA). Já no e-commerce, de acordo com dados da Câmara Brasileira da Economia Digital e Neotrust, o faturamento no Brasil mais que dobrou em 2020, com crescimento de 122% registrado no acumulado do ano.

Assim, não faltou movimentação de cargas nesses setores. Uma das principais operadoras logísticas do Brasil, a Luft Logistics mantém forte atuação em setores considerados estratégicos da economia: agronegócio, saúde, e-commerce e varejo. “Buscamos estar sempre alguns passos à frente em diferentes aspectos, inclusive no que diz respeito às tecnologias necessárias para a implementação das operações logísticas mais ágeis e seguras possíveis”, disse Gustavo Saraiva, da Luft Logistics.

Nos últimos anos, o Grupo Luft tem realizado investimentos constantes em suas 30 unidades espalhadas pelo país. Entre estes, destacam-se os programas de treinamento das equipes, aumento e renovação das frotas próprias de caminhões, expansão das áreas de armazenagem – inclusive em câmara fria –, além de novas unidades em diferentes polos agrícolas brasileiros, apostando no Brasil que dá certo.


Divulgação     Recorde de movimentação em terminal do porto de Santos

PORTO – A Brasil Terminal Portuário (BTP) encerrou 2020 protagonizando um novo recorde de movimentação no porto de Santos. O terminal foi responsável pela operação de 1.160.418 contêineres, sendo a maior movimentação de unidades de contêineres já realizada em um único ano no maior porto do país. O novo índice supera em 2% a última melhor marca já registrada por um terminal.

De acordo o CEO Ricardo Arten, a marca histórica é motivo de orgulho para a empresa, “pois reflete o desempenho dos colaboradores e todos os investimentos já realizados no terminal. Mesmo em meio a tantos desafios que 2020 nos trouxe, nossos colaboradores seguiram firmes, e em segurança, no propósito de não deixar o porto parar. Temos como resultado a conquista desta marca histórica, que reafirma também a importância do porto de Santos para a economia do nosso país”.

Desde o início de suas operações em Santos, em novembro de 2013, a BTP tem demonstrado crescimento, não somente em movimentação, mas também em produtividade. “Mais importante ainda que atingir recordes de movimentação é mantermos a consistência em nossa performance operacional. E isso inclui segurança nas operações, infraestrutura de ponta, tecnologia, otimização dos processos, inovação e excelência no atendimento ao cliente”, afirma o dirigente.

Entre os investimentos previstos para este ano, ainda no primeiro semestre, está a implantação de um moderno e integrado sistema operacional (Opus).


SITE – Explanando a visão de ser líder em satisfação do cliente e inovação e buscando sempre a eficiência e a modernidade em seus serviços, o porto Itapoá utilizou estes conceitos em seu novo site institucional (portoitapoa.com) e no portal do cliente (clientes.portoitapoa.com), que foram remodelados e entraram no ar na última semana. O objetivo da reformulação desses dois ambientes é trazer mais facilidade para os clientes, parceiros e demais públicos de interesse.

O site e o portal são responsivos e podem ser acessados via celular, pois estão adequados à nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) referente às boas práticas e à governança no tratamento de dados pessoais.

O portal do cliente também está à disposição pelo email atendimento@portoitapoa.com


Divulgação         Negócios cresceram 40% em 2020, apesar da crise

PROMISSOR – O ano de 2021 já se mostra promissor para o mercado náutico brasileiro. O fabricante de lanchas Triton Yachts, por exemplo, espera bater o recorde de entregas dos últimos cinco anos somente no primeiro trimestre deste ano.

“Conseguirmos fechar 2020 com saldo positivo devido ao incremento de vendas especialmente no segundo semestre, o que refletiu no aumento de 40% em faturamento comparado com o anterior. E isto também gerou reflexos na produção e nas entregas para o início de 2021”, explica o diretor de marketing Allan Cechellero.

Os números da produção provocam reflexos em toda cadeia de produtos e serviços náuticos, especialmente brasileira, uma vez que 80% da matéria-prima utilizada nas lanchas da marca são nacionais. Em relação ao mercado de trabalho, para atender à demanda a Triton Yachts precisou ampliar em 20% o quadro de funcionários nos últimos seis meses.

Entre os modelos mais procurados da marca estão a Triton 300 Sport, a Triton 370 HT e a Triton 470 Fly, lanchas com preços que variam de R$ 400 mil a R$ 2,5 milhões. Para 2021, a marca – produtora de modelos que variam de 23 a 52 pés – pretende lançar duas novas embarcações, com espaços de convivência.


Divulgação         Camilo: “Precisamos continuar evoluindo”

ARTIGO

Combustíveis renováveis brasileiros: chave para a mobilidade sustentável.

Por Camilo Adas (*)

O Brasil começou sua jornada em busca de combustíveis alternativos em 1975 com a criação do Programa Nacional do Álcool, em resposta aos altos custos do preço mundial do petróleo. Naquela época não se percebia o impacto das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) para o aquecimento da atmosfera. As motivações se baseavam em fatores econômicos. Apesar disso, criamos uma base de capital intelectual para combustíveis renováveis que poucos países possuem.

Recentemente a expertise nacional foi capaz de desenvolver motores elétricos híbridos a etanol obtido a partir da cana-de-açúcar, um conceito que traz o benefício da eletrificação associado à emissão mais balanceada de CO2 no Ciclo do Poço à Roda [1].

