Nelson Tucci
Um aumento de 7 mil para 42,8 mil unidades, em cinco meses,
na importação, é suficiente para tirar o sono; inclusive da poderosa indústria
automotiva “nacional”. Dos 159,3 mil automóveis importados, até aqui, em 2024,
nada menos que 27% vieram da China.
Na prática, trata-se de um crescimento de 510% no período. A
defesa dos fabricantes locais é a taxa de importação, que passará a ser de 18%
no próximo mês. E, depois, para 25%. Mas será este um fator de inibição para os
chineses tirarem o olho do Brasil?
“Não queremos guerra com os importados, por isso dizemos que
temos de avaliar o atual momento com cautela. Mas não podemos colocar nossos
investimentos em risco e, por isso, seguiremos acompanhando esse movimento de
alta da venda de carros chineses no Brasil”, explicou o presidente da Anfavea
(associação das montadoras estabelecidas no país), Márcio de Lima Leite.
As montadoras, que antes ameaçavam com demissão em massa,
diante da queda de produção/vendas, agora alertam o governo sobre a efetivação
dos investimentos prometidos. Estão todos de olhos bem abertos.
DISTRIBUIÇÃO – Em maio último, as transações de veículos usados (modelos e segmentos em geral) registraram retração de 8,2% sobre abril e de 5,2% comparado a maio de 2023. No acumulado deste ano, porém, os números seguem positivos em 6,6%. Informação é da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Para os automóveis leves, especificamente, houve queda de
9,1% na comparação com abril e de 5,4% ante o mesmo mês de 2023. Usados, com
até três anos de fabricação, representaram 11,8% do total transacionado no mês.
Já os pesados (caminhões usados) retraíram 7,4% sobre abril e 11,2% se
comparado a maio de 23.
“Acredito que dois fatores justificam a queda. Em maio,
tivemos um dia útil a menos na comparação com abril, o que sempre é refletido
nos números do setor. Além disso, a tragédia climática que afetou a região Sul
do país reflete no volume nacional, apesar de ainda estarmos avaliando o real
impacto das chuvas nas transações de veículos”, comenta Andreta Jr., presidente
da Fenabrave.
MOTOBOYS – Na sociedade da
mobilidade e da velocidade, eles se tornaram protagonistas. Por vezes xingados,
noutras exaltados pelos serviços prestados. Mas não há como esconder: na grande
maioria das vezes a atividade é marginalizada.
Buscando transformar esta imagem, ao compará-los a heróis do
desenvolvimento, os motoboys brasileiros estão ganhando um verdadeiro presente.
Vários deles terão suas histórias de vida contadas em um projeto multilinguagem
com livro, documentário e exposição itinerante.
Intitulada “Motoboys do Brasil”, a iniciativa é uma
realização da produtora Barro de Chão, com patrocínio da Lubrificantes Mobil e
viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura. O lançamento nacional acontecerá
no próximo dia 13, às 10 horas, no Pavilhão Social do G10 Favelas, em
Paraisópolis/SP.
ATUAL – O livro “Motoboys do Brasil” oferece uma perspectiva atual da profissão e inclui relatos pessoais e culturais de motoboys por todo o país, como é o caso de Orlando Padilha Júnior, conhecido nas ruas como Landinho. Motoboy paulista, ele divide sua rotina nas pistas com o serviço voluntário em um hospital infantil da capital. “Por trás de muitos capacetes têm um cara incrível, que cuida da família, que leva o pão e que está sempre de olho numa oportunidade de ajudar”, declara Landinho.
“Queremos derrubar muros, unir propósito e narrativas.
Lutamos a vida toda para nos distanciar de estereótipos, acabar com as
assimetrias. Projetos como este contribuem para encurtar essas distâncias
sociais e mostrar que, unindo esforços, podemos transformar a vida de muitos”,
diz Gilson Rodrigues, do G10 Favelas.
A mostra “Motoboys do Brasil” ficará em cartaz de 13 de junho
a 17 de julho no Pavilhão Social do G10 Favelas, com sessões de exibição do
documentário e visita guiada à exposição. Em julho, o projeto segue para
lançamento na região Nordeste, na cidade de Ilhéus, Bahia.
LIDERANÇA – A Stellantis encerrou maio como líder no mercado de automóveis e comerciais leves no Brasil, Argentina e América do Sul. Foram emplacados mais de 68 mil veículos na região, representando 22,4% de market share. No acumulado do ano, a empresa manteve seu desempenho de liderança no mercado sul-americano, com 333 mil unidades vendidas e 22,8% de participação.
No Brasil, a Stellantis encerrou o mês de maio com 53,9 mil
veículos emplacados, alcançando participação de mercado de 29,3%. No acumulado
do ano, a empresa mantém a liderança de vendas no país, com mais de 259 mil
unidades emplacadas e participação de 29,6% nas vendas totais no período.
Já na vizinha Argentina, a Stellantis avança na liderança do
mercado automotivo, com 8,8 mil unidades vendidas no quinto mês do ano. Se
visto o acumulado do ano, o mercado portenho registrou 45,7 mil veículos
emplacados, com uma participação de 31,6% da empresa.
SOCIAL – A Ford prorrogou até hoje, 10, as inscrições do seu Programa de Estágio Afirmativo 2024, 100% dedicado a mulheres, com mais de 45 vagas para universitárias das regiões de São Paulo e Tatuí/SP, e Salvador e Camaçari/BA. As estudantes selecionadas poderão atuar em diferentes áreas da companhia, incluindo Marketing, Desenvolvimento do Produto, Tecnologia, Finanças e demais setores administrativos. As inscrições podem ser feitas por meio da página da Ford no Linkedin. Ou, ainda pelo link https://media.ford.com/content/fordmedia/fsa/br/pt/news/2024/06/ford-prorroga-prazo-de-inscricao-do-programa-de-estagio-100--afi.html#:~:text=O%20Programa%20de%20Est%C3%A1gio%20Afirmativo,de%20ingl%C3%AAs%20de%20n%C3%ADvel%20intermedi%C3%A1rio
NÁUTICA – Desde 1º de junho, uma nova norma para a habilitação náutica entrou em vigor no país. A principal modificação da Norma 211 diz respeito à classificação do barco e à habilitação náutica do condutor, que precisam ser compatíveis. Estar de acordo com estes quesitos vai facilitar a contratação de seguro, garantindo as melhores condições ao proprietário ou operador.
As habilitações em vigor incluem o arrais amador, que pode
conduzir embarcação classificada como navegação interior; o mestre amador, para
embarcações classificadas como mar aberto costeira ou navegação costeira; o
capitão amador, para embarcações oceânicas ou navegação de mar aberto oceânica;
e, por fim, o motonauta, para motos aquáticas (jet skis).
É importante estar atento às novas classificações e se
adequar, pois além das penalidades aplicáveis, o descumprimento da norma trará
dificuldades na contratação do seguro. “Estamos alertando nossos clientes com
relação à nova normatização, para que estejam atentos antes da renovação ou
contratação de nova apólice”, destaca Camila Diniz, diretora comercial da
Vokan, corretora especializada em seguros náuticos.
Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
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site www.jornalperspectiva.com.br
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