Nelson Tucci
A
falta de componentes já causa estragos na indústria automotiva. No Brasil algo
próximo de 130 mil veículos deixaram de ser produzidos no primeiro semestre.
Isto equivale a 11% ou 12% de tudo o que se fez neste setor. Na América do
Sul (região em que o Brasil responde por 80% da produção) deixaram de ser
feitos mais de 160 mil veículos de janeiro a junho e, no mundo, o buraco é de
3,6 milhões de automóveis, calculado pelo Boston Consulting Group. A Anfavea
(associação das montadoras) revisou seus números para este ano.
“Nunca
foi tão difícil fazer uma previsão no Brasil”, desabafou Luiz Carlos Moraes,
presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, aos
jornalistas. Segundo ele, o crescimento na produção (anual de 2021 sobre 2020)
não deverá ser de 25%, mas de 22%, o que projeta 2,46 milhões de novos veículos
no país. Mas se de um lado os segmentos de leves estão mais moderados, sobrou
otimismo para os pesados (caminhões e ônibus), uma vez que o agronegócio e o
crescimento de frotas de caminhão (com a pandemia aumentaram as entregas das
compras online) elevaram projeções. Segundo a Anfavea, estes deverão ter crescimento
de 42% neste ano. A base é o desempenho das fábricas. Vistas separadas, as
unidades de caminhões produziram 74,7 mil unidades (da quais 58,7 mil já
licenciadas) nos seis primeiros meses, reportando ao desempenho de 2014.
IMPORTADOS – As 13 marcas
filiadas à Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de
Veículos Automotores (Abeifa), apresentaram, juntas, os números do primeiro
semestre. Foram 34.490 licenciamentos, entre unidades importadas e fabricadas
no país. Comparado com igual período de 2020 (quando tivemos praticamente dois
meses de paralisação), o desempenho é positivo em 48,1%. Na prática são 34.490
novos carros rodando. Separados, os importados representam +14,8% desse total,
enquanto os fabricados em solo nacional tiveram performance de + 80,4%.
Para
João Henrique Oliveira, presidente da entidade, outro fato marcante no semestre
foi a presença cada vez mais importante de veículos importados eletrificados,
que já ultrapassam a 40% de participação do mercado interno brasileiro.
REGULAMENTAÇÂO – Desde o dia
1º de julho a Abeifa tem uma nova categoria de associadas: a de Veículos
Recreativos. Três importadoras e fabricantes desse segmento passaram a compor
os quadros da entidade – BRP, CFMoto e Polaris –, “reforçando os princípios
desse setor com a importação, com o objetivo de trazer ao país tecnologias,
design e balizamento de preços e, também, com a contribuição de novas unidades
fabris”, destacou João Oliveira, presidente da associação, durante entrevista à
imprensa especializada.
Os
novos veículos, normalmente vistos em áreas remotas, participando de enduros,
trilhas e atividades no campo, pretendem circular livremente em ruas e avenidas
das grandes cidades. Para isso, no entanto, precisam de licença e a Abeifa se
propôs a fazer gestão junto aos órgãos federais de trânsito. Um dos argumentos
será o uso desses modelos em corredores turísticos.
CONSUMIDOR – No próximo dia 14 o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, receberá o diretor de Marketing, Comunicação e Product Design da Webmotors, Rafael Constantinou, para apresentar uma pesquisa inédita sobre o comportamento do consumidor brasileiro em relação a compra de carros em um ano de pandemia.
CAMPEÃO – O Bolt EV
fechou o primeiro semestre como o carro elétrico mais vendido da sua categoria,
a exemplo do ano anterior. Ao todo já existem cerca de 200 unidades do
crossover da GM, de zero emissão, rodando no país. "Os veículos com algum
tipo de propulsão elétrica ainda representam pequena parcela das vendas totais,
mas seus emplacamentos praticamente duplicam a cada ano no país. Isto mostra
que o potencial é enorme. No caso do Chevrolet Bolt EV, observamos que a
procura pelo modelo zero emissão é maior entre empresas. Isto porque cada vez
mais companhias estão adotando políticas mais sustentáveis, o que inclui a
frota de veículos", diz Marcelo Tezoto, gerente sênior de Vendas Diretas
da GM.
Segundo
uma consultoria internacional, em função do preço (lembrando que o modelo mais
barato custa R$ 160 mil e é da chinesa JAC) e distribuição de pontos de
recarga, os elétricos deverão ficar abaixo dos 10% no total de veículos
vendidos no Brasil pelo menos até 2030. Para a Boston Consulting, no plano
global os elétricos estão mais acelerados e prevê que dentro de cinco anos –
2026, portanto – metade dos veículos vendidos serão por propulsão elétrica.
