Nelson Tucci
Se o projeto de Lei nº 1510/23 for aprovado pela Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo, proprietários de veículos híbridos (dotados
de motor elétrico e a combustão – por etanol), bem como os movidos a
hidrogênio, estarão isentos do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos
Automotores) a partir do próximo ano, até 2028.
Ônibus e caminhões movidos a hidrogênio ou gás natural
(incluso o biometano) também se beneficiarão da medida, ora em debate pelos
deputados paulistas. Para os pesados, a isenção ocorrerá em 2024 e 25 e o valor
dos veículos não poderá ultrapassar os R$ 250 mil.
Se de um lado a notícia agrada parcela de consumidores, de
outro causa preocupação, uma vez que os puramente elétricos ficam de fora dessa
discussão. A este propósito, a Associação Brasileira das Empresas Importadoras
e Fabricantes de Veículos Automotores, (Abeifa) emitiu nota aberta afirmando
que não contemplar os elétricos com a isenção é “um grave equívoco,
demonstrando falta de alinhamento com as tendências globais e compromissos
assumidos pelo Brasil”. Para a Abeifa, o
projeto do Executivo paulista configura “retrocesso nas políticas ambientais e
de mobilidade sustentável”.
Atualmente só a Toyota faz híbrido movido a motor elétrico e
a etanol. Pela tendência verificada no mercado, outras montadoras também
deverão ter este modelo de autoveículo pelos próximos meses.
NOVIDADE – A chinesa GWM acaba de
lançar no Brasil o híbrido plug-in Haval H6 PHEV19, modelo 2025, que chega às
concessionárias ainda em junho. De acordo com a montadora, o preço “promocional” de R$ 229 mil vai até o
dia 20 (quinta-feira desta semana) e a partir do dia 21 o preço será reajustado
para R$ 239 mil.
O modelo traz como novidade o sistema V2L (Vehicle to Load),
que permite o fornecimento de energia do carro para um aparelho elétrico
externo. Mas para o funcionamento do sistema é preciso um cabo especial, que
conta com três tomadas do padrão brasileiro dos benditos três pinos em uma das
extremidades.
Ao plugar a outra extremidade no bocal de recarga do carro, o
cabo fornecerá energia para até três equipamentos 220 V simultâneos, com
limitação de corrente máxima de 13 A e potência máxima combinada de até 3.300 W
– nesta condição de potência máxima de uso, a bateria fornece energia por até cinco
horas “sem consumir uma gota de combustível”, garantem os chineses. O cabo
especial será cobrado à parte, sendo oferecido como acessório homologado nas
concessionárias GWM até o início de agosto – ainda sem preço divulgado.
Com este recurso, o modelo poderá fornecer energia mesmo
quando a bateria do sistema híbrido estiver descarregada, já que o motor a
combustão do Haval H6 pode ser acionado para se transformar em um gerador para
recarregar tanto a bateria do próprio veículo quanto fornecer energia para
qualquer equipamento elétrico de 220V.
HIDROVIAS – A Hidrovias do Brasil
(HBSA3), empresa de capital aberto, focada em soluções logísticas integradas,
publicou a segunda edição do seu relatório de sustentabilidade (ano base 2023),
contemplando os desempenhos econômico, ambiental e social ao longo do último
ano. “Com isto, a companhia reafirma seu compromisso com a transparência, ética
e o desenvolvimento local”, enfatiza no documento.
A sustentabilidade está no centro do negócio e essa
característica vem transformando todo o setor logístico. Por meio da eficiência
operacional, no caso da Hidrovias, o transporte de maior volume de cargas em
uma única viagem resulta na redução de emissão de gases de efeito estufa (GEE)
por tonelada transportada, utilizando menos combustível. “Em 2023, o
crescimento baseado em excelência operacional resultou numa redução da emissão
de gases do efeito estufa de aproximadamente 5% para os escopos 1 e 2 combinados.
O modal hidroviário, como parte de um sistema multimodal e integrado, traz
novas possibilidades de crescimento para o setor logístico no país, sendo esse
um dos objetivos da Hidrovias do Brasil”, destaca o relatório.
De acordo com um estudo feito pela Agência Nacional de
Transportes Aquaviários (Antaq), o transporte hidroviário consome uma
quantidade de combustível que equivale a 66% do necessário para o transporte
ferroviário e a apenas 26% do necessário para o transporte rodoviário, quando se
considera o mesmo volume de carga e distância percorrida.
Mesmo diante destes desafios climáticos, a companhia
transportou 18,1 milhões de toneladas em 2023, um aumento de quase 10% em
relação ao ano anterior. Só no Corredor Norte, foram transportadas 7,4 milhões
de toneladas e no Corredor Sul, 5,9 milhões de toneladas. Um resultado de
investimentos e trabalho árduo focado em tecnologia e inovação. Já no Porto de Santos/SP, após um período de
investimentos em modernizações e reformas nos terminais do STS20, a Hidrovias
do Brasil triplicou a movimentação de cargas em 2023. Houve um salto de 400 mil
para 1,5 milhão de toneladas de fertilizantes movimentadas, na comparação com
2022.
ITAJAÍ – A retomada das operações no Porto
de Itajaí/SC está projetada para impulsionar significativamente a valorização
dos galpões logísticos na região. Com a previsão de início das operações para o
segundo semestre, a demanda por espaço logístico deve aumentar, elevando o
valor do metro quadrado tanto para venda quanto para locação acima de 20% nos
próximos anos. A assinatura do contrato da JBS para operar o porto marca um
momento decisivo para o setor. A multinacional brasileira vai assumir a
operação devido à compra de 70% da Mada Araújo, empresa que venceu a licitação
temporária de dois anos. A expectativa é que as operações iniciem no segundo
semestre.
Segundo a Wepayments, o Brasil é o país da América Latina que
mais realiza compras em sites internacionais, com 75% dos brasileiros fazendo
pelo menos uma compra on-line nos últimos 12 meses. Esse crescimento, com
projeção de um salto de R$ 349 bilhões em 2023 para R$ 557 bilhões em 2027,
aumenta a demanda por infraestrutura logística de alto padrão e bem localizada.
O porto de Itajaí está há quase dois anos inativo devido a
questões políticas. Antes da paralisação, a média mensal de movimentação era
superior a 100 mil TEUs, equivalente a 1 milhão de toneladas por mês. A
reabertura ocorre em um momento estratégico, com a expectativa de restaurar e
até superar esses números.
GERADORES – Como parte da
estratégia global de sustentabilidade “Destino ao
Zero”, para acelerar a redução
dos impactos de gases de efeito estufa (GEE) e atingir emissão zero até 2050, de modo a
atender o mercado de geração
de energia de forma cada vez mais sustentável, a Cummins Brasil anuncia nova linha de grupos geradores
emissionada, integrando-se à
transição
energética
imediata.
A novidade atende aos níveis de emissões da cidade de São
Paulo, conforme Decreto 60.233 e conta com nova motorização eletrônica,
produzida na planta em Guarulhos (SP), QSF 4.5. Os grupos geradores Cummins
Power Generation C90D6e, C110D6e e C130D6 têm aplicação nos setores agrícola,
comerciais, indústrias, manufaturas, hospitais, entre outras, em regimes de
Emergência (Standby).
“Com este lançamento, reforçamos o nosso compromisso em
contribuir com as operações dos nossos clientes com a sustentabilidade,
inovação e energia confiável por meio dos nossos produtos de classe premium”,
afirma Cora Reis, gerente executiva de Vendas da Cummins Power Generation para
a América do Sul.
TRAMPO – A indústria automotiva dos Estados Unidos deverá gerar mais de 500 mil novos empregos em 10 anos; engenheiros brasileiros são cotados para ocupar vagas. Isto porque a transição global para veículos elétricos (VEs) está se acelerando, com o mercado automotivo dos Estados Unidos pronto para um crescimento exponencial.
As previsões do setor apontam um aumento relevante de 300% no
mercado de VEs na próxima década, sustentado por investimentos significativos
de grandes empresas automotivas e forte apoio do governo federal dos EUA,
incluindo incentivos e subsídios destinados a promover a inovação e a adoção de
tecnologias verdes.
Com a indústria automotiva dos Estados Unidos experimentando
um crescimento sem precedentes, os engenheiros brasileiros estão em uma posição
única para alavancar suas habilidades em um contexto internacional, ganhando
salários atraentes em uma moeda forte. O salário médio para engenheiros
automotivos nos EUA é significativamente maior do que no Brasil, com
engenheiros de nível médio ganhando entre US$ 80.000 e US$ 100.000 anualmente.
Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no
site www.jornalperspectiva.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário