Nelson
Tucci
Ainda
com a questão dos semicondutores empatando a vida das montadoras, o refluxo na
renda da maioria da população e o desemprego comendo solto (oficialmente são 14
milhões de pessoas), os automóveis continuam sendo um bem cobiçado. Tanto que
as 17 marcas associados à Associação Brasileira das Empresas Importadoras e
Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) registraram alta no licenciamento
em maio. Ao todo foram 6.616 unidades, das quais 2.264 importadas e 4.352
veículos de produção nacional, o que representa crescimento de 13% perante
abril de 2021, quando foram comercializadas 5.856 unidades. Comparado a maio de
2020 (quando as fábricas estiveram paradas em sua quase totalidade), o aumento
é de 261,9%.
Na
importação, as 2.264 unidades vendidas significaram aumento de 0,8% ante as
2.247 unidades de abril de 2021 e de 126,2%% ante maio de 2020; enquanto na
produção nacional – com 4.352 unidades – a alta de vendas foi de 20,6% ante as
3.609 unidades do mês anterior e de 426,2%% em relação a maio de 2020.
Com
essas parciais mensais, os dados do acumulado dos primeiros cinco meses do ano,
as unidades importadas significaram aumento de 17,9%: de janeiro a maio de
2021, foram registradas 10.528 unidades, contra 8.929 emplacamentos de
importados em igual período de 2020. Já a produção nacional das associadas à
Abeifa acumula, no mesmo período, 17.001 unidades licenciadas contra 9.673
unidades dos primeiros cinco meses de 2020, alta de 75,8%. Somadas as unidades
importadas e as nacionais, com total de 27.529 veículos nos primeiros cinco
meses de 2021, as associadas à Abeifa ainda registram percentual positivo de
48%. Em 2020, em igual período comparativo, o total de licenciamentos foi de
18.602 unidades.
ÍNDICE – Outro índice de performance do setor automotivo, sempre aguardado, tem origem na Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A entidade agendou entrevista coletiva com a imprensa especializada para a próxima terça, 8. Estaremos online com o presidente Luiz Carlos Moraes.
ELÉTRICOS – A General Motors, que assumiu publicamente o compromisso de liderar a transformação da indústria rumo a um futuro elétrico, anunciou que no Brasil o seu próximo passo estratégico será a ampliação da quantidade de concessionárias Chevrolet habilitadas a oferecer o Bolt EV, o primeiro carro 100% elétrico da marca.
Com
a expansão prevista para iniciar ainda neste mês, o número de concessionárias
Chevrolet preparadas para comercializar e dar assistência técnica a veículos
elétricos irá triplicar, saltando para 79 pontos, informa a montadora.
“Caminhamos a passos largos rumo a um futuro com zero acidente, zero emissão e
zero congestionamento”, diz a GM em nota.
AMBIENTAL – Pegando uma
carona no Dia Mundial do Meio Ambiente (comemorado sábado, 5), a Volkswagen
distribuiu nota afirmando que “reforça seu compromisso com o planeta e celebra
a melhoria da eficiência ambiental no processo produtivo de suas quatro
fábricas”: São Bernardo, São Carlos e Taubaté, em São Paulo, e São José dos
Pinhais, no Paraná.
A
companhia, que de 2009 a 2015 fraudou os testes de veículos para encobrir a
poluição que emitiam, e que depois de ser duramente penalizada pelo
“dieselgate”, em vários países, fez o seu mea
culpa e começou a zelar pelos processos internos, anuncia índice ambientais
positivos.
De
acordo com sua assessoria de imprensa, a montadora reduziu em 28% o consumo de
água e em 86% a destinação de resíduos para aterro em suas fábricas nos quatro
primeiros meses do ano, em relação ao primeiro quadrimestre de 2010. Nas
unidades de Taubaté e de São Carlos, os resíduos seguem para reciclagem e
reuso, com redução de 98% do material destinado a aterro.
AÇO – A bola foi mais que cantada, inclusive por esta coluna. A mudança de contratos das fornecedoras de aço às montadoras abriria uma brecha para o aumento deste importantíssimo insumo.
BINGO!
De acordo com pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo (Fiesp), os constantes reajustes do aço já acumulam variação de 79% entre
janeiro de 2020 e março deste ano.
Só
neste mês de junho a elevação é de 15%. Na cadeia de custos, o aço representa
aproximadamente 8% do preço final do veículo.
SUV – A Stellantis
vai lançar o Pulse, nome do SUV da Fiat escolhido pelo público, em votação via
internet. De acordo com a área de marketing da montadora, foram mais de 380 mil
votos.
“Pulse
é um nome fantástico, que permite inúmeras associações. Tem energia, movimento
e é extremamente conectado. Ele expressa a essência e a personalidade do
veículo: um SUV com a alma da Fiat, mas que, ao mesmo tempo, possui o seu
próprio toque, batimento e ritmo”, afirmou Herlander Zola, diretor do Brand
Fiat América do Sul.