Apesar dessa longa tradição no desenvolvimento de combustíveis renováveis, ocupamos papel pouco relevante no jogo mundial das novas tecnologias. Até aqui nos mostramos politicamente incapazes de convencer o mundo dos benefícios da nossa inventividade. Assistimos curiosos aos avanços internacionais numa atitude de colonizados. Continuamos olhando para além-mar admirados da genialidade estrangeira, e longe de assumir alguma relevância no jogo mundial.

Precisamos continuar evoluindo. Sabemos que o uso de biocombustíveis e óleos vegetais hidrogenados (HVO) é uma alternativa importante para a propulsão de motores movidos a óleo diesel. Como o etanol, essa alternativa pode coexistir e ampliar as opções para atenuar a progressão do aquecimento global. Uma vez equacionados os desafios para o investimento no beneficiamento industrial de sementes oleaginosas, é perfeitamente possível utilizar a mesma cadeia de distribuição, armazenamento e consumo existente hoje. Além disso, o uso da soja como matéria-prima para a obtenção de óleo traz vantagens econômicas.

A passividade brasileira se resolve pela articulação entre os diferentes setores da sociedade. A indústria, a academia, o terceiro setor e o governo precisam andar juntos para a definição de projetos de múltiplos aspectos estruturais. Isso se faz com informação e conhecimento. Temos o capital intelectual aqui mesmo para criar soluções viáveis, sustentáveis e com baixo impacto na infraestrutura.

Dito Isto, acredito que a inserção dos combustíveis renováveis brasileiros no debate mundial é fundamental para a definição de caminhos para a mobilidade sustentável, a qual é responsabilidade de todos aqueles que querem um futuro para o planeta. E a SAE Brasil está determinada a assumir o protagonismo nessa empreitada.

A camada atmosférica da terra é vital para a manutenção da civilização humana. Nela estão o nitrogênio, o oxigênio e outros gases que permitem ao nosso planeta ser o que é. Os GEE absorvem a radiação na frequência do infravermelho, influenciando na estabilidade da temperatura da atmosfera e no equilíbrio da vida. Os meios de transporte e seu ciclo energético são relevantes nesse processo.

Assim, se admitirmos que o movimento é inerente à vida, é indispensável compreender quais são os caminhos para a mobilidade sustentável capazes de atenuar cenários mais dramáticos para o aquecimento global. Felizmente esse debate se intensificou no mundo todo e vem ganhando corpo no Brasil. Mas em que medida a tecnologia brasileira pode influenciar no debate mundial?

Para chegar a essa resposta é preciso antes entender os fenômenos físicos do aquecimento da atmosfera. Uma análise do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) sobre a evolução da temperatura média global da superfície desde 1850, mostra que o aumento da temperatura atmosférica ficou entre 0 e 0,4 C até por volta dos anos 1960. A partir daí começou a subir bem mais rapidamente, aumentando cerca de 1C nas últimas três décadas.

Na maioria dos cenários, o IPCC afirma que é muito provável que a temperatura suba cerca de 1,5C a 2C nos próximos 40 anos em relação à base pré-industrial, o que leva à certeza da mudança da condição climática atual. Não se pode afirmar com total certeza em que medida o aquecimento global é influenciado por fatores ligados à mobilidade. Mas cabe a nós descobrir como contribuir para cenários mais favoráveis à manutenção da temperatura do planeta. No Brasil observamos evolução nessa área desde o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), instituído em 1986, que trouxe ganhos ambientais para as cidades do ponto de vista de poluentes locais (NOx e Material Particulado - MP) e para os GEE globais no caso do CO2. Mas precisamos ir além de controlar NOx e MP, calcular o impacto da obtenção e do uso da energia em toda a cadeia, e saber quanto CO2 é entregue à atmosfera no processo de geração, distribuição e consumo do combustível. Isso é algo complexo para rotas ligadas aos combustíveis fósseis e ainda em fase de conceituação para rotas mistas, em que a energia elétrica é usada como insumo para a propulsão veicular.

Em busca de soluções efetivas os países desenvolvidos perceberam a importância de novas tecnologias de propulsão para reduzir a emissão dos GEE, o que vem resultando em uma gama de soluções nos diferentes mercados, sendo a eletrificação a principal tendência. Entre as possibilidades estão os veículos híbridos com eletrificação leve, os totalmente elétricos que dependem de baterias recarregáveis, e também elétricos com propulsão a pilha de hidrogênio, que emergem como importante tendência de desenvolvimento, em especial para veículos comerciais de grande porte. As indústrias aeronáutica, ferroviária e naval também investem na busca de alternativas sustentáveis.

As soluções podem ser tão diversas quanto são as especificidades e necessidades dos mercados locais e, por isso mesmo, ainda há vários aspectos a serem avaliados. Entre eles a distribuição de postos de recarga nas grandes cidades, a adequação à matriz energética, a disponibilidade de matéria-prima nacional para a produção de baterias em larga escala, e mesmo como será feito o descarte após o final de sua vida útil. Esse debate ainda não está suficientemente estruturado no Brasil, mas é hora de inserirmos nosso potencial na agenda mundial da mobilidade sustentável.

[1] O Ciclo do Poço à Roda significa medir emissões de CO2 desde a obtenção do combustível em sua forma bruta, transporte e refino até a combustão nos motores e escapamento do veículo.

(*) Camilo Adas é presidente da SAE Brasil.


Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.

Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br

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