De olhos bem abertos nesse mercado, a Chevrolet, por sua vez, anunciou recentemente que está triplicando o número de concessionárias habilitadas para comercializar e dar assistência técnica ao Bolt EV, passando de 26 para 79 pontos, o que coloca a marca como a rede de EVs mais capilarizada do país. O modelo desenvolve 203 cv com 37 kgfm de torque instantâneo. A autonomia das baterias de 66 kWh é de 416 km, em média, pelo ciclo EPA.
+1 – A se confirmar a informação (até aqui ainda em nível de especulação, publicada pelo jornal O Globo), a chinesa Great Wall Motors está de malas prontas para o Brasil. Segundo a mesma fonte, a pequena Iracemápolis (a 160 km da capital de São Paulo) abrigaria este novo player no mercado nacional que, assim, aproveitaria as instalações da Mercedes que ali produziu os micados Classe C e GLA até dezembro de 2020.
VENDAS – A Citroën chegou a 1,51% de market share no Brasil, afirma a Stellantis, controladora da marca, que comemora a venda de 2.566 unidades em junho último. Na América do Sul, a Citroën conquistou sua melhor participação de mercado desde 2018, com 2,05% no mês passado.
No
acumulado de janeiro a junho desse ano a Citroën cresceu 33% em volume de
vendas quando comparado ao mesmo período do ano passado, totalizando 9.160
veículos e uma participação de mercado também superior ao mesmo período do ano
passado.
CALCULADORA – Desde o
último dia 7 a Volkswagen do Brasil passa a oferecer uma calculadora digital
para saber qual combustível é mais vantajoso: etanol ou gasolina. Muito além da
questão financeira, a ferramenta mostra qual será a emissão de CO2 (dióxido de
carbono) de acordo com o combustível escolhido, considerando a metodologia "poço-à-roda".
Assim, o cliente pode olhar – ao mesmo tempo – para o bolso e para o meio
ambiente, destaca a montadora ao fazer o anúncio. "É mais uma entre várias
ações que estamos tomando com foco na descarbonização. Essa ferramenta, além de
ser um facilitador na vida dos clientes, que não precisam mais ficar fazendo
contas, ajuda na conscientização em relação à emissão de CO2, o principal gás
causador do efeito estufa e das mudanças climáticas, pois mostra a diferença na
quantidade de CO2 fóssil que o seu veículo irá emitir com cada
combustível", explica Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen América
Latina.
Esta
novidade está integrada ao aplicativo "Meu Volkswagen", que já
oferece uma ampla jornada digital ao cliente, que pode consultar informações de
seu veículo, agendar serviços e, agora, ver qual combustível é mais vantajoso
em poucos cliques.
A
calculadora já está disponível no App Meu Volkswagen para o sistema Android e,
em poucos dias, estará disponível para o sistema iOS.
RESERVA – A rede de estacionamentos Estapar oferece a oportunidade de reservar uma vaga com antecedência em aeroportos espalhados pelo país. Com este sistema de vagas online, as pessoas podem acessar o serviço através do aplicativo Vaga Inteligente, disponível nas lojas de smartphone Google Play e App Store ou no link www.estapar.com.br/estapar-reserva
Quem
precisa viajar, por exemplo, contará agora com a comodidade de ir até o
aeroporto com seu próprio carro, reservando a vaga e ao chegar do destino pode
se locomover diretamente para sua casa, reduzindo o contato com outras pessoas.
Além
disso, a rede instalou (em algumas vagas) pontos de recarga para carros
elétricos e híbridos no estacionamento do aeroporto de Congonhas/SP. Esta ação
faz parte do planejamento da companhia de reforçar seu compromisso com o futuro
da mobilidade e atender a nova demanda de eletrificação do mercado automotivo.
REVISÃO – Responsável
por absorver todo o impacto sofrido pelo automóvel nas mais adversas condições
de rodagem, o sistema de suspensão é um conjunto de componentes que atua em
tempo integral ligando o chassi às rodas, garantindo que elas sempre estejam em
contato com o solo, preservando o conforto e a segurança dos ocupantes do
veículo.
Os
principais e mais conhecidos componentes desse sistema são os amortecedores,
molas, pivôs e barra estabilizadora. Todos eles atuam em conjunto para realizar
o mesmo objetivo e, qualquer problema em cada um deles, desgasta o conjunto,
aumentando o desgaste dos itens, além de comprometer a dirigibilidade do
automóvel. Portanto, para garantir o bom funcionamento desse sistema, é
importante a revisão preventiva dos componentes. Segundo Jair Silva, gerente de
qualidade e serviços da Nakata, o intervalo varia de acordo com o tipo de uso
do veículo, por exemplo, aqueles que trafegam em solos irregulares ou fora da
estrada precisam de checagem em intervalos menores.
Quando necessárias as trocas de um desses componentes, o motorista precisa se atentar à procedência da peça, pois, somente dessa maneira estará garantindo o bom funcionamento de todo o conjunto. O selo do Inmetro estampado nas embalagens atesta a qualidade do produto, desenvolvido de acordo com as exigências técnicas. “Os produtos Nakata passam por diversos testes e rigoroso controle de qualidade, garantindo, assim, durabilidade e bom desempenho para oferecer segurança e conforto ao condutor e passageiros”, completa Silva.
HIDROGÊNIO – A Tupy
(listada na B3), líder mundial em fundição e usinagem de componentes
estruturais de alta complexidade metalúrgica, a Westport Fuel Systems Inc.
(listada na Nasdaq), líder global em combustíveis alternativos e tecnologias de
transporte de baixa emissão, e a AVL List GmbH, maior empresa independente do
mundo para desenvolvimento, simulação e teste na indústria automotiva, anunciam
acordo de colaboração para o desenvolvimento de um motor de combustão interna
(ICE, na sigla em inglês – Internal
Combustion Engine) de alta eficiência, movido a hidrogênio (H2) e destinado
ao transporte de cargas. A parceria visa combinar materiais de alta
complexidade, tecnologias de fundição e a mais recente tecnologia H2 ICE,
usando injeção direta de alta pressão.
O
hidrogênio é uma alternativa promissora de energia para aplicações de
transporte de carga. Além de ser carbono neutro, tem potencial para
reabastecimento rápido e pode ser usado para alimentar células de combustível e
ICEs. Embora ambas sejam carbono neutro, os ICEs de hidrogênio permitem o uso
de bases tecnológicas já existentes. A eficiência do powertrain será um fator-chave para garantir o custo acessível
desse tipo de solução para ônibus e caminhões.
NITROGÊNIO – Quem dirige
sabe a importância de manter seu veículo sempre em bom estado geral para evitar
acidentes. Para quem trabalha com transporte esse cuidado tem de ser redobrado,
principalmente quando o assunto é pneu. A Air Products explica as vantagens da
utilização dessa tecnologia, principalmente para pneus de veículos pesados, que
rodam grandes distâncias.
“O
ar comprimido, utilizado para encher os pneus dos veículos, é uma mistura de
gases, sendo os principais oxigênio e nitrogênio. Nesse caso, a perda de
pressão pode chegar a cinco libras por semana. Quando oferecemos a calibragem
apenas com nitrogênio para frotas de caminhões, diminuímos esse tempo entre
calibragens por uma razão simples: as moléculas desse gás são maiores e demoram
mais para sair pela borracha do pneu, que é permeável”, explica Omar Abreu,
técnico da Air Products. Na prática, os veículos de transporte que utilizam ar
comprimido precisam ter seus pneus calibrados semanalmente ou no máximo a cada
15 dias. Com o nitrogênio, esse tempo se prolonga para até 45 dias.
Outro
ganho proporcionado pelo nitrogênio, segundo a Air Products, é em economia. “O
segundo maior custo do transporte rodoviário hoje é, sem dúvida, o pneu,
perdendo apenas para o combustível. O nitrogênio representa em média 5 a 10% de
ganho na primeira vida útil do pneu e economia de cerca de quatro pneus por mês
para frotistas”, frisa o especialista.
LEILÃO – Nesta
segunda-feira, 12, às 10 horas, acontecerá o leilão da Mapfre Seguros no site
da Sato Leilões. O bem é uma aeronave Thrush Serie NR H80-166DC, com ano de
fabricação de 2014, e tem como valor inicial R$ 450 mil. A transferência da
aeronave será feita pela Mapfre em nome do arrematante e tanto a visitação
quanto a retirada acontecerá na cidade de Barretos em São Paulo. De acordo com
Antonio Hissao Sato Junior, leiloeiro oficial e CEO da Sato Leilões, “o bem é
uma ótima oportunidade para quem busca uma aeronave e tem um bom valor de
mercado”.
Para
participar do leilão é preciso estar cadastrado no site da Sato Leilões, ser
maior de idade e – importante! – ler atentamente o edital com as informações
sobre o bem.
SORTEIO – A Hyundai Motor Brasil, em parceria com a Shell Lubrificantes, lança a promoção “Inverno da Sorte”, que vai sortear três HB20 Sense zero quilômetro para os clientes que realizarem revisões periódicas, com troca de óleo Shell, nas concessionárias participantes em todo o país. A ação promocional é válida até 31 de outubro e o sorteio dos veículos será realizado pela loteria federal em 10 de novembro.
Além
de concorrer aos carros, aqueles que fizerem a manutenção programada no período
da promoção terão direito a um crédito de R$ 15 no cartão Shell Box (para
abastecimentos a partir de R$ 80) e poderão ganhar um vale-combustível de R$
100. No total, serão sorteados 600 vouchers entre os meses de agosto e
novembro. Mais informações sobre a promoção, a lista de concessionárias
participantes e o regulamento podem ser encontrados no site www.invernodasortehyundai.com.br
Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br
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