LUXO – O BMW Group acelera a sua estratégia de eletrificação com a introdução do novo modelo BMW iX. O novo modelo chegará às ruas em novembro. Com design pioneiro e interior devotado ao luxo espaçoso, o BMW iX renova o conceito de SAVs da empresa bávara (Sports Activity Vehicle). Concebido para a mobilidade puramente elétrica, o modelo tem produção 100% por energia verde, diz a fábrica.
O
motor é de tração integral e entrega 523cv no BMW iX xDrive50 e autonomia de
até 630 quilômetros (ciclo de testes WLTP). O modelo sai da inércia e atinge os
100 km/h em 4.6 segundos. Já no BMW iX xDrive 40, a potência é de 326cv com
autonomia de até 425 km (WLTP) e acelera de 0 aos 100 km/h em 6,1 segundos.
Ainda está previsto para chegar ao mercado, em data futura, o BMW iX xDrive60,
com potência de 600cv. Em todas as suas variantes, o iX tem emissões zero de
CO2.
BLINDAGEM – A BSS
Blindagens, empresa que autodeclara possuir 11% de market share dos veículos de passeio no Brasil, no setor, e 30%
entre os automóveis premium (acima de R$ 200 mil), atingiu este mês a produção
da 14.000ª unidade com proteção balística, coincidindo com o mês de comemoração
de seu 14º ano de atividades no mercado brasileiro.
O
veículo blindado de número 14.000 foi um Porsche Taycan.
Nesses
14 anos, as marcas premium mais blindadas na BSS foram a Mercedes-Benz (2.880
unidades), BMW (1.768), VW (1.524), Porsche (1.383) Jaguar Land Rover (1.375),
Volvo (872), Audi (820), Toyota (637), Jeep (455) e Lexus (281 unidades), total
de 11.995 unidades. As demais 2.005 unidades compõem o portfólio de modelos até
R$ 200 mil e também esportivos, superesportivos e de alto luxo.
RECALL – O Procon-SP orienta os consumidores sobre seus direitos, no que diz respeito ao recall de veículos modelo Cayenne, ano/modelo 2021-2022, fabricados entre 16/9/2020 e 31/10/2020, com números de chassis WP1AH29Y8MDA58002 e WP1BH29Y8MDA85009. A Porsche deverá apresentar os esclarecimentos que se fizerem necessários, conforme determina o Código de Defesa do Consumidor, inclusive com informações claras e precisas sobre os riscos para o consumidor.
A
empresa informa a possibilidade de que as porcas travantes instaladas nos
veículos não tenham sido fabricadas de acordo com o campo de parâmetro padrão.
O que pode levar à tensão ou à rachadura por corrosão das referidas peças e,
como resultado a sua quebra. Nestas condições, o eixo traseiro do veículo pode
se movimentar para além da posição pretendida pelo condutor, o que pode causar
instabilidade ou mudanças significativas no comportamento da direção, podendo
resultar em lesão ou morte do consumidor.
A
Porsche entrará em contato com os proprietários dos veículos afetados por
e-mail ou por telefone para agendamento da substituição das porcas travantes. O
início do atendimento será a partir do final do mês de junho. Para mais
informações a empresa disponibiliza o e-mail infobrasil@porsche.com.br
BARCOS – A pandemia
mexeu com o comportamento do consumidor, que passou a valorizar o convívio com
a família em ambientes maiores, e novas formas de lazer, também por conta das
restrições impostas pelo isolamento social. A realidade de uma pequena, porém
ativa, parcela da população, pode ser medida – em parte – pelo mercado náutico
brasileiro, que registrou crescimento acima de 20% em vendas de embarcações em
2020, de acordo com a Acobar. Já a fabricante nacional de lanchas premium Armatti Yachts registrou um aumento acima da média, um acréscimo de 30% em
vendas, especialmente por modelos acima de 40 pés.
O
suíço Éric lovey, empresário de 55 anos, é um dos clientes que adquiriu uma
unidade da recém-lançada lancha Armatti 420. “Nunca havia comprado uma lancha.
Tive a ideia de adquirir um barco há três meses, durante a pandemia. A
tranquilidade e a privacidade são importantes”, diz ele. Já o carioca Antonio
Lage, de 52 anos, fez um upgrade de modelo, trocando uma lancha de 36 por outra
de 48 pés. “O Fernando estava lançando a Armatti 480 quando fomos visitar o
barco no Rio Boat Show. Gostamos do modelo e perguntamos se poderíamos
customizar da forma como minha mulher queria”, resume.
A
fabricante nacional de lanchas premium Armatti Yachts sentiu essa mudança de
comportamento e o aumento na demanda por modelos de lanchas de médio a grande
porte. “Passou a ser cada vez mais importante os momentos de convivência com a
família e até o lazer a bordo. Dessa forma, vimos as pessoas optando por
modelos com áreas generosas externas para o contato com a natureza, mas também
com o conforto de uma casa com cozinha, banheiros e cabines para pernoite.
Tanto que registramos um aumento três vezes maior no primeiro trimestre de 2021
por modelos acima de 40 pés, em relação a todo o período do ano passado”,
comenta o CEO da marca Fernando Assinato que já se prepara para lançar o maior
modelo da marca, de 51 pés.
Nelson Tucci é editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br
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