segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Vendas sobem em agosto. Mas...

Divulgação      Importação de veículos chineses tem tirado o sono da Anfavea

Nelson Tucci

Agosto foi o mês mais vigoroso em vendas diárias (média de 10,8 mil) para a indústria automotiva neste ano. Os números também apontam o melhor acumulado de oito meses (jan-ago), com 1,6 milhão de unidades produzidas, desde 2019. Mas... a irrefreável importação de veículos chineses tem tirado o sono da associação das montadoras, a Anfavea.

De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, existe um estoque de 81,7 mil veículos chineses eletrificados. Preocupante porque esses asiáticos venderam 72.476 veículos nos oito primeiros meses do ano, ou seja, o estoque é muito alto comparado às vendas – especialmente se estas representarem aumento de 339% sobre igual período de 2023, o que é o caso no Brasil.

“As fábricas estão acelerando em função não só da reação consistente do mercado interno, mas também pela quantidade de lançamentos importantes”, explicou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, ao justificar o resultado altamente positivo, só visto em outubro de 2019 (antes da pandemia, portanto).


USADOS – Com um dia útil a menos do que julho (23 dias), o mês de agosto (22) apresentou leve retração nas vendas de veículos usados, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). No mês que terminou foram negociadas 1.425.757 unidades, representando recuo de 2,7% em relação ao mês anterior (julho).

Entretanto, se comparado ao mesmo mês de 2023, registrou-se crescimento de 3,9%. No acumulado de janeiro a agosto deste ano, a comercialização atingiu 10.225.961 veículos, representando expansão de 8,4% sobre o mesmo período do ano anterior.


CARBONO – A Anfavea e o Boston Consulting Group (BCG) entregaram ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o novo estudo intitulado “Avançando nos Caminhos da Descarbonização Automotiva no Brasil”, dia 5 último. Trata-se de mais uma contribuição da entidade para a COP (a Conferência do Clima), a ser realizada este ano no Azerbaijão e em 2025 no Brasil (Belém do Pará). Atualmente, o setor automotivo emite 242 milhões de toneladas de CO2 por ano, o que representa cerca de 13% das emissões totais do Brasil.

Se o ritmo atual de crescimento for mantido, as emissões poderão atingir 256 milhões de toneladas em 2040. O estudo apresentado demonstra que, ao se intensificar o uso das novas tecnologias de propulsão desenvolvidas pelos fabricantes de veículos nacionais, combinadas com a maior utilização de biocombustíveis, “pode-se obter uma redução de até 280 milhões de toneladas de CO2 nos próximos 15 anos”.

Ainda segundo as montadoras, essa redução poderá ser mais expressiva, alcançando 400 milhões de toneladas de CO2 no mesmo período, caso sejam adotadas outras medidas combinadas, tais como: 1) Renovação da frota, 2) Inspeção veicular, 3) Aumento do poder calorífico dos biocombustíveis e 4) Implementação de programas de reciclagem veicular.


CRÉDITO – A Kia Corporation anunciou que a agência global de classificação de crédito S&P Global elevou a classificação de crédito de “BBB+” para “A–“. Na ocasião também foi apresentada a perspectiva de classificação de crédito “Estável” para a empresa.

Com esta atualização, a Kia recebeu a classificação de crédito “A” das três principais agências de classificação de crédito do mundo este ano, incluindo a Moody's e a Fitch Ratings.

Cabe destacar que poucas marcas automotivas globais receberam esta validação: Kia, Hyundai, Toyota, BMW e Mercedes-Benz.


Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.

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