segunda-feira, 12 de junho de 2023

A hora é agora

Divulgação         É preciso um pouquinho de paciência e muita atenção

Nelson Tucci

Se você quer ser um (a) feliz proprietário (a) de automóvel e se misturar à frota paulista de 19 milhões – ou mais especificamente à frota paulistana de 7 milhões de veículos –, a hora é agora. Os juros para o financiamento ainda estão na casa dos 30% (cada vez mais perto da Lua), mas o preço nominal dos carros baixou, após o anúncio do pacote do governo de estímulo ao setor.

Há muitas notícias de “ofertas”, como a Hyundai e Toyota anunciando queda de 14,9% nos veículos até R$ 120 mil. Até a Peugeot, que em 4 de maio último cobrou da Stellantis (a holding) solução definitiva para os problemas recorrentes de seus veículos, já que a marca tem gerado grande insatisfação junto ao consumidor – a exemplo da Citroen, do mesmo grupo – baixou o preço de seus carrinhos em 14,9%.

É preciso um pouquinho de paciência e muita atenção, para se fazer o melhor negócio. A GM, por exemplo, oferece “condições especiais” para as linhas Onix, Tracker, Equinox e S10. Segundo Kleusner Lopes, diretor nacional de Vendas da GM, os descontos podem chegar a R$ 10 mil na linha Ônix e a R$ 30 mil para a S10. Já a VW disse que reduz os preços e ainda aplicará um bônus de R$ 5 mil.


VERMELHO – Após enfrentar o seu “abril vermelho”, com recorde negativo de produção, as montadoras suspiraram com o desempenho de maio, anunciado pela Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), dando conta que o volume nesse “mês das mães” foi de 227,9 mil unidades, mostrando alta de 27,4% sobre abril último e de 10,7% sobre igual período de 2022.

A volta de fábricas paradas, mais 4 dias úteis para vender no mês, deixou maio em posição melhor: assim, no acumulado do ano o volume produzido é de 942,8 mil unidades, representando 6,2% a mais que igual período do ano passado.

Cabe lembrar ainda que após anunciar os subsídios para diminuir os impostos dos “carros populares” no Brasil, o governo antecipou a reoneração do diesel em 90 dias. As duas medidas impactam negativamente a mobilidade urbana, para Fabio Ferreira, CEO da Empresa 1, centro de inovação em mobilidade urbana. “Com mais carros na rua, há diminuição do uso do transporte público e, consequentemente, trânsitos intensos, baixa qualidade de vida da população, mais acidentes e aumento das emissões de poluição na atmosfera”, diz ele, acrescentando que ”o combustível mais caro desfavorece a operação dos ônibus e é o passageiro que sente a diferença direto no bolso, já que dos mais de 688,8 mil ônibus no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, pouco mais de 380 veículos são elétricos (dados do E-BUS Radar)”.


Divulgação                 Autonomia de 380 km nas rodovias paulistas

INTERIOR – A Arteris, empresa de gestão de rodovias no Brasil, substituiu dois veículos movidos à combustão de sua frota por dois carros elétricos. O objetivo é testar o rendimento dos novos veículos e observar se a tecnologia pode trazer mais eficiência e sustentabilidade para a operação nas rodovias, como a redução de emissão de gases de efeito estufa.

Para suportar o projeto piloto, foram instalados três pontos de carga para os veículos, que também foram pensados para que haja uma adaptação à tecnologia, cada vez mais presente nas rodovias brasileiras. A iniciativa faz parte da agenda ESG da companhia, composta por objetivos e metas definidos, dentre eles a redução da pegada de carbono e o aumento da eficiência energética em suas atividades.

O projeto piloto está sendo realizado na concessionária Arteris ViaPaulista, que instalou pontos de recarga em sua sede em Ribeirão Preto, na subsede em Barra Bonita e na praça de pedágio de Itaí na SP-255. Os dois carros elétricos, quando totalmente carregados, possuem autonomia de trafegar 380 quilômetros. Juntos, os novos modelos poderão economizar até seis mil litros de gasolina por ano, reduzindo em até 100% a emissão de CO2 dos automóveis substituídos, já que os carregadores foram instalados em locais que estão sendo equipados com painéis de energia solar.


MOTOS – A Yamaha, primeira indústria a fabricar motocicleta no Brasil, segue seu compromisso com a sustentabilidade. A empresa japonesa, em parceria com a Moss, climatech brasileira pioneira e líder na comercialização de crédito de carbono e de soluções ambientais através do uso de tecnologia de ponta, compensou a emissão de 126 toneladas de CO2eq, provenientes de duas equipes da Yamaha Racing e do Yamaha Day, evento anual de aniversário da marca. A iniciativa tem como objetivo minimizar o impacto ambiental das atividades da empresa, reforçando a importância da conservação do meio ambiente e a adoção de práticas mais sustentáveis.

O Yamaha Day ocorreu no início em junho de 2022, quando se reuniram milhares de motociclistas em eventos em diversas concessionárias espalhadas pelo Brasil. Ali tiveram início as ações de compensação de carbono em eventos sociais. Ao todo foram compensadas 64 toneladas de gases de efeito estufa, que correspondem aos 327 mil km rodados no dia do passeio pelas 6.000 motos participantes. O valor equivale a 9.176 de árvores preservadas em um ano.


AMBIENTAL – Em linha com o Nissan Green Program (NGP), plano ambiental da marca para acelerar os esforços para as questões ambientais relacionadas às mudanças climáticas, dependência de recursos, qualidade do ar e escassez de água, a fabricante japonesa está buscando oportunidades para empregar novas práticas de respeito ao meio ambiente no Complexo Industrial de Resende, no Sul do estado do Rio de Janeiro. No Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, a Nissan destacou dois novos projetos adotados em sua unidade de produção no Brasil que têm permitido a conservação anual de mais de 26 milhões de litros de água – volume suficiente para abastecer 655 casas durante um ano no estado de São Paulo, segundo dados da Sabesp.

Implementado no final de 2020, o projeto "Reuso do Rejeito da Osmose Reversa" consiste em reaproveitar a água do rejeito proveniente do processo de tratamento da osmose para utilização em outros processos na fábrica. "A osmose reversa é um método de purificação da água que elimina salinidade, porém, descarta uma porcentagem do volume inicial. Com a implantação do reuso, o rejeito anteriormente descartado passou a ser reaproveitado, reduzindo assim o consumo de água e o descarte de efluentes. A iniciativa possibilitou uma redução de 12% no consumo total da fábrica no ano", explica Marcelo Felsemburgh, engenheiro de Meio Ambiente do Complexo Industrial da Nissan.


Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.

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