Nelson Tucci
Nesta edição estreamos espaço
para artigo e quem assina é o advogado Rafael Porto Lovato, sobre o caso do
modelo Hyundai Veloster. Quando criamos Veículos
& Negócios, há pouco
mais de um ano, o objetivo não era outro senão a prestação de serviços. Ora
neste blog, ora na edição impressa (mensal e que traz avaliação de modelos),
temos apresentado produtos, serviços, entrevistas técnicas e dicas ao
consumidor. Ficamos em alerta no momento em que este consumidor, nosso target, se sente lesado e recorre à Justiça para
fazer valer seus direitos.
É o caso de cliente do
escritório Pironti Advogados, de Curitiba (PR), que argui o artigo 37 do Código
de Defesa do Consumidor. “É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva...”.
A empresa CAOA, importadora da marca Hyundai, foi condenada pela Turma Recursal
do Estado do Paraná e, segundo a sentença, deve indenizar o comprador.
Procuramos ouvir a empresa CAOA, em nome do bom jornalismo, e esta nos enviou nota
– via assessoria de imprensa –, na qual nega a alegada publicidade enganosa.
Cabe à Justiça decidir. A nós
cumpre alertar o consumidor que seus direitos são plenos e acionar o Código de
Defesa do Consumidor pode ser uma alternativa rápida e eficaz. Se estiver
errado que se penalize o inquiridor; mas a busca do direito deverá sempre
prevalecer.
É uma pena que tal situação
ainda aconteça no país, quase 20 anos após a criação do CDC. Para você que é
mais jovem e não vivenciou a época em que não existiam o Código de Defesa do
Consumidor e os Procons, acredite: a coisa já foi bem pior. Em situação
análoga, o consumidor de outrora invariavelmente ficava com o mico na mão, pois
o carro acabava antes da conclusão do processo. Um viva ao CDC e aos homens de
boa vontade que o mantêm na prateleira sem abrir brechas para a sua aplicação.
Este é o artigo:
O
caso do Hyundai Veloster e a responsabilidade
legal das empresas pelo
cumprimento da oferta
Rafael
Porto Lovato
Não
é atual o problema de empresas que descumprem com aquilo que ofertam aos
consumidores. No caso específico do veículo Veloster, fabricado pela empresa
Hyundai, muitos dos atuais proprietários adquiriram o veículo e verificaram que
os itens entregues são distintos daqueles que constam na publicidade oficial da
empresa.
Desde
o início da importação do referido modelo, houve grande polêmica que envolve a
questão da motorização. A Hyundai CAOA insiste em informar que o veículo possui
140 cavalos de potência, enquanto os testes realizados por revistas
especializadas constataram potência entre 120 e 126 cavalos.
Somando-se
ao conflito existente no que concerne a motorização, os proprietários notaram,
assim que receberam o veículo, que boa parte dos equipamentos que justificavam
o seu elevado valor de comercialização não estavam presentes.
Nesse
sentido, ao se observar as diferenças existentes entre a publicidade da
montadora e os itens de fato presentes, verificam-se várias divergências, por
exemplo (i) motor; (ii) kit multimídia; (iii) equipamento de áudio; (iv)
iluminação externa, dentre outros.
Faz-se
de suma importância esclarecer as ilegalidades decorrentes da veiculação de
publicidade enganosa e a possibilidade de que os consumidores venham a exigir o
cumprimento da oferta.
Especificamente
em relação à publicidade enganosa, o artigo 37, § 1º do Código de Defesa do
Consumidor (CDC) prevê: "Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou
abusiva. § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de
caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro
modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da
natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e
quaisquer outros dados sobre produtos e serviços".
Além
disso, de acordo com o disposto no artigo 20 do CDC, em situações nas quais
ocorram ilegalidades decorrentes de publicidade enganosa, o consumidor poderá
optar entre o abatimento proporcional do preço ou a devolução da mercadoria com
a restituição do valor pago pela mesma.
Ao
observar as divergências existentes pela falta de equipamentos, alguns
consumidores proprietários do veículo Hyundai Veloster ingressaram com ações
indenizatórias a fim de obter o abatimento proporcional do valor indevidamente
pago.
As
primeiras demandas judiciais sobre o tema foram apreciadas e julgadas pela
Turma Recursal do Estado do Paraná e restou determinado que a Hyundai CAOA deve
restituir o valor proporcional, condenando a empresa a indenizar os danos
morais que foram sofridos pelo proprietário (comprador) do veículo.
Rafael
Porto Lovato é sócio do Escritório Pironti Advogados.
Consultada a respeito, a
importadora da marca emitiu a seguinte nota:
“A
CAOA nega veemente ter havido qualquer tipo de propaganda enganosa. A empresa
apresentou ao consumidor todos os componentes do modelo Veloster, forneceu a
tabela com todas as características internas e externas do produto, momento em
que o mesmo resolveu adquirir espontaneamente o veículo, sem qualquer ressalva
em 2011. Em relação à potência e demais itens do produto, a questão está
cabalmente pacificada no Denatran ao qual foram realizados todos os testes de
dinamômetro de motor, confirmando assim o anúncio de que o veículo importado
para o Brasil continha 140 cv de potência e motor tipo DOHC”.
OBS.: Originalmente semanal, esta
coluna será publicada quinzenalmente em junho.
HÍBRIDOS – A Toyota
atingiu nova marca histórica ao vender mais de 9 milhões de veículos híbridos
em todo o mundo até 30 de abril último. A conquista aconteceu nove meses após a
companhia ter celebrado o registro de 8 milhões de automóveis híbridos
comercializados, em julho de 2015.
Do
total de veículos com propulsão híbrida emplacados pela marca, a família Prius
obteve o maior índice de participação, com cerca de 5,7 milhões de automóveis,
algo em torno de 63% de todos os modelos movidos com esta tecnologia negociados
pela fabricante.
A
Toyota adotou um posicionamento embasado no Desafio Ambiental 2050, anunciado
em outubro do ano passado, e que define desafios que irá incorporar, a fim de
reduzir os impactos negativos causados pelos automóveis sobre a saúde do meio
ambiente global para o mais próximo possível ao nível zero de emissão. Com
isso, a companhia busca contribuir para a criação de uma sociedade sustentável.
Para cumprir estes desafios, a marca está trabalhando para expandir o portfólio
de veículos híbridos, de forma a atingir vendas anuais de 1,5 milhão de carros,
chegando à marca de 15 milhões de unidades emplacadas até 2020.
Divulgação Sustentabilidade na produção de componentes de plástico e espuma
ESPUMAS – A Ford
anunciou nos Estados Unidos o desenvolvimento de uma nova tecnologia para a
produção de componentes de plástico e espuma sustentáveis para aplicação em
veículos da marca. De acordo com a empresa, “a Ford é a primeira do setor
automotivo a adotar essa técnica, que usa o dióxido de carbono capturado no
ambiente como matéria-prima de biomateriais capazes de atender os rigorosos
padrões da aplicação automotiva”.
A
nova espuma sustentável, produzida com até 50% de polióis derivados de CO2,
pode ser aplicada em bancos e capôs. O novo plástico também tem um grande
potencial de uso em peças automotivas. A expectativa é que, dentro de cinco
anos, eles sejam aplicados na produção de veículos da Ford.
“Entre
os seus benefícios ambientais, sem dúvida, estão a redução do consumo de
derivados de petróleo e das emissões de carbono, associados às mudanças
climáticas”, diz Debbie Mielewski, especialista de sustentabilidade da Ford.
Divulgação Automóvel elétrico está disponível em Viracopos
ELÉTRICOS – A CPFL Energia
e a Hertz firmaram parceria inédita no Brasil para a introdução de um automóvel
elétrico na loja do Aeroporto de Viracopos, em Campinas/SP. O acordo faz parte
das ações do Programa de Mobilidade Elétrica da CPFL Energia, o Emotive.
A
partir do segundo semestre deste ano, os clientes da Hertz poderão alugar um
Renault Zoe, que compõe a frota própria de veículos elétricos da CPFL Energia.
O carro tem autonomia de 150 quilômetros e poderá ser reabastecido
gratuitamente em qualquer um dos 25 eletropostos públicos que o grupo promete
instalar até o final deste ano. A unidade da Hertz em Viracopos também possui
um ponto de carregamento instalado.
“Um
dos objetivos da parceria com a Hertz é estudar o perfil de uso dos veículos
elétricos pelos motoristas que os utilizam para fins particulares, além de
ampliar as pesquisas sobre o impacto da tecnologia na rede de distribuição
local”, diz o diretor de Estratégia e Inovação da CPFL Energia, Rafael
Lazzaretti.
