segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Autoescolas podem quebrar

Divulgação      Entidades são contra proposta do Ministério dos Transportes

Nelson Tucci

Se a proposta do Ministério dos Transportes de retirar a obrigatoriedade de aulas em autoescolas para obter a CNH vingar, vai existir quebradeira de autoescolas e desmonte de uma rede estruturada, acusa a Federação Nacional das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores (Feneauto), disponibilizando dados do setor.

Ygor Valença, presidente da entidade, alerta para os riscos de desmonte de uma rede estruturada ao longo de quase três décadas, “que hoje garante segurança viária, empregos formais, arrecadação de tributos e recursos para políticas sociais e habitacionais em todo o território nacional”.

O setor de formação de condutores no Brasil conta hoje com 15.757 CFCs em operação, que empregam direta e indiretamente 300 mil pessoas e movimentam uma massa salarial de R$ 429 milhões por mês, o equivalente a R$ 5,1 bilhões por ano, aponta a Feneauto.

“Daí porque o fim dos CFCs traria consequências irreversíveis à economia, à segurança viária e à sociedade. Manter a formação estruturada nas autoescolas é salvar vidas, preservar empregos, garantir arrecadação tributária e garantir a manutenção do tráfego brasileiro de forma sustentável”, enfatiza Valença.

IMPACTOS – A Feneauto projeta, ainda, uma perda imediata de R$14 bilhões por ano do faturamento do setor, e declinação de R$1,92 bilhão de arrecadação tributária, ressaltando que a legislação impõe como exigência de credenciamento dos CFCs a regularidade fiscal e tributária, ou seja, o completo adimplemento do pagamento de impostos. “O efeito dominó se alastraria, sobretudo, nos municípios médios e pequenos, os quais experimentariam queda do consumo local e encolhimento de arrecadação de ICMS e ISS. O custo social, relativo à subida de sinistros de trânsito, pode, por sua vez, encarecer ainda mais o dano, pois os acidentes correspondem a cerca de 3% do PIB nacional”, completa o presidente da entidade.


Divulgação                                 Há falta de qualificação no setor

MÃO DE OBRA – A falta de mão de obra qualificada é hoje o maior desafio das oficinas mecânicas brasileiras, segundo 33% dos profissionais ouvidos em pesquisa nacional conduzida pelo núcleo de inteligência de mercado da Oficina Brasil. Focada em informação estratégica, a empresa monitora o mercado de reposição automotiva. O estudo, que mapeia hábitos, características e tendências do setor, também revela um aftermarket em plena transformação, marcado pela digitalização crescente e pelo surgimento de um novo perfil profissional.

O setor movimenta R$ 60,2 bilhões ao ano apenas em peças técnicas e lubrificantes, com mais de 74,6 mil oficinas ativas e cerca de 300 mil profissionais espalhados pelo país. Apesar desse tamanho, a pesquisa demonstra que a baixa retenção e capacitação técnica impactam diretamente a operação das empresas, especialmente, diante do avanço da eletrificação e de novas tecnologias.

“A profissão do reparador está passando por um momento decisivo. Ao mesmo tempo em que vemos um profissional mais digital, mais qualificado e atento à gestão do negócio, ainda enfrentamos a dificuldade de formar e reter talentos. A qualificação contínua é fundamental para que esse novo perfil acompanhe a velocidade das transformações tecnológicas do setor”, afirma André Simões, diretor executivo da Oficina Brasil.


DADOS – Segundo o levantamento da Oficina, esses desafios se refletem nas principais “dores” do dia a dia das oficinas, que apontam:

. Escassez de mão de obra qualificada – 33%

. Atendimento à expectativa do cliente – 8,3%

. Tempo de entrega de peças – 7,4%

. Atrair novos clientes – 7,1%

. Falta de peças – 6%

. Preço das peças – 5,4%

. Dificuldade em atender à demanda – 5,1%

. Qualidade das peças – 4%

. Desafios de relacionamento com o cliente – 3,7%

O perfil atual do reparador brasileiro revela um profissional que, em grande parte, é também um empreendedor: 68% ocupam cargos de proprietário ou chefe de oficina. A idade média é de 42 anos, 74,8% são casados e 58,8% têm um a dois filhos. O nível de escolaridade ainda é limitado, com 72% tendo apenas o ensino médio e 18% com ensino superior completo.

A participação feminina no setor cresceu 230% desde 2019, passando de 5% para 16,5%. Entre os reparadores com até 24 anos, 43% são mulheres. Na faixa até 29 anos, o índice é de 37%. Além disso, 68% das profissionais já ocupam posições de liderança ou gestão.


Divulgação          Londrina, Curitiba e Cascavel, no PR, adotam o modelo

TESTE – Londrina/PR deu início a testes com um veículo elétrico no transporte coletivo, visando conectar pontos centrais da cidade a locais estratégicos, como rodoviária, aeroporto e shopping centers, com foco especial no atendimento ao turista.

O ônibus, com capacidade para até 80 passageiros, possui autonomia de mais de 270 quilômetros e integra os estudos voltados à descarbonização e à mobilidade sustentável no município. A iniciativa é conduzida pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), que testará o modelo Azure A13BR, da fabricante TEVX Higer.

Os testes contarão com a participação direta das duas concessionárias que operam o transporte coletivo na cidade: Transportes Coletivos Grande Londrina e Londrisul. Durante 20 dias, o veículo circulará em seis linhas de diferentes regiões, das 6 às 19h30. Para facilitar a identificação pelos usuários, o ônibus foi envelopado com design específico.


PADRÃO – A Rodobens deu início à operação da nova concessionária Mercedes-Benz em São José do Rio Preto/SP, a primeira do Brasil construída integralmente dentro dos padrões exigidos pela matriz da marca, na Alemanha.

Com investimento de R$ 8,4 milhões, a unidade é a única do país a reunir todos os elementos de design, tecnologia e atendimento estabelecidos pela montadora europeia.


Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.

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segunda-feira, 18 de agosto de 2025

GWM inaugura fábrica

Divulgação                Unidade ocupa instalações da antiga Mercedes

Nelson Tucci

A GWM Brasil acaba de inaugurar sua fábrica em Iracemápolis/SP. Esta é a primeira unidade produtiva da marca nas Américas e no Hemisfério Sul, e a terceira fora da China com base completa de produção – as outras estão localizadas na Rússia e na Tailândia.

A inauguração ocorreu na última sexta, 15, e contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho; do ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte do Brasil, Márcio França, entre outras autoridades.

Pela autotech, participaram Mu Feng, CEO da GWM global, e Parker Shi, presidente da GWM International, vindos da China especialmente para a cerimônia, além de Andy Zhang, presidente da GWM Brasil & México. Da GWM Brasil, estavam presentes os executivos Diego Fernandes (COO), Marcio Alfonso (Diretor de Produção) e Ricardo Bastos (Diretor de Assuntos Institucionais).

SUV – A fábrica de Iracemápolis, da GWM, inicia sua operação com três modelos: o SUV híbrido Haval H6 (disponível em quatro versões), a picape média Poer P30 e o SUV de 7 lugares Haval H9 (ambos com uma versão cada e equipados com motorização turbodiesel). Durante a solenidade, o presidente Lula fez questão de finalizar a produção do primeiro veículo fabricado pela GWM no Brasil, um Haval H6 GT branco, com a colocação do adesivo de “fabricado no Brasil”.

Com área total de 1,2 milhão de m² e área construída de 94 mil m², a unidade tem capacidade para produzir 50 mil veículos por ano. A estrutura conta com área de soldagem, linha de pintura robotizada, linha de montagem, sistemas de fornecimento de energia e equipamentos, além de uma cadeia de suprimentos e logística integrada.

A unidade de Iracemápolis conta atualmente com 600 trabalhadores e deve gerar até o final do ano cerca de 1.000 empregos diretos, alcançando no futuro mais de 2.000 vagas, quando iniciar o processo de exportação de veículos para a América Latina.


DESAFIO – A Nissan resolveu ousar. E lançou um desafio: o novo Nissan Kicks chegou ao mercado com novos atributos e quer demonstrar isso de forma clara e direta aos consumidores. Assim, a Nissan colocará unidades de alguns dos principais concorrentes do modelo nas concessionárias da marca de todo o país. A campanha "Comparou, Comprou" convida os clientes a fazerem uma comparação direta entre os modelos e descobrirem todas as qualidades e diferenciais da linha do novo Nissan Kicks.

Nas lojas, os consumidores poderão verificar, por exemplo, que o novo Nissan Kicks se sobressai em tecnologia, tamanho do porta-malas, torque do motor, entre outros. A ação ocorrerá nos finais de semana de 15 e 16 e 22 e 23 de agosto e oferecerá condições especiais para a venda.


LOGÍSTICA – A Bridgestone inaugurou novo Centro de Distribuição em Mauá, no ABC paulista, localizado a menos de 10 km da sua fábrica de Santo André, na mesma região, no condomínio logístico Golgi Mauá II.

A empresa disse que o novo CD gerou 220 empregos diretos. Esse novo empreendimento ocupa área construída de mais de 116 mil m², ofertando 107 vagas para carros, 95 para caminhões e 178 docas com niveladoras automáticas.


Divulgação              Novas cadeiras de rodas da campanha "Lacre Solidário"

SOCIAL – A SPMar, concessionária que administra o Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas, reforçou seu compromisso social em Suzano ao realizar mais uma etapa da campanha “Lacre Solidário”. Quatro novas cadeiras de rodas foram entregues na cidade, elevando o total da campanha para 75 doações, sendo 22 apenas no município de Suzano.

A campanha recolhe os anéis metálicos de latinhas de alumínio – materiais que, muitas vezes, seriam descartados. Cada cadeira de rodas doada é fruto da coleta de, em média, 140 garrafas pet de 2 litros cheias de lacres, o que equivale a aproximadamente 90 quilos do material reciclável.

 Qualquer pessoa pode participar dessa corrente do bem. As doações de lacres podem ser feitas nas praças de pedágio ou nas bases do SAU (Serviço de Atendimento ao Usuário) no Rodoanel.


Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.

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segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Anfavea revisa crescimento

Divulgação                    Estimativa para este ano recua crescimento para 5% 

Nelson Tucci

2025 deverá fechar com 2,765 milhões de veículos emplacados, o que, se confirmado, representa 5% de crescimento sobre o período anterior. A projeção é da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) que, entre outras variáveis, destaca o aumento dos juros e o tarifaço do Trump para justificar o recuo dos 6,3% anteriores.

A boa nova são as exportações. A revisão dos números saltou de 7,5% para 38,4% (sobre 2024, totalizando 551 mil unidades). O desempenho surpreendente do mercado argentino é responsável diretamente por esta elevação. Já o mercado de pesados (ônibus e caminhões) deverá ter recuo de 0,2% neste ano.


CHILE – O mercado chileno de veículos comerciais pesados começou o segundo semestre, a exemplo do ano passado. Em julho, foram vendidas 1.380 unidades, com elevação de 23,5% em comparação com as 1.117 do mesmo mês de 2024.

O destaque do mês foi a comercialização de 360 ônibus, representando 275% acima das 96 unidades do mesmo mês de 2024.Motivo é a incorporação de ônibus ao programa RED Movilidad na capital Santiago, e regiões, que representaram 61% das vendas de julho.

A liderança de marcas é da Mercedes-Benz, com 961unidades emplacadas, seguida pela Chevrolet, com 743, e Volvo, com 680 veículos.


CHINESES – A venda de modelos chineses impulsionou a participação dos eletrificados no mercado nacional, subindo de 6,7% para 10,9%.

De acordo com Igor Calvet, da Anfavea, o estoque de modelos chineses ainda é elevado “estando acima de 100 mil unidades.


Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.

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segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Mercado já tira o pé

Divulgação                   Retração de 2,9% em relação a julho de 2024

Nelson Tucci

O mercado nacional de veículos fechou julho último com alta de 9,3% sobre junho, mas com retração de 2,9% em relação a julho de 2024 (227.064). Houve 23 dias úteis no mês, contra 20 em junho, o que ajudou a sustentar o resultado mensal.

Os últimos dias do mês mostraram uma reação à publicação do Decreto 12.549, que instituiu o carro sustentável (veículos compactos com eficiência energética-ambiental e fabricados no Brasil), com IPI zero para alguns modelos. O impacto dessa medida, no entanto, deverá ser mais evidente durante esta primeira quinzena de agosto.

ACUMULADO – No acumulado do ano, o desempenho dos veículos permanece positivo, mas já mostra desaceleração: 1.352.277 unidades foram emplacadas de janeiro a julho, frente a 1.302.760 unidades no mesmo período de 2024, registrando crescimento de 3,8% (abaixo dos 4,9% registrados até junho).

Já a participação da venda direta foi de 44,7% em julho, abaixo dos 50% de junho e estável frente aos 44,4% de julho de 2024.

MARCAS – Veja a participação de mercado:

. Fiat: +1,0 p.p. (20,7% 21,7%)

. Nissan: +0,9 p.p. (2,6% 3,5%)

. Ford: +0,5 p.p. (2,0% 2,5%)

De outro lado, as maiores quedas são:

. Honda: –1,3 p.p. (4,6% 3,3%)

. Renault: –0,8 p.p. (5,1% 4,3%)

. Hyundai: –0,7 p.p. (8,0% 7,3%)

Top 5 montadoras em julho/2025:

1. Fiat: 21,7%

2. Volkswagen: 18,0%

3. General Motors: 10,7%

4. Toyota: 7,6%

5. Hyundai: 7,3%

ELÉTRICOS – Os veículos eletrificados atingiram 23.509 unidades em julho, equivalentes a 10,7% do total de vendas no mês. O resultado representa uma alta de 56,3% frente a julho de 2024 (15.043) e 14,0% acima de junho (20.616). No acumulado do ano, foram 134.664 unidades, representando crescimento de 44,3% sobre 2024 (93.326).

Os números são da Bright Consulting.


Divulgação                          Laboratório em Diadema, Grande ABC

LUBRIFICANTES – Com 200 m² de área dedicada exclusivamente à análise e desenvolvimento de lubrificantes, o laboratório da Usiblend, localizado na planta de Diadema/SP, é um ativo estratégico na criação de produtos de alta performance adaptados às condições específicas do mercado brasileiro. Em operação desde 2016, o espaço alia tecnologia de ponta, integração com montadoras e metodologias rigorosas para assegurar que cada formulação atenda aos mais altos padrões de qualidade, durabilidade e desempenho.

Essa estrutura laboratorial ganha ainda mais relevância no novo ciclo industrial iniciado com a criação da Usiblend, marca que assume a operação fabril após a aquisição da YPF Lubrificantes pela Usiquímica, em dezembro do ano passado.

A rotina do laboratório envolve mais de 2.600 análises mensais, abrangendo todas as etapas da cadeia produtiva – do recebimento de matérias-primas ao controle de processo e liberação do produto final. Equipado com mais de 20 instrumentos automáticos, o espaço combina agilidade e precisão, com tempo médio de resposta de apenas 25 minutos para os testes mais críticos.


CNH – O governo, por meio do Ministério dos Transportes, tem intenção de acabar com a obrigatoriedade das aulas nos Centros de Formação de Condutores (auto escolas) para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, a CNH. As provas, no entanto, seriam mantidas para exames prático e teórico.

Com isto se criaria a figura do instrutor autônomo e o aprendiz poderia escolher se quer fazer ou onde faria seu treinamento. O assunto é novo e promete bons debates doravante.


Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.

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