Nelson Tucci
A
Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) lançou a segunda versão do
whitepaper “Roadmap Tecnológico Automotivo Brasileiro”, documento
elaborado pela Diretoria de Tendências Tecnológicas, e a cartilha “Do poço à
roda – Veículos leves”, desenvolvida pela Diretoria de Emissões Veículos Leves.
Em
meio à tendência internacional por descarbonização veicular, o estudo sobre
evolução tecnológica regional, diagnostica a produção e a comercialização de
veículos leves, levando-se em consideração os capítulos de matrizes energéticas
disponíveis no país, emissões, eficiência energética, conectividade e segurança
veicular. A atualização de emissão de pesados ficou para 2023.
“Esse
documento histórico faz parte da longa trajetória de 38 anos da entidade à
frente da condução das principais discussões técnicas do setor automotivo
brasileiro”, diz Everton Lopes, diretor de Tendências Tecnológicas da AEA.
CARTILHA – A indústria automobilística mundial encontra-se em um dos momentos mais importantes de transformação tecnológica, resumida – em princípio – ao divisor de águas entre motores à combustão interna e eletrificados. Ao lançar a cartilha “Do poço à roda – Veículos leves”, a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva traz ao setor e ao mercado brasileiro mais uma de suas contribuições técnicas.
No
capítulo “Do poço à roda”, a AEA decidiu comentar sobre aspectos
políticos/econômicos da adoção maciça da tecnologia puramente elétrica, na
medida em que o Brasil tem o privilégio de contar com cerca de 80% de energias
renováveis (hidráulica, biomassa, eólica e solar) de sua matriz energética para
a mobilidade e a produção, enquanto o restante do mundo, em média, tem
disponível apenas 27% de renováveis perante 73% de energias não renováveis (gás
natural, derivados de petróleo de carvão e nuclear).
O
conceito “Do poço à roda” tem sido amplamente discutido e será implementado no
Rota 2030, fase 2, em 2027, para veículos leves. Trata-se de um conceito mais
amplo no qual se avalia o impacto do setor de transporte de veículos leves nas
emissões de gases de efeito estufa (CO2). Por esse conceito, consideram-se as
emissões de CO2 na produção dos energéticos e no uso do veículo que, nesta
cartilha, será denominado como CO2 eq. (carbono equivalente).
A
metodologia de cálculo de emissões de gases de efeito estufa está disponível em
www.aea.org.br
MONTANA – A picape Montana, nova aposta da Chevrolet, foi oficialmente apresentada. Totalmente reestilizada, já abriu reservas (como anunciamos) no dia 1º, mas só chegará em fevereiro próximo. O novo modelo tem 4,7 m de comprimento e 1,8 m de largura, com uma caçamba multi-flex, “projetada para funcionar como um porta-malas gigante (874 litros)”, diz a montadora GM, destacando “um sistema avançado de vedação da cobertura”.
A
Nova Montana é resultado de projeto conjunto entre os Centros Tecnológicos da
GM América do Sul, América do Norte e Ásia. De acordo com o fabricante, o motor
1.2 Turbo Flex, com até 133 cv de potência e 21,4 kgfm de torque, rende 11,1 km
na cidade e 13,3 na estrada, a gasolina, e 7,7 km/l e 9,3 km/l,
respectivamente, quando abastecido a etanol.
Os
preços são de R$ 134.490, para a versão LTZ, e R$ 140.490, na Premier.
CAMINHÕES – A Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) vai encerrar o ano com 200 novas contratações, com vistas a reforçar o time de Resende (RJ) para lançamentos em 2023. O CEO Roberto Cortes disse que as novas contratações são necessárias pelas projeções que a empresa faz, com desempenho positivo do mercado para o ano que vem.
A
companhia, que reúne 5,5 mil colaboradores, tem ciclo de ciclo de investimentos
de R$ 2 bilhões para o período 2021-2025.
LÍDER – Em novembro último, o modelo HB 20 (Hyundai) foi o mais vendido do país. Ocorreram 9,5 mil licenciamentos (em números arredondados), deixando colada no retrovisor a Fiat Strada, com 9,2 mil unidades negociadas.
No
acumulado do ano, porém, a Strada ainda lidera, com 103,3 mil licenciamentos.
Em seguida vêm o HB20 (89,3 mil) e o Chevrolet Onix, com 75,7 mil
emplacamentos.
SURPRESA – Em comunicado, a Bright Consulting analisou o desempenho das vendas automotivas em novembro último, considerando-o uma boa surpresa. E destacou os seguintes pontos:
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O mês de novembro foi marcado por forte movimento nas vendas desde a primeira
quinzena, contrariando a tendência observada nos últimos meses. As vendas
diárias de novembro atingiram 9.592 emplacamentos, contra 8.419 em outubro,
8.591 em setembro e 8.440 em agosto (melhor mês em volume absoluto com 23 dias
úteis).
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Com apenas 20 dias úteis, e impulsionado pelas vendas diretas, o mês de
novembro registrou 197.839 veículos, o segundo maior volume do ano.
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Comparado com a média de vendas totais de novembro de 2021, 8.015 emplacamentos
por dia, o valor de novembro de 2022 superou o valor de 2021 em 19,6%.
.
A participação das vendas diretas também apresentou resultados atípicos,
saltando de 47% em agosto, 47% em setembro e 45% em outubro para 54,5% em
novembro. Com esse volume de vendas diretas, novembro tornou-se o mês com maior
participação, impulsionado majoritariamente por locadoras que estão repondo
seus estoques.
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Nossa previsão para o fechamento do ano é de 1,97 milhão de veículos, 0,5%
abaixo de 2021.
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Embora os resultados expressivos das vendas diretas tenham sido o impulsionador
do mercado nos últimos meses, vendas ao varejo puro (showroom) permanecem
estáveis com as 4.352 unidades de novembro superando setembro e outubro
passados.
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Um reflexo claro da participação das vendas diretas é o aumento de market share
de Minas Gerais que atingiu em novembro 30% (87% das vendas em MG foram vendas
diretas), majoritariamente impulsionado por locadoras.
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Todos os equipamentos de auxílio à condução continuam em forte ascensão, com
destaque para reserve câmera, collision mitigation braking system e turbo.
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O share de eletrificados se manteve conforme nossas previsões atingindo 2,3 %.
Com foco especial em Híbridos Mild e Híbridos com maior destaque, impulsionados
principalmente pelas montadoras Toyota e CAOA, com Corolla Cross, Corolla,
Tiggo 5X PRO e Tiggo 7, sendo que mais de 70% das vendas destes últimos dois
modelos foram diretas.
Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br
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