Divulgação Cargo Torqshift: seis modelos com câmbio automatizado
AUTOMATIZADOS – A Ford
Caminhões reuniu seus distribuidores exclusivos para o “Momento do Cargo
Torqshift”, como mais uma etapa do programa de lançamento de sua linha de
caminhões médios e pesados automatizados, que acaba de chegar ao mercado.
A
linha Cargo Torqshift tem seis novos modelos com câmbio automatizado, com
capacidade de 16 a 45 toneladas: Cargo 1723 Torqshift, Cargo 1723 Kolector
Torqshift, Cargo 1729R Torqshift, Cargo 2429 Torqshift, Cargo 1729T Torqshift e
Cargo 1933T Torqshift. O programa teve sessões de treinamento, além de um
test-drive comparativo com modelos concorrentes.
“A
linha Cargo Torqshift traz uma série de recursos novos e avançados que aumentam
a rentabilidade do frotista e o conforto do motorista. A melhor forma de conhecer
essas vantagens é treinar a nossa força de vendas para comprovar isso rodando
com os caminhões implementados na pista”, diz João Pimentel, diretor de
Operações da Ford Caminhões.
ANTIÁCIDO – O sal de fruta
Eno registrou um aumento de 21% nas vendas em 2015 em comparação com o ano
anterior. Já a participação do produto no mercado também subiu de 25,1% para
40,1% entre 2006 e 2015.
Para
manter o ritmo, a marca aposta agora neste mês na criação do Eno camomila.O
lançamento levou em consideração o potencial de inovação da marca, que começou
a alavancar as vendas especialmente a partir de 2006, quando lançou o primeiro
sabor, Guaraná. Inovações como essas são o principal motivo atribuído ao
aumento de vendas e market share, de acordo com levantamento interno da GSK,
fabricante do produto.
ZF – Desemprego e
falta de segurança de quem está empregado geram queda no consumo, que reduz a
produtividade das empresas, que fazem mais demissões. Esta é a fórmula para a
economia entrar em um círculo vicioso, ou looping
infinito, para usar a expressão da indústria da informática. O faturamento do
primeiro trimestre da Zona Franca de Manaus (ZFM) reforça a teoria.
Contabilizado em dólares, o balanço do Polo Industrial de Manaus (PIM)
registrou queda de 37% em relação a igual período de 2015. Considerando o
número de postos de trabalho, eram 83,2 mil em março último, contra 104,7 mil
em dezembro, redução de aproximadamente 20%.
A
participação dos segmentos na receita total também apresentou novidades no
primeiro trimestre. O setor de duas rodas, que respondeu por 17,2% do
faturamento entre janeiro e março de 2015, atrás apenas da indústria
eletroeletrônica, caiu para o quarto lugar, com 14,8%. Perdeu espaço para bens
de informática e setor químico, com 18,5% e 15,2% de participação,
respectivamente.
O
cenário da região acompanha o nacional. Estimativas da Confederação Nacional da
Indústria (CNI) apontam para retração de 3,1% do PIB em 2016. Segundo a
entidade, a indústria continuará retraída, mesmo com o real desvalorizado
impactando positivamente nas exportações e na competitividade dos produtos
nacionais frente os importados. Referente ao desemprego, a taxa média anual
deve atingir 11,5% da População Economicamente Ativa (PEA).
ACELERA – A Fundação
Volkswagen acaba de firmar parceria com o Instituto Ayrton Senna para oferecer
o projeto educacional “Aceleração da Aprendizagem” nas redes municipais de
ensino de Teresina (PI) e Santarém (PA). Com a nova parceria, 170 educadores
serão formados e mais de 3.000 crianças e jovens beneficiados, por meio do
projeto da Fundação Volkswagen que visa reduzir a defasagem idade-série no
Ensino Fundamental.
A
cerimônia de assinatura da parceira foi realizada na semana que passou, na sede
do Instituto Ayrton Senna, na capital paulista. “Por meio do projeto
educacional ‘Aceleração da Aprendizagem’ buscamos resgatar a motivação dos
alunos, respeitando suas particularidades e extraindo o seu potencial, para que
eles exerçam o direito de se desenvolver intelectualmente. A parceria com o Instituto
Ayrton Senna certamente nos trará novos caminhos, para que possamos ajudar mais
alunos a retomarem o seu ritmo nos estudos, com novas soluções educacionais”,
diz o superintendente da Fundação Volkswagen e diretor de Assuntos Jurídicos da
Volkswagen do Brasil, Eduardo Barros.
Nelson Tucci é editor de Veículos
& Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br
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