Nelson Tucci
A Fiat encerrou agosto como líder do mercado automotivo
brasileiro, registrando 45.373 unidades emplacadas e
21,1% de market share. A marca também se destacou com três modelos entre os
10 veículos mais vendidos do país: a picape Strada em 2º (11.833 unidades),
Argo em 3º (10.096 unidades) e o Mobi em 7º (7.046 unidades).
No segmento Hatch, a Fiat é líder com 17.144 unidades
emplacadas e 30,3% de segment share. Entre as Vans, a Fiat também se manteve na
liderança com 2.186 unidades vendidas e 34,1% de segment share. No segmento de
B-VAN, a Fiorino ficou na primeira posição com 1.778 unidades emplacadas e
71,3% de segment share.
“A liderança da Fiat no mercado brasileiro é resultado da
nossa capacidade de entender o consumidor em todos os segmentos, para entregar
um portfólio completo que une eficiência, tecnologia, design e robustez”, disse
Frederico Battaglia, vice-presidente das marcas Fiat e Abarth para a América do
Sul.
FORD – O Novo Territory foi o destaque da
Ford em agosto e fechou seu primeiro mês completo de vendas com o recorde
histórico de 1.228 emplacamentos. Com tal desempenho, o SUV médio se consolida
como o segundo modelo mais vendido da marca no Brasil, atrás da Ranger.
Comparado a julho, as vendas do Territory cresceram 34%. E quando se considera
de janeiro a agosto, o crescimento foi de 35%.
O seu valor, sem aumento, está em R$ 215 mil, o que, para a
montadora, ajudou no impulsionamento das vendas.
DISTRIBUIÇÃO – O 33º Congresso & Expo Fenabrave confirmou seu status como o segundo maior evento mundial do Setor da Distribuição de Veículos Automotores e o maior da América Latina. Realizado no São Paulo Expo, entre os dias 26 a 28 de agosto, o encontro registrou mais de 12 mil participantes inscritos e 200 marcas expositoras, reunindo lideranças do setor automotivo, autoridades políticas, entidades nacionais e internacionais ligadas ao setor, além de mais de 100 jornalistas e outros convidados. “Tivemos um aumento de mais de 20% sobre o público do ano passado, sem considerar os visitantes apenas da feira. Isso nos mostra que estamos evoluindo na direção certa”, comemorou Arcelio Junior, presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave).
ETANOL – O Brasil vem mostrando que é
possível desenvolver soluções sustentáveis de mobilidade que levem em
consideração não apenas a inovação e a eficiência, como também as
características de cada região do país. Nesse cenário, o etanol e os veículos
híbridos e elétricos vêm ganhando espaço de forma complementar, gerando uma
combinação com poder de acelerar a transição para uma mobilidade de baixo
carbono.
Para a Edenred, líder em soluções de mobilidade na América
Latina, representada no Brasil pelas marcas Ticket Log, Repom, Pagbem e Taggy,
essa integração entre fontes mais limpas de energia já faz parte da realidade
de muitas empresas no país.
“O Brasil tem uma vantagem competitiva única ao combinar o
etanol, uma solução acessível e de impacto imediato, com a mobilidade elétrica,
que cresce rapidamente nas cidades. É uma coexistência não apenas possível como
necessária para avançarmos mais rápido rumo à descarbonização do transporte”,
afirma Ariane Buzanello, diretora de Produtos da Edenred.
Segundo o Sindipeças, mais de 77% da frota brasileira é
composta por veículos flex. Contudo, o etanol ainda é subutilizado: apenas 30%
dos motoristas o adotam como combustível principal, de acordo com dados da
Datagro. Entre os clientes da Edenred, entretanto, o uso do biocombustível tem
crescido de forma consistente. O volume abastecido com etanol passou de 284,9
milhões de litros em 2020 para 434,4 milhões em 2024. Ou seja, um salto maior
de 50%. E não custa lembrar que esse abastecimento com etanol ajudou a reduzir
as emissões de CO2e.
MULHERES – Amanhã, 6 de agosto, será realizada a segunda edição do “Café com Graxa”, evento voltado ao público feminino e que pretende contribuir com mulheres que desejam mais independência e segurança com seus veículos. A iniciativa, que acontece sempre no primeiro sábado do mês, conta com empresas do segmento, como a Stärkx Soluções Automotivas, e tem como objetivo desmistificar a manutenção automotiva e democratizar esse conhecimento, tornando-o acessível a todas.
O evento é gratuito e é destinado não apenas a mulheres que
já atuam no setor automotivo, mas também a consumidoras em geral, oferecendo
orientações teóricas e práticas sobre cuidados básicos com o carro, como troca
e calibragem de pneus, identificação de itens de desgaste e manutenção
preventiva.
GRATIDÃO – Esta é a última edição de Veículos & Negócios. Nossa parceria com a Titan Comunicação continuará com outros projetos. A todos que contribuíram com V&N o nosso muito obrigado.
ARTIGO
Comissão, bonificação ou premiação?
Por Amanda Medeiros
Quando converso com donos de oficinas, uma das perguntas mais
frequentes é: como manter a equipe engajada e, ao mesmo tempo, aumentar o
faturamento da oficina? A resposta não é simples, mas passa diretamente pela
forma como o time é reconhecido e recompensado. Comissão, bonificação ou
premiação? Qual desses modelos traz melhores resultados?
Aumentar o ticket médio de uma oficina vai muito além de
vender mais serviços. É sobre organizar processos, reduzir faltas, focar no
atendimento ao cliente e, principalmente, estruturar uma gestão de pessoas
eficiente. O erro mais comum que vejo é apostar em estratégias de incentivo sem
critério, acreditando que pagar algo a mais basta para motivar. Não basta.
Comissão: prós e contras
A comissão pode funcionar bem em áreas ligadas diretamente à
venda, como consultores técnicos. Mas, quando mal aplicada, gera competição
entre funcionários, cria vendas sem propósito, desorganiza processos internos e
até expõe a empresa a riscos trabalhistas. Vale lembrar que a comissão tem
natureza salarial e, portanto, gera encargos como FGTS, 13º e férias.
Bonificação: atenção à regularidade
A bonificação é uma forma interessante de estimular
desempenho, mas exige cuidado. Se for paga todos os meses, também pode sofrer
os mesmos encargos da comissão, perdendo parte de sua atratividade.
Premiação: o caminho mais estratégico
Na minha experiência, a premiação é o modelo que mais
equilibra engajamento e sustentabilidade financeira. Por não ser recebida
mensalmente, não gera os mesmos encargos da comissão ou da bonificação e,
quando bem aplicada, fortalece o senso de pertencimento do time. O segredo está
em alinhar a premiação a comportamentos desejáveis, como organização,
cumprimento de prazos, ausência de retrabalho e qualidade no atendimento.
“Premiação bem aplicada fortalece o senso de pertencimento.
Quando o time percebe que seu esforço diário é valorizado, o ambiente muda e os
resultados aparecem naturalmente”.
Como colocar em prática
Minha recomendação é começar definindo qual resultado você
deseja alcançar. Quer que todos os carros passem pelo checklist inicial? Quer
reduzir atrasos? Quer aumentar a venda de serviços adicionais? Com base nisso,
você estrutura a premiação.
Cultura organizacional: o diferencial invisível
Mais do que a recompensa em si, o que transforma o clima da
oficina é a cultura de valorização do esforço coletivo. Dados da Gallup mostram
que equipes engajadas têm 21% mais lucratividade e 17% mais produtividade. Já a
Great Place to Work aponta que empresas com cultura organizacional sólida têm
até quatro vezes mais chances de crescimento sustentável.
No fim das contas, o que realmente engaja não é apenas o
dinheiro, mas a sensação de ser reconhecido e de fazer parte de algo maior.
Quando o dono da oficina entende que equipe é investimento, e não gasto, ele
sai da rotina de apagar incêndios e começa a construir um negócio de verdade.
Amanda Medeiros é especialista em gestão de oficinas
mecânicas, palestrante e autora de best-seller na área.
Nelson Tucci é
editor de Veículos & Negócios, do Jornal PERSPECTIVA.
Leia também no site www.jornalperspectiva.com.br