Nelson Tucci
Agosto foi o mês mais vigoroso em vendas diárias (média de
10,8 mil) para a indústria automotiva neste ano. Os números também apontam o
melhor acumulado de oito meses (jan-ago), com 1,6 milhão de unidades
produzidas, desde 2019. Mas... a irrefreável importação de veículos chineses
tem tirado o sono da associação das montadoras, a Anfavea.
De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores, existe um estoque de 81,7 mil veículos chineses
eletrificados. Preocupante porque esses asiáticos venderam 72.476 veículos nos
oito primeiros meses do ano, ou seja, o estoque é muito alto comparado às
vendas – especialmente se estas representarem aumento de 339% sobre igual
período de 2023, o que é o caso no Brasil.
“As fábricas estão acelerando em função não só da reação
consistente do mercado interno, mas também pela quantidade de lançamentos
importantes”, explicou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, ao
justificar o resultado altamente positivo, só visto em outubro de 2019 (antes
da pandemia, portanto).
USADOS – Com um dia útil a menos do que julho (23 dias), o mês de agosto (22) apresentou leve retração nas vendas de veículos usados, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). No mês que terminou foram negociadas 1.425.757 unidades, representando recuo de 2,7% em relação ao mês anterior (julho).
Entretanto, se comparado ao mesmo mês de 2023, registrou-se
crescimento de 3,9%. No acumulado de janeiro a agosto deste ano, a
comercialização atingiu 10.225.961 veículos, representando expansão de 8,4%
sobre o mesmo período do ano anterior.
CARBONO – A Anfavea e o Boston Consulting Group (BCG) entregaram ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o novo estudo intitulado “Avançando nos Caminhos da Descarbonização Automotiva no Brasil”, dia 5 último. Trata-se de mais uma contribuição da entidade para a COP (a Conferência do Clima), a ser realizada este ano no Azerbaijão e em 2025 no Brasil (Belém do Pará). Atualmente, o setor automotivo emite 242 milhões de toneladas de CO2 por ano, o que representa cerca de 13% das emissões totais do Brasil.
Se o ritmo atual de crescimento for mantido, as emissões
poderão atingir 256 milhões de toneladas em 2040. O estudo apresentado
demonstra que, ao se intensificar o uso das novas tecnologias de propulsão
desenvolvidas pelos fabricantes de veículos nacionais, combinadas com a maior
utilização de biocombustíveis, “pode-se obter uma redução de até 280 milhões de
toneladas de CO2 nos próximos 15 anos”.
Ainda segundo as montadoras, essa redução poderá ser mais
expressiva, alcançando 400 milhões de toneladas de CO2 no mesmo período, caso
sejam adotadas outras medidas combinadas, tais como: 1) Renovação da frota, 2)
Inspeção veicular, 3) Aumento do poder calorífico dos biocombustíveis e 4)
Implementação de programas de reciclagem veicular.
CRÉDITO – A Kia Corporation anunciou que a agência global de classificação de crédito S&P Global elevou a classificação de crédito de “BBB+” para “A–“. Na ocasião também foi apresentada a perspectiva de classificação de crédito “Estável” para a empresa.
Com esta atualização, a Kia recebeu a classificação de
crédito “A” das três principais agências de classificação de crédito do mundo
este ano, incluindo a Moody's e a Fitch Ratings.
Cabe destacar que poucas marcas automotivas globais receberam
esta validação: Kia, Hyundai, Toyota, BMW e Mercedes-Benz.
Